Morte do agente penitenciário Eduardo foi aleatória e custou R$ 20 mil, diz Polícia Civil

eduardo

No dia 2 de janeiro de 2018 o vigilante prisional temporário, Eduardo Barbosa dos Santos (34 anos), foi assassinado com cerca de 24 disparos de arma de fogo calibre 9 milímetros. O assassinato aconteceu na saída do seu plantão do presídio de Anápolis, quando Eduardo estava chegando em sua casa no Bairro Bounganville.

De acordo com investigações da Polícia Civil, a ordem para a matar o vigilante partiu de dentro da cadeia de Anápolis. A escolha da vítima foi aleatória e para execução do crime foram pagos R$ 20 mil. A informação foi dada na manhã desta quinta-feira (8.fev.18), em entrevista coletiva concedida na 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Anápolis.

O motivo foi a rigidez da administração prisional, que durante a revisão nas celas no dia 29 de dezembro culminou na apreensão drogas, bebidas e celulares.

No mesmo dia que Eduardo Barbosa foi morto, por volta das 17h20, também foi registrado o assassinato do agente de segurança prisional, Ednaldo Monteiro da Silva (43 anos). Dessa vez o crime aconteceu em frente uma floricultura localizada no Centro da cidade.

Para investigar esses dois crimes foi montada uma força tarefa da Polícia Civil, Denominada “Operação Manchester”, comandada pelo titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Valdemir Pereira da Silva.

Crime
A Polícia Civil detalhou que dois reeducandos, Pedro Henrique, apelidado de Pedrinho, e Anderson, contrataram Bruno César, vulgo “Gueroba” e Wellington, conhecido como “Satanás” para assassinar o primeiro agente penitenciário que saísse do presídio no dia 2 de janeiro desse ano, que no caso foi Eduardo Barbosa.

Logo que Eduardo do seu plantão fardado, ele foi seguido por Bruno e Wellington até a sua casa no Bounganville e foi assassinado com 24 disparos de arma de fogo. Após o crime, ao saber que a fotografia de Bruno estava sendo divulgada em grupo de Whatssap como suspeito da morte do agente, Pedrinho, com a finalidade de queima de arquivo, determinou que Wellington matasse Bruno.

A morte de Bruno aconteceu no dia 5 de janeiro com a ajuda de Islouvich Richars Salles, detido na Operação Manchester e Clayton Silva Carvalho, foragido da Justiça. A esposa de Anderson (um dos mandantes da morte do agente Eduardo) também foi presa durante a operação, suspeita de auxiliar Wellington e Bruno no dia do assassinato de Eduardo.

Outro homem, chamado de Lucas Machado Nascimento, que já estava preso, teve novo mandado de prisão cumprido no dia 6 de fevereiro desse ano por manter diversas conversas com Bruno e Pedrinho no dia da morte de Eduardo. Lucas também é suspeito de ter participado do fato.

Mais mortes
Ainda durante as investigações ficou esclarecido que a morte de Kleber Sousa Vitorino (26 anos), que aconteceu no dia 27 de dezembro de 2017 em um lavajato de Anápolis, também foi pedida por Pedrinho, tendo como executores Wellington e Bruno. Ainda de acordo com a Polícia Civil, Há fortes indícios que Pedrinho tenha mandado matar Fábio Vieira Silveira (25 anos), ao que tudo indica, por queima de arquivo.

As investigações da Operação Manchester continuarão pelo menos pelos próximos 30 dias, prazo da prisão temporária dos já detidos, com análise do material apreendido durante o cumprimento dos mandatos.

Nessas primeiras informações repassadas pela Polícia Civil, não foi divulgada a causa e os suspeitos da morte do segundo agente de segurança prisional, Ednaldo Monteiro da Silva. Mas durante a coletiva, foi observado ainda que a primeira ordem dos reeducandos era para matar dois policiais militares dentro de uma viatura. Como não foi possível realizar a ação, Wellington e Bruno receberam orientação para matar os agentes prisionais da escolta, inclusive realizaram “campana”, para executar as mortes no dia 1º de janeiro. Sem sucesso, eles concretizaram o assassinato do agente prisional no dia 2 de janeiro.

Logo após a deflagração da operação, a Polícia Civil solicitou a remoção dos envolvidos para o Núcleo de Custódia.

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