Pré-candidatos a deputado estadual agitam bastidores políticos de Anápolis

Assembleia Legislativa

Já são pelo menos 19 nomes de Anápolis que confirmam o desejo de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás na eleição do próximo ano

MARCOS VIEIRA

O segundo semestre inaugura definitivamente dentro dos partidos a busca por nomes dispostos a encarar o processo eleitoral do ano que vem e pelo menos 19 políticos já manifestaram algum interesse em disputar uma vaga de deputado estadual. O aumento de representatividade na Assembleia Legislativa talvez seja um dos grandes desafios de Anápolis nos últimos anos.

A maioria dos pré-candidatos é de nomes já bem conhecidos do eleitorado e são oriundos basicamente de dois grupos: vereadores ou derrotados no pleito de 2016. Há poucas novidades e em partidos que não há nenhum cotado, quem geralmente aparece como opção é o presidente da sigla – ou seja, alguém experimentado no mundo político.

Desde a derrota como candidato a vice-prefeito, o ex-vereador Eli Rosa (PMDB) já se posicionou como pré-candidato a deputado estadual. Seu desejo deve se consolidar, já que seu grupo é majoritário dentro do partido e a única política com mandato no PMDB local, portanto com voz ativa, é a vereadora Elinner Rosa, filha do pré-candidato.

O PTB do prefeito Roberto Naves tem dois pré-candidatos: os vereadores Leandro Ribeiro e Jean Carlos. A definição de qual deles irá encarar a campanha envolve uma engrenagem mais complexa, que pode inclusive passar pela definição do apoio do Executivo na eleição do próximo presidente da Câmara Municipal, no biênio 2019-2020.

O grupo de Roberto Naves também tem a pré-candidatura já lançada do vice-prefeito Márcio Cândido (PSD), que nessa última semana foi assediado pelo PSDB (ver reportagem na página 4). Márcio tem sido extremamente cauteloso quando o assunto é 2018, pois sabe a importância de se manter a base coesa e, lógico, a necessidade de se embarcar em um projeto que tenha realmente viabilidade.

O lançamento da candidatura de um vice-prefeito em exercício é algo raro desde que Anápolis voltou a eleger prefeito pelo voto direto. Houve alguns ensaios recentes – como João Gomes enquanto vice de Antônio Gomide – mas que acabou não se consolidando.

Em relação ao PT, o vereador Gomide é tido como um pré-candidato a deputado estadual, embora apareça na lista dos pretensos nomes para a disputa ao governo ou ao Senado. A estratégia passa pela candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. Os petistas goianos vão negociar o apoio ao seu principal líder e, para isso, podem abrir mão de vagas na chapa majoritária.

A vereadora Professora Geli Sanches (PT) também é uma das que aparecem como pré-candidata a deputada estadual. Outra mulher que já se colocou à disposição do partido, e também vem da Câmara, é a advogada Thaís Souza (PSL).

O DEM tem um trio de possíveis postulantes que terá a missão de também reforçar na cidade a candidatura quase certa a governador do senador Ronaldo Caiado: o ex-deputado Pedro Canedo, que disputou mandato de prefeito no ano passado (27.544 votos); o ex-vereador Miguel Marrula, que foi o candidato a vice-prefeito em 2016; e o diretor-geral da CMTT e presidente do diretório municipal, Carlos César Toledo.

Outros dois nomes ligados ao prefeito e que estão na Câmara Municipal também são pré-candidatos: o líder Jakson Charles (PSB) e o presidente Amilton Filho (SD). O primeiro é a primeira opção para dar suporte em Anápolis à possível candidatura à reeleição da senadora Lúcia Vânia (PSB). Já Amilton surgiria como dobradinha em uma chapa com um dos principais nomes do seu partido, o deputado federal Lucas Vergílio.

O PSDB tem como pré-candidato a reeleição o deputado estadual Carlos Antonio, que depois de ter ficado em 5º lugar na disputa para prefeito no ano passado, com 19.788 votos, deve encarar a campanha de 2018 como um dos principais desafios para a consolidação de fato da sua trajetória pública como um político com força eleitoral contínua.

Há 15 dias o vereador Mauro Severiano (PSDB) revelou ao JE que também é pré-candidato a deputado estadual. O também vereador Pastor Elias Ferreira tem mantido seu nome à disposição, embora não assuma uma pré-candidatura. Próximo a José Eliton – o possível cabeça de chapa da base governista – Elias seria uma opção caso os atuais nomes decidam desistir ou alçar outros vôos.

Um nome certo na disputa para deputado estadual no PSC é o coordenador do Procon Anápolis, Valeriano Abreu, que com seus 23.520 votos na disputa eleitoral de 2016 se cacifou como uma força na corrida para a Assembleia Legislativa. Outra promessa, pelo menos considerando os votos de 2016, é o ex-prefeito João Gomes, que se filiou ao PP, ganhou uma secretaria estadual do governador Marconi Perillo (PSDB) e se aproximou do senador Wilder Morais, mandachuva pepista e pré-candidato a reeleição.

O PMN tem como pré-candidato o vereador Teles Júnior – o partido já anunciou a pré-candidatura a governador do anapolino Humberto Evangelista, delegado aposentado da Polícia Federal. Já o PHS poderá lançar o pastor Elismar Veiga, que em outros pleitos já esteve bem próximo de conquistar uma vaga na Assembleia de Goiás.

O Podemos, ex-PTN, partido do deputado federal Alexandre Baldy, tem como pré-candidato a estadual um velho conhecido das disputas em Anápolis: José de Lima. O irmão dele, Paulo de Lima, não assumiu, mas é uma opção do PDT.

A quantidade de políticos anapolinos que lançaram seus nomes na tentativa de uma vaga na Assembleia Legislativa nos dois últimos pleitos (2010 e 2014) acabou prejudicando a representatividade da cidade. Em 2010, por exemplo, dos 16 candidatos que comprovaram domicílio eleitoral em Anápolis, apenas dois tiveram êxito nas urnas: Carlos Antonio, hoje no PSDB, à época PSC, e José de Lima, pelo PDT.

Em 2014 a situação foi ainda pior: 27 candidatos com domicílio eleitoral na cidade colocaram seus nomes na disputa por uma cadeira no Legislativo estadual. Apenas um, o atual deputado Carlos Antonio, que naquele ano disputou o pleito pelo Solidariedade, conseguiu ser reeleito. (Colaboraram Lucivan Machado e Orisvaldo Pires)

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