Dengue dá trégua em 2017: redução de casos é de 91%

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ANA CLARA ITAGIBA

O índice de pessoas diagnosticadas com dengue em Anápolis entre janeiro e setembro deste ano caiu 91,1%, se comparado ao mesmo período de 2016. Foram 935 casos registrados agora, diante de surpreendentes 10.516 no ano passado – os dados são de boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde.

Com o fim da estiagem e consequentemente o início das chuvas, a dengue volta à pauta do dia para a população, já que a redução da doença só é possível com a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

O ápice da dengue neste ano ocorreu em abril, com 246 casos confirmados. O pior mês nos primeiros nove do ano de 2016 foi março, com o registro de 2648 casos em Anápolis.

A Vila Jaiara é o bairro com mais notificações de dengue neste ano, com 94 registros. Na sequência aparecem Jardim Alexandrina (46 notificações), Recanto do Sol (34), Centro (34), Bairro das Bandeiras (33), Nova Vila (29) e Bairro de Lourdes (29).

Há uma morte confirmada por dengue, de uma pessoa com mais de 80 anos de idade e outro óbito em investigação, referente a uma criança na faixa etária entre um e quatro anos.

O boletim epidemiológico informa ainda que a Unidade de Saúde do Jardim Progresso, com 520 registros, é a que mais recebeu pacientes para o primeiro atendimento nos primeiros nove meses deste ano. Em segundo lugar aparece a UPA, com 249 notificações e na sequência, Unidade de Saúde Abadia Lopes, com 146 registros.

Em relação às notificações, que incluem casos confirmados e outros que posteriormente são descartados, o decréscimo entre 2016 e 2017 foi de 79% – de 14.919 para 2980. Entre 2015 e 2016 houve um crescimento de 52% e de 2014 a 2015, o avanço foi de 37%.

A gerente de Combate a Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Érica Reis, informa que o mês de janeiro de 2017 bateu o recorde de imóveis encontrados com focos de dengue, em um total de 475 residências. Já o mês de agosto teve 17 casas registradas e foi o período com menos focos no município.

Érica acredita que essa redução se deve a três motivos. “Primeiro a nossa insistência em levar a educação em saúde para a população e estar sempre retornando ao imóvel. Segunda é a agregação do trabalho entre várias secretarias e órgãos. E a terceira é a junção do serviço de Postura com o de Vigilância em Saúde”, pontua.

As ações de combate a dengue em Anápolis contam com aproximadamente 400 pessoas e têm funcionado em parceria com o Corpo de Bombeiros, a ALA 2 (antiga Base Aérea) e a equipe de agentes de saúde do Combate de Endemias e Vigilância Sanitária. Assim que identificam um foco de dengue na residência, o responsável pelo imóvel é notificado e um prazo é dado para que ele faça as adequações. Se isso não ocorrer, o proprietário é multado pela Postura no valor de R$ 1 mil para residências e R$ 1,5 mil para comércios.

Segundo a gerente, o maior desafio atualmente é a conscientização da população. “As pessoas devem entender que o local é dela, então a partir do momento que você encontra o imóvel fechado, que é um imóvel-problema, pois até que nós adequamos, identificamos quem é o proprietário, até que ele entenda que o mosquito já procriou várias vezes, pois o ciclo do mosquito é muito rápido, é de sete dias”, lamenta Érica, reforçando a ideia de que é preciso fazer o descarte correto de tudo que cada um produz, independentemente se for dentro ou fora de casa.

Ações
Com a chegada da primavera e o começo das chuvas, o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, aumenta consideravelmente. Pensando nisso, a Gerência de Vigilância Epidemiológica vem se mobilizando desde junho para evitar a epidemia de dengue, zika e chikungunya. “Agora nós estamos programando ações como vistorias de imóveis e a conscientização da população. As pessoas devem entender que precisam descartar o lixo em local correto. Devem estar atentas a qualquer recipiente que acumule água e devem fazer vistoria no mínimo uma vez na semana no seu imóvel. Essas são as orientações que nós sempre estamos passando”, conclui.

SINTOMAS DENGUE

Dengue Clássica
Febre alta com início súbito.
Forte dor de cabeça.
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos.
Perda do paladar e apetite.
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
Náuseas e vômitos•
Tonturas.
Extremo cansaço.
Moleza e dor no corpo.
Muitas dores nos ossos e articulações.

Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Dores abdominais fortes e contínuas.
Vômitos persistentes.
Pele pálida, fria e úmida.
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
Manchas vermelhas na pele.
Sonolência, agitação e confusão mental.
Sede excessiva e boca seca.
Pulso rápido e fraco.
Dificuldade respiratória.
Perda de consciência.

Fonte: www.dengue.org.br

Goiás recebe R$ 2,3 mi para combate à dengue

DA REDAÇÃO

O Ministério da Saúde liberou, em setembro, R$ 2,3 milhões para 246 municípios do Estado de Goiás referente à segunda parcela de recurso adicional para o combate ao mosquito Aedes aegypti. Pata todo o país, a pasta já liberou R$ 30,4 milhões. Serão beneficiados 3.148 municípios em 20 estados e o Distrito Federal porque cumpriram critérios para intensificar as medidas de prevenção e combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Em janeiro de 2017, o Ministério da Saúde repassou R$ 91,2 milhões aos municípios de todos os estados, referente à primeira parcela. No total são R$ 152 milhões ao combate ao Aedes. Já o envio da segunda parcela foi condicionado ao cumprimento de alguns critérios, especialmente a realização do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), no caso de cidades com mais de dois mil imóveis.

Os municípios com menos de dois mil imóveis devem fazer o Levantamento de Índice Amostral (LIA) e o monitoramento por ovitrampa ou larvitrampa nas cidades sem infestação do mosquito. Também estão previstas metodologias alternativas, utilizadas pelas vigilâncias locais para monitorar o nível de infestação do mosquito Aedes.

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou a importância desse recurso extra para os municípios. “Não podemos baixar a guarda diante de um vetor responsável por várias enfermidades. Por isso, subsidiamos estados e municípios com um reforço financeiro para a intensificação de ações que visam o controle das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, principalmente, no verão, período de maior circulação desse vetor”, afirmou o ministro.

Dados
Considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o Ministério da Saúde realiza, em conjunto com estados e municípios, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). O levantamento possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção.

Em 2017, até 2 de setembro, foram notificados 219.040 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 84,8% em relação ao mesmo período de 2016 (1.442.208). Com relação ao número de óbitos, também houve queda significativa (87%), reduzindo de 678 óbitos em 2016 para 88 em 2017. Da mesma forma, são os registros de dengue grave e com sinais de alarme que caíram 79,2% e 77,7%, respectivamente, de um ano para outro. Dengue grave diminuiu de 885, em 2016, para 184 em 2017. Já dengue com sinais de alarme baixou de 8.603, em 2016, para 1.913 em 2017.

Em todo país, a região Nordeste registrou o maior número de casos prováveis de dengue (81.447 casos; 37,1% em relação ao total do país), seguida das regiões Centro-Oeste (66.899; 30,5%), Sudeste (47.644 casos; 21,7%), Norte (20.526 casos; 9,3%) e Sul (2.524 casos; 1,1%).

A análise da taxa de incidência de casos prováveis de dengue (número de casos/100 mil hab.), segundo regiões geográficas, evidencia que as regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de incidência: 427,2 casos/100 mil hab. e 143,1 casos/100 mil hab, respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UFs), destacam-se Goiás (810,2 casos/100 mil hab.), Ceará (484,4 casos/100 mil hab.) e Tocantins (342,1 casos/100 mil hab.)

Chikungunya
Até 2 de setembro foram registrados 171.930 casos prováveis de febre chikungunya, o que representa uma taxa de incidência de 83,4 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de 34,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 261.645 casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2016 foi de 127 casos/100 mil/hab.. Neste ano, foram confirmados laboratorialmente 99 óbitos. No ano passado todo, foram 204 mortes confirmadas, o que indica uma redução de 51,4%.

A região Nordeste foi a que apresentou o maior número de casos prováveis (130.910 casos; 76,1% em relação ao total do país). Em seguida aparecem as regiões Sudeste (22.789 casos; 13,2%), Norte (14.888 casos; 8,6%), Centro-Oeste (3.081 casos; 1,7%) e Sul (262 casos; 0,1%). Entre as Unidades da Federação (UFs), destacam-se Ceará (1.187,4 casos/100 mil hab.) e Roraima (673,2 casos/100 mil hab.)

Zika
Até 2 de setembro foram registrados 15.586 casos prováveis de Zika em todo país, uma redução de 92,6% em relação a 2016 (211.487). A incidência reduziu 92,5%, passando de 102,6 em 2016 para 7,6 neste ano.

As regiões que apresentam maiores taxas de incidência são Centro-Oeste e Norte, com 35,9 casos/100 mil hab. e 13,9 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as UFs, destacam-se Tocantins (62 casos/100 mil hab.), Mato Grosso (59,4 casos/100 mil hab.) e Goiás (53,3 casos/100 mil hab.).

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