Marconi pede que se priorize presos locais em presídio estadual
“A minha orientação é que os presidiários que estão em Anápolis sejam as prioridades para esta nova unidade”, pontuou governador tucano durante inauguração da unidade prisional
DA REDAÇÃO
Na inauguração do Presídio Estadual de Anápolis, na sexta-feira (16.fev), o governador Marconi Perillo (PSDB) disse em discurso que a prioridade da unidade é abrigar os detentos condenados da atual cadeia pública de Anápolis (Centro de Inserção Social Monsenhor Ilc). “Entregamos mais um presídio, abrimos mais 300 vagas no sistema. A minha orientação é que os presidiários que estão em Anápolis sejam as prioridades para esta nova unidade”, pontuou.
Essa utilização da nova instalação para amenizar a superlotação da antiga cadeia tem sido amplamente discutida na cidade nos últimos meses. A alegação é que o fato de ser regional coloca o presídio recém-inaugurado em um sistema mais amplo, servindo, sobretudo, para receber detentos de outras cidades goianas. A fala de Marconi tranquiliza autoridades locais.
O governador anunciou ainda que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) liberou verba para a construção de uma nova ala que irá ampliar a capacidade do novo presídio em mais 150 vagas. “Já temos recursos do Depen e do Estado para a construção de mais um módulo. Esses recursos já estão disponíveis”, concluiu.
Marconi inaugurou o presídio ao lado do vice-governador José Eliton (PSDB) e do prefeito Roberto Naves (PTB). A obra custou R$ 19 milhões. Equipamentos e manutenção demandaram investimentos de R$ 6 milhões. “Nós estamos avançando 60 anos em um ano no sistema prisional goiano”, comentou o procurador-geral de Justiça, Benedito Torres.
Apesar de a gestão do presídio ser do Estado, a Prefeitura de Anápolis está mantendo contato com o Governo de Goiás para que mais investimentos sejam feitos em Anápolis. “Temos conversado com o governador Marconi Perillo e mostramos que há necessidade de investir em educação, visto isso, que a cidade ganhou mais um colégio militar. Há necessidade de ampliar o efetivo policial, precisamos aparelhar a Polícia Militar. Esse é um passo que o governador está dando em prol do nosso município”, disse o prefeito Roberto Naves.
Estrutura
O novo presídio tem capacidade para 300 detentos. A unidade tem seis mil metros quadrados de área edificada. O prédio é dotado de sala de aula, pátio de sol, área para atendimento psicológico e espiritual, além de galpões e guaritas de segurança.
São dois pavilhões de celas cuja capacidade varia de uma a oito vagas, de acordo com a necessidade de separar os detentos por nível de periculosidade. A triagem dos internos será feita em área específica de inclusão e exclusão. Há, ainda, um espaço destinado à cozinha e refeitório.
Histórico
A inauguração do presídio põe fim a uma verdadeira saga iniciada há nove anos. A seguir os principais capítulos:
17.fev.2009 – o então prefeito Antônio Gomide (PT) envia projeto de lei à Câmara Municipal de Anápolis pedindo autorização para doar terreno de 160 mil m2 ao Estado, com a finalidade de construção do novo presídio.
9.set.2009 – a lei de doação, aprovada pelos vereadores, é sancionada pelo prefeito.
26.fev.2013 – começa a construção do presídio, com previsão contratual de conclusão em 15 meses.
Paralisação da obra entre o final de 2014 e primeiros seis meses de 2015.
23.fev.2017 – com o presídio pronto, mas não inaugurado, presos da Penitenciária Odenir Guimarães, de Aparecida de Goiânia, são transferidos para Anápolis após uma rebelião.
8.ago.2017 – retorno dos últimos presos para a POG; destruído, novo presídio necessitou de reforma.
16.fev.2018 – entrega definitiva da obra.