Nível baixo do Piancó faz Saneago anunciar falta de água em toda a cidade de Anápolis

Centro de captacão de água da saneago (49)

Companhia pede à população o uso racional da água e diz que vem trabalhando para concluir obra de transposição do Capivari, que resolveria definitivamente o problema

MARCOS VIEIRA

Comunicado da Saneago, distribuído à imprensa na sexta-feira (20), projeta um final de semana de falta de água em Anápolis devido à baixa do Ribeirão Piancó, principal afluente para o abastecimento público da cidade.

“Desde o último dia 19, o Ribeirão Piancó, responsável pelo abastecimento de Anápolis, sofreu uma grave redução no nível de captação para tratamento e distribuição de água para a população. Diante desta situação e, também, devido ao aumento de consumo nesta época de elevadas temperaturas, a companhia informa que poderão ocorrer intermitências no abastecimento ao longo deste final de semana”, diz o texto da Saneago.

A companhia informa ainda que nenhum setor da cidade ficará desabastecido por um período superior a 24 horas, embora diversos registros de moradores de falta de água por tempo maior que um dia era facilmente encontrado nas redes sociais. Na Vila Nossa Senhora D’Abadia, por exemplo, as torneiras secas ultrapassavam as 24 horas. A empresa, como de praxe, pediu a colaboração dos anapolinos. “Com a cooperação da população, no sentido de fazer uso comedido de suas reservas de água tratada, os transtornos destes períodos de desabastecimentos serão atenuados”, ressaltou. Um telefone (0800-645-0115) foi informado para eventuais notificações sobre falta de água.

A companhia conclui a nota: “obras de transposição do Capivari continuam em ritmo acelerado para garantir a normalização do Sistema Piancó o quanto antes”. Esse serviço, orçado em R$ 3,8 milhões, foi prometido para que seja concluído até o final deste mês. Segundo o governo, na prática o sistema vai atuar com uma fonte reserva, em casos de queda na vazão do Piancó I e Piancó 2, nos períodos de estiagem, como ocorre agora.

Decreto
No dia 6 deste mês, um decreto do prefeito Roberto Naves (PTB) instituiu uma comissão para elaboração de estudo de viabilidade técnica da municipalização dos serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto de Anápolis.

O grupo de trabalho é presidido pelo secretário de Gestão, Planejamento e Tecnologia, Igo Santos Nascimentos. São membros os seguintes servidores da administração: Antônio Heli de Oliveira (procurador-geral do Município), Geraldo Lino (secretário da Fazenda), Eva Maria Cordeiro (diretora de Indústria, Comércio e Serviço da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Agricultura), Vinicius Alves (secretário de Obras e Serviços Urbanos) e Antônio Barbosa El Zayek (diretor de Limpeza Urbana da Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano).

A comissão terá que avaliar benefícios e eventuais prejuízos da municipalização da água e esgoto, seja pela exploração “direta, indireta ou por empreita”. Além disso, terá que avaliar os recursos hídricos disponíveis em Anápolis, traçando paralelo com a necessidade dos cidadãos, empresas e indústrias do município, aferindo a possibilidade de atendimento a contento, principalmente no que tange à qualidade, quantidade e intermitência dos serviços.

A comissão poderá utilizar recursos estruturais e de pessoal da Prefeitura de Anápolis para o trabalho. O relatório final do trabalho deverá ser apresentado em 180 dias.

Nas considerações que justificam a criação da comissão, o prefeito cita que a Saneago, dona atual da concessão, não “atende a contento a população, empresas e indústrias” de Anápolis. Mais adiante ele diz que o fornecimento de água e o tratamento de esgoto são “de extrema necessidade e a má prestação dos serviços vem causando notórios prejuízos e transtornos”.

Roberto também justifica a criação da comissão ao dizer que é preciso avaliar, caso haja a retomada da água e do esgoto, qual o modelo mais eficiente, entre a prestação direta, indireta ou por empreita.

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