Casos de dengue apresentam redução de 93% em Anápolis

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Diagnóstico da Secretaria Municipal de Saúde é de 15 casos em 2016 para um neste ano; população e agentes influenciaram na melhora do cenário local

DA REDAÇÃO

O número de casos confirmados de dengue nos primeiros cinco meses de 2017 despencou em Anápolis se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Foram 616 casos em 2017, ante 9.780 doentes no ano passado, uma redução de 93,7%. Isso significa que para cada caso constatado este ano, Anápolis teve 15 pessoas enfermas em 2016. Embora o município siga uma tendência nacional, os moradores apontam visitas mais frequentes dos agentes de saúde como um dos fatores positivos. Outro elemento foi uma campanha entre o poder público, lideranças religiosas e classistas para aumentar o nível de conscientização da população.

Pelo menos desde 2014 a incidência da doença vinha numa crescente em Anápolis. Isso em todas as frentes: casos notificados, confirmados e óbitos. Em 2014, foram confirmados 4.321 casos; em 2015 foram 5.675 e, ao longo de todo o passado, o número quase dobrou, com 10.770. Em se tratando de mortes, a diferença é considerável. Em 2016, 10 pessoas morreram vítimas da dengue. Este ano, ocorreu um óbito.

Esse volume está marcado na memória de muitos anapolinos que, agora, respiram mais aliviados. Um deles é a camareira Elza Félix Batista. Para ela, as lembranças do início do ano de 2016 não são agradáveis. Sua filha, Ângela Mariele Félix da Cruz, de 11 anos, ficou cinco dias de cama sentindo dores nas articulações, dores nos olhos, além de febre. O exame de sangue confirmou o diagnóstico: dengue. “Foi muito difícil, porque ela já é magra e ficou muito abatida. Meu marido também ficou doente na mesma época, sentindo dores semelhantes, mas não foi confirmada [a doença]”, conta.

Ela lembra que no Cais Jardim Progresso, onde a filha foi tratada, era o assunto mais comentado. “A maioria das pessoas que estava lá tinha alguma ligação com a dengue”, afirma. Esse ano, diz, mal ouviu falar da doença.

Essa é a mesma sensação da comerciante, Ana Maria de Jesus. Ela, que em 2015 ficou internada por três dias por conta da dengue, este ano, não sabe identificar um único vizinho que tenha sofrido com os sintomas da doença.

A gerente de Vigilância Epidemiológica da Semusa, Mirlene Garcia Nascimento, explica que esse declínio da dengue é normal após um ano epidêmico, como foi 2016. Entretanto, reitera que o trabalho do agente de endemia e o cuidado dos moradores não podem esmorecer. “Tanto que em 2013 teve uma incidência alta, mas em 2014 a queda não foi tão acentuada quanto esse ano”, diz.

Ela explica que o trabalho dos agentes foi incessante. Como prova, os moradores da região norte afirmam que as visitas ocorrem, praticamente, mensais. “A visita é frequente e é sempre a mesma equipe que passa aqui no bairro”, conta Ana Maria.

Mirlene ressalta que os agentes de saúde seguem enfrentando problemas antigos como a dificuldade para entrar nas casas. “Mas esse ano, por um pedido feito pelo prefeito Roberto Naves, nós tivemos mais facilidade em entrar nas casas das pessoas. Uma coisa é o agente convencer ali na hora, outra coisa é contar com o apoio dessas pessoas”, afirma, ao lembrar-se do pacto feito entre poder público e representantes da sociedade organizada para combater a doença. Ela lembra que esse trabalho conjunto fez com que o município não entrasse no mapa de incidência da chikungunya e zika vírus.

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