Em nova fase, Maternidade Dr. Adalberto Pereira busca doações

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A nova direção da Maternidade Dr. Adalberto Pereira da Silva está promovendo eventos para arrecadar dinheiro para a reforma da instituição

ANA CLARA ITAGIBA

A nova direção da Maternidade Dr. Adalberto Pereira da Silva está promovendo eventos para arrecadar dinheiro para a reforma da instituição. Aulas de pilates, cursos, bazares e jantares beneficentes já ajudaram a reformar apartamentos, aumentar o número de leitos, além de construir uma sala especial para mães que precisaram passar por uma curetagem ou sofreram aborto.

O próximo evento será um bazar que acontecerá no dia 15 de março. Os interessados em ajudar podem fazer doações na unidade, localizada na Rua Firmo de Velasco, nº 1.394, Setor Central, até o dia 14 de março. Estão recebendo roupas, bijuterias, sapatos, bolsas e acessórios novos ou em boa conservação.

Desde que a instituição sofreu uma intervenção administrativa, em 2010, a sua imagem diante da população ficou um pouco desgasta. Além disso, quem passa em frente da maternidade se depara com uma fachada com aspecto de abandono, o que leva muita gente a achar que o local se manteve fechado por anos, porém os trabalhos continuam a todo vapor.

Hoje a instituição tenta se reerguer para acabar com a imagem negativa investindo assim em marketing e na reforma estrutural. Mas, como as verbas recebidas só pagam o salário dos 70 colaboradores, a nova gestão está se empenhando para realizar esses eventos onde todo o dinheiro arrecadado está sendo destinado para este fim.

De acordo com a responsável pelo Desenvolvimento Humano e Organizacional da Maternidade, Camila Júlia de Oliveira, semanalmente a entidade tem promovido reuniões com os representantes dos setores para discutir os problemas pontuais e assim buscar soluções viáveis.

Foi durante esses encontros que decidiram começar as mudanças estruturais de dentro para fora, mesmo que a fachada precise de uma melhora emergencial. Camila não soube dizer exatamente quanto a maternidade precisa para se manter mensalmente, mas afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) paga 70% das despesas e os outros 30% vêem dos leitos particulares. O problema é que muitas vezes não conseguem preencher esses leitos, o que influencia diretamente na falta de arrecadação. “As pessoas acham que a maternidade é exclusivamente do SUS e isso acaba prejudicando o nosso particular. Podemos dizer que atendemos apenas 40% daquilo que poderíamos de partos no município. Podemos chegar a fazer até 420 por mês, mas fazemos apenas 40% disso”, pontuou.

É por conta disso que a reforma interna está sendo prioridade. “Queremos que as mães sintam-se mais a vontade para fazer os seus partos aqui. Demos preferência para as salas de pré-parto, o próximo passo será a reforma da fachada e logo depois melhoraremos a entrada do centro cirúrgico”, conta Camila ao explicar que hoje, quando a mãe sai do parto fica em contato direto com aquelas que estão no apartamento e que a mudança dará mais privacidade para todas elas.

Reforma
A maternidade foi construída com vários anexos. Casas próximas ao loteamento foram compradas e transformadas em um espaço único. Agora precisam se adaptar para oferecer o melhor atendimento às gestantes. Os apartamentos, que antes eram simples, estão sendo transformados em quartos para partos humanizados. Haverá instalações para que o acompanhante tenha conforto, além de banheiras, cama, berço, sofá e televisão. Para cada unidade, o valor da reforma é de aproximadamente R$ 26.400,00.

A segunda ação prevê a reestruturação da Unidade de Cuidado Intensivo (UCI) Neonatal com sua transferência e reinstalação em outra ala da unidade, o que ampliará a UTI Neonatal de atendimento aos recém-nascidos. Essa ação do projeto prevê gastos entorno de R$ 86.750.

Além dos eventos, a Maternidade tem buscado patrocinadores como empresas, instituições e entidades de classe. “Não estamos pedindo dinheiro exclusivamente, mas quem quiser ajudar com materiais para construção e mobília, ajudaria muito. Estamos fazendo tudo com muita transparência. Quem quiser nos fazer visitar iremos mostrar tudo o que está sendo feito a partir da arrecadação da população”, afirma Camila.

A responsável pelo Desenvolvimento Humano e Organizacional afirma que já ouviu muitas críticas de pessoas dizendo que o custeio dessas reformas é papel do estado. “Eu acredito que realmente seja, mas se a gente pode fazer alguma coisa para mudar essa realidade, não vejo porque ficarmos de braços cruzados. Tem tanta gente que quer ajudar e não sabe como. Acho que a maternidade está criando um espaço para que as pessoas possam fazer isso”, garante.

História
A Maternidade Dr. Adalberto foi inaugurada no dia 26 de julho de 1961, pela esposa do médico Adalberto Pereira da Silva. O médico tinha o sonho de construir uma instituição de relevância social para as gestantes de Anápolis, mas faleceu antes de concretizá-lo. Foi assim que Dona Olívia, sua esposa, resolveu investir nesse sonho e homenagear o marido fundando a Maternidade Dr. Adalberto.

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