Rede municipal de Anápolis tem como tema neste ano a luta contra o bullying

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ANDRÉ RIBEIRO

Na última quarta-feira (24.jan), 36 mil estudantes iniciaram o ano letivo na rede municipal de ensino, e o tema institucional neste ano em Anápolis é “Bullying Brincadeira sem Graça”.

A violência nas escolas entre alunos vem preocupando os educadores, psicólogos, pais entre tantas outras pessoas envolvidas diretamente e indiretamente. Essa agressão intencional e repetida se denomina como bullying e traz consequências negativas às vítimas.

Os agressores são geralmente os líderes da turma, os mais populares aqueles que gostam de colocar apelidos nos mais frágeis. Assim como a vítima, ele também precisa de ajuda psicológica, pois no futuro, este adulto pode ter um comportamento de assediador moral no trabalho e, pior, utilizar da violência e adotar atitudes delinquentes ou criminosas.

Ao longo dos anos especialistas estão presenciando o bullying nas escolas, tanto na rede municipal, estadual e particular de ensino e em várias cidades do Brasil. A necessidade de falar sobre o tema vem se acumulando decorrente aos acontecimentos, que antes era somente no exterior, mas que atualmente está acontecendo cada vez mais perto.

De acordo com o secretário de educação, Alex Martins, o tema institucional chegou na hora certa, pois no ano passado houve casos em que passaram das agressões psicológicas e chegaram a agressões físicas. “O que aconteceu na capital goiana deixou todos profissionais da educação angustiados pelo que efetivamente pode ocasionar uma situação de bullying”, acrescenta.

O secretario ressalta uma experiência que foi feita no colégio Jair Ribeiro no Jardim Guanabara, que foi uma roda de conversa, trabalhando o tema na sua informalidade, com a linguagem mais jovial e com a companhia de psicólogos. Alex afirma que foi extremamente positivo e que através dessa roda de conversa pôde se direcionar e descobrir caminhos que teve retornos positivos. “O experimento se solidificou e agora podemos levar a roda de conversa para a rede municipal de ensino, para envolver mais turmas e mais adolescentes”, pontua.

Em todo lugar existe o bullying, mas que antes era visto como fatos isolados ou apenas uma “brincadeira de criança”, ou seja, não era levado a sério pela maioria das pessoas. Talvez o que tenha virado aos olhos do mundo para essa manifestação foram os casos que aconteceram em várias escolas de garotos que sofriam bullying terem se revoltado e matado os que o ofendia.

Uma pesquisa realizada no Brasil mostra que esse tipo de atitude é mais comum da 6° ao 9° ano do ensino fundamental. Nos meninos, é comum a agressão física ou simples ameaça (empurrões, pontapés e tapas). Nas meninas a intimidação de cunho psicológico é mais utilizada (apelidos maldosos, espalhar histórias humilhantes ou mentiras).

O diálogo será a principal estratégia da secretaria de educação irá usar dentro do tema institucional, além de palestras, músicas e teatros. “A melhor forma de tratar o bullying além do diálogo é saber que ele existe, e ao saber que ele existe descobrir nas pessoas essa existência”, salienta Alex Martins.

Além dos profissionais da escola é fundamental que os pais estejam atentos no comportamento de seus filhos, para perceber se o filho seja a vítima ou agressor, pois ambos envolvidos precisam de apoio psicológico. É preciso que os pais mostrem estar sempre abertos a ouvir e a conversar com seus filhos.

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