O deserto de ideias das candidaturas de deputado | por Marcos Vieira

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O deserto de ideias atinge as candidaturas a deputado estadual de Anápolis. Há nomes em profusão e poucos projetos para a cidade. Basta ouvir as declarações dos postulantes. A intenção de entrar na vida pública soa mais como um projeto pessoal do que um desejo de servir a coletividade.

Quanto mais o tempo passa há o afunilamento de nomes, mas nenhum deles apresenta bandeiras de luta caso conquistem um mandato. Fala-se apenas em aumentar a representatividade na Assembleia Legislativa, mas o que isso pode traduzir em benefício para os anapolinos?

Não é preciso ser profundo conhecedor da política para prever que a cidade dificilmente conseguirá a tal ampliação no número de deputados. Muita gente sem qualquer conteúdo pedindo voto. Soma-se a isso o fato de vários candidatos de outros domicílios eleitorais, com dinheiro em caixa, aparecerem por aqui e dividirem os votos dos locais.

Não há fórmula mágica. Basta que os candidatos pensem em algo para apresentar ao eleitor, além dos seus nomes. E que argumentem para além da velha máxima de que a cidade precisa ter mais gente na Assembleia Legislativa. Isso não convence. Já diz o clichê: quantidade não é qualidade.

Dirigentes partidários da cidade também precisam abrir mão de fazer apenas o jogo das cúpulas nacional e estadual. Lançar um candidato para dar palanque ao nome que disputa o cargo majoritário é esquecer que a política anapolina precisa ser reforçada. Esse erro fez com que chegássemos ao cenário de hoje, de se submeter aos comandos de grupos de Goiânia e Aparecida, porque a força das autoridades locais foi sendo minada ao longo dos anos com decisões erradas, pitadas de subserviência e quase nada do espírito barrista de outros tempos.

Ninguém sabe como a indiferença poderá ser vencida e a população convencida da importância de participar ativamente da campanha. Nenhum candidato empolga até o momento, as notícias que continuam vindo de Brasília são desagradáveis e o Judiciário decidiu se envolver demais com aqueles que deveriam ser somente julgados por ele.

A condenação do ex-presidente Lula foi comemorada por parcela da sociedade como o “extermínio da corrupção”. Essa visão simplista de um sistema viciado que envolve todas as siglas e foi construído ao longo de décadas mostra que é preciso caminhar muito em termos de formação política do brasileiro. A divisão do país começa na cabeça de quem pensa só em si próprio.

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