Vítimas da violência, donos de farmácias pedem socorro às autoridades

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Comerciantes participaram de uma reunião com representantes das polícias Civil e Militar, em encontro que foi intermediado pelo vereador Pastor Elias Ferreira

FERNANDA MORAIS

Cansados com a onda de assaltos nas farmácias da cidade, um grupo de comerciantes procurou ajuda do vereador Pastor Elias Ferreira (PSDB). Assim, na última quarta-feira (5), foi realizada uma reunião na 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil, em Anápolis, com a presença do parlamentar, farmacêuticos e representantes das polícias Civil e Militar.

“Nosso objetivo com a conversa foi buscar uma rede de segurança para auxiliar esses comerciantes que estão cansados desses assaltos. Tenho relato de um farmacêutico que teve seu comércio invadido mais de quatro vezes por bandidos violentos e armados”, falou o vereador do PSDB.

Os comerciantes contaram para as autoridades que existem quase 300 farmácias na cidade. O porta-voz do grupo, Magdiel Souza Rodrigues, reclamou que todos os comerciantes pagam impostos, mas vivem a “mercê da bandidagem”. “Jaiara, Maracanã, Pirineus e Bairro de Lourdes são os locais com maior incidência de assalto”, completou.

Magdiel relatou que também já foi assaltado, mas optou por não fazer ocorrência na Polícia Civil. “Da primeira vez que fiz a ocorrência, o policial me disse que o problema não seria resolvido. Outra vez eu liguei na Polícia Militar, que não tinha viatura para me atender”, disse o comerciante, acrescentando que é comum o ladrão sair de uma farmácia e ir assaltar outra.

Pensando em ajudar um ao outro, os farmacêuticos criaram um grupo de Whatsapp para troca de informações. Sempre que acontece um assalto, a vítima comunica aos colegas por mensagem no aplicativo. “O dinheiro perdido é o menos importante, estamos preocupados com as vítimas desses marginais. Nem todo comerciante tem condições de pagar segurança terceirizado”, destacou Magdiel Souza.

O responsável pela Delegacia Regional da Polícia Civil em Anápolis, delegado Fábio Vilela, concordou que o problema de assalto não atinge apenas os farmacêuticos da cidade, mas os comerciantes de modo geral. Apesar dessa realidade, o policial destacou que é importante que as vítimas desse tipo de crime informem às autoridades responsáveis pela segurança pública.

“Concordamos que devido aos horários de funcionamento, as farmácias, de fato, estão mais vulneráveis ao problema. Não quero que acreditem que a Polícia Civil consiga resolver o problema, mas podemos agir quando houver o registro de ocorrência, para fazer um mapeamento das ações dos marginais”, informou Fábio Vilela.

O delegado geral contou que quando a reunião foi solicitada pelo vereador, foi pedido que o setor de estatísticas da Polícia Civil levantasse a quantidade de ocorrência de roubos em farmácias que foram registrados na delegacia. “Achamos seis boletins. É um número bem aquém da realidade, que por si só, não exigiria a necessidade de montar uma estratégia especial de investigação por parte da Polícia Civil”, explicou.

De acordo com Fábio Vilela, a Polícia Civil vai se empenhar em ajudar esses comerciantes, através da soma de esforços com a Polícia Militar, Ministério Público e Judiciário. “De posse das informações dessa reunião, e com apoio também da categoria, que poderá munir a Polícia Civil de informações a respeito desses crimes, acredito que conseguiremos realizar ações especificas e com êxito”, afirmou.

O comandante do 3º CRPM, coronel João Batista Freitas, disse que o primeiro passo para atender aos pedidos dos farmacêuticos foi dado. “Essa questão dos dados da criminalidade é fundamental para a ação das forças policiais. Peço ainda que orientem os funcionários a ficarem atentos às atitudes suspeitas e acionar a polícia quando julgar necessário”, destacou.

Outro pedido do comandante da PM é que os farmacêuticos adicionem policiais no grupo de Whatsapp dos comerciantes. A ideia é que a Polícia Militar possa agilizar o atendimento a ocorrência. “Temos o patrulhamento de áreas, mas às vezes quando a viatura passa na porta das lojas, não identifica que pode estar acontecendo algum problema do lado de dentro. Essa demora no atendimento da ocorrência prejudica sim o nosso trabalho, mas vamos colaborar para garantir maior segurança aos nossos comerciantes”, concluiu o coronel. (Com reportagem de Geovana de Bortole)

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