ESPECIAL 110 ANOS | As histórias de fé e devoção na construção de Anápolis
Histórias de Sant’Ana das Antas e da Diocese de Anápolis podem ser contadas através do ano de 1745, com o Papa Bento XIV
ORISVALDO PIRES
A história de Sant’Ana das Antas e da Diocese de Anápolis, para ser contada, precisa se reportar ao ano de 1745, quando o Papa Bento XIV, no dia 6 de dezembro, criou a Diocese de Goiás. A prelazia de Goiás foi elevada a bispado em 15 de junho de 1826, quando tomou posse o bispo Luís Antônio da Silva e Souza. No período de Diocese (1826 a 1932) passaram mais oito bispos.
Em 18 de novembro de 1932, a diocese foi elevada à condição de arquidiocese e sede metropolitana, pelo papa Pio XI, durante o episcopado de Dom Emanuel Gomes de Oliveira. O primeiro arcebispo de Goiás tem história em Anápolis. Foi Dom Emanuel o responsável pela solicitação que trouxe os frades franciscanos para a região. A mais importante praça do Bairro Jundiaí leva seu nome, em homenagem aos serviços que prestou ao povo anapolino.
A Arquidiocese de Goiás foi extinta pelo Papa Pio XII em 26 de março de 1956 e criada a nova Diocese de Goiás, tendo como primeiro bispo Dom Cândido Bento Maria Penso (1956-1959). Depois vieram Dom Abel Ribeiro Camelo (1960-1966), Dom Tomás Balduíno (1967-1998) e Dom Eugênio Rixen (1999 aos dias atuais).
Com a extinção da Arquidiocese de Goiás em 1956, foi criada a Arquidiocese de Goiânia. O interventor federal, Pedro Ludovico Teixeira, que comandou o processo de transferência da capital do Estado de Goiás para Goiânia, seguiu em conformidade com a chamada ‘Marcha para o Oeste’, movimento criado pelo governo de Getúlio Vargas para acelerar o progresso e a ocupação do Centro-Oeste.
A pedra fundamental da cidade de Goiânia foi lançada em 24 de outubro de 1933. O município de Goiânia foi criado em 2 de agosto de 1935, por meio de Decreto Estadual. A efetiva transferência da capital para Goiânia foi oficializada em 1937. No entanto, o Batismo Cultural aconteceu apenas em 5 de julho de 1942.
Na virada das décadas de 40 e 50, Goiânia contava com aproximadamente 60 mil habitantes. Foi Dom Emanuel Gomes de Oliveira quem iniciou o planejamento que, mais tarde, desaguaria na supressão de algumas e na criação de outras dioceses no estado de Goiás.
Em 16 de junho de 1957 a arquidiocese foi instalada pelo então núncio apostólico no Brasil, Dom Armando Lombardi. O primeiro arcebispo foi Dom Fernando Gomes dos Santos. Começa ali uma nova e preciosa fase da Igreja Católica em Goiás. Depois assumiram como bispos Dom Antônio Ribeiro de Oliveira (1986-2002) e Dom Washington Cruz (2002 aos dias atuais).
Foi durante o episcopado de Dom Fernando Gomes dos Santos que surgiu a Diocese de Anápolis, criada em 28 de outubro de 1966, pelo papa Paulo VI. A instalação foi no dia 10 de dezembro daquele ano. O primeiro bispo foi Dom Epaminondas José de Araújo (1966-1979), depois vieram Dom Manoel Pestana Filho (1979-2004) e Dom João Wilk (2004 aos dias atuais).
Na segunda metade do século XIX Ana das Dores de Almeida, que vinha em viagem de Jaraguá para Bomfim (hoje Silvânia), passou pela região do Vale das Antas, quando aconteceu a conhecida história do burrico que transportava a imagem de Sant’Ana e que empacou durante uma das jornadas dos tropeiros. Em 1870 Gomes de Souza Ramos, filho de Ana das Dores, se mudou para Bomfim e erigiu aqui a capelinha de Sant’Ana, conforme desejo de sua mãe.
Em 25 de abril de 1870, moradores das imediações do Córrego das Antas doaram uma área de terras para que fosse construída uma capela em louvor a Sant’Ana. No dia 3 de novembro de 1871 a capela recebeu a benção pelas mãos do padre Francisco Inácio da Luz. Em 6 de agosto de 1873 foi criada a Paróquia de Sant’Ana. Nos anos 40 os frades franciscanos chegaram a Anápolis e assumiram a Paróquia Sant’Ana.
A festa e novena em devoção à Senhora Sant’Ana é a mais antiga da região. Nasceu praticamente com a criação da capela. Mais tarde teve início outra festa que rapidamente se tornou bem popular: Bom Jesus da Lapa.