Polícia Militar de Anápolis atua para conter roubos a lava jatos

Maj Luciano 2018,02,09 (4)

Bandidos levam carros que estão em estabelecimentos para lavagem pela facilidade e falta de informações de funcionários

ANA CLARA ITAGIBA

Na última quinta-feira (15.fev), por volta das 14h, uma caminhonete Amarok foi levada durante um assalto a um lava jato no Bairro JK Industrial. Assaltos a estabelecimentos como esse tem se tornado cada vez mais comuns em Anápolis nos últimos seis meses, o que tem assustado seus funcionários e proprietários, além, obviamente, os clientes. Reuniões com a Polícia Militar têm sido realizadas para tentar diminuir os casos.

No início da tarde do dia 2 de janeiro, uma caminhonete Triton e um Fiesta foram roubados em um lava jato na Vila Santa Maria de Nazareth. Duas semanas depois, no dia 18 de janeiro, um HB20 também foi levado de um lava jato localizado no Bairro Jundiaí. No dia 31 de janeiro, mais um delito desta categoria foi registrado. Na ocasião, um Golf foi levado por criminosos por volta das 16h30 de um lava jato no Bairro de Lourdes.

Muitos dos veículos roubados são levados para desmanches ou usados para que os criminosos cometam mais delitos. Foi o que a Companhia de Policiamento Especializado (CPE) constatou no dia 1º de fevereiro. Durante um patrulhamento no Bairro Industrial Munir Calixto, um Logan foi visto sendo conduzido por dois indivíduos em atitude suspeita. A abordagem foi feita e ao fazer a vistoria, foi constatado que o veículo era produto de um roubo que ocorreu em um lava jato no dia 20 de janeiro deste ano. Dentro do veículo havia dois bloqueadores de sinal, uma pistola e um kit rajada.

O comandante do 28º Batalhão da Polícia Militar (28º BPM), major Luciano Souza Magalhães, explica que esta prática tem se tornado cada vez mais comum devido a sua facilidade. Isso acontece porque esses estabelecimentos não possuem sistemas de segurança apropriados de vigilância, como portões eletrônicos e câmeras. “O mundo do crime é inconstante. Os criminosos mudam a forma de agir conforme as coisas vão ficando mais difíceis. Eu sempre digo que os bandidos gostam de coisas fáceis”.

De acordo com o major, primeiro os criminosos observam a rotina do local e os funcionários que, além de trabalhar precisam cuidar de vários veículos ao mesmo tempo. Depois eles abordam os trabalhadores, pegam a chave e saem. Acontece tudo muito rápido e somente após o crime as vítimas conseguem entrar em contato com a polícia. “Recentemente nós também tivemos um caso na Vila Jaiara, onde dois veículos foram roubados dentro de um lava jato. Intensificamos o patrulhamento e com a ajuda do nosso serviço de inteligência, cerca de dois dias depois chegamos aos possíveis autores. Um dos veículos já foi recuperado e o outro ainda não foi localizado”, contou.

Muitas vezes, os funcionários não sabem dizer características básicas do veículo que foi levado. “Isso se torna um agravante na hora da denúncia, pois dificulta o nosso trabalho e facilita o trabalho dos bandidos”, afirmou o comandante do 28º BPM.

Com o aumento da criminalidade, grupos de Whatsapp com proprietários de lava jatos, farmácias, vigilantes privados e comunitários, foram criados para facilitar a comunicação com esses públicos que são alvos frequentes de bandidos. “O nosso objetivo é dificultar a ação dos criminosos, entretanto, a população tem um papel fundamental ao tomar medidas preventivas”, diz major Luciano.

Prevenção
Manter o ambiente seguro é fundamental para prevenir a ação dos bandidos. O major da PM recomenda que além dos portões eletrônicos, o lava jato precisa ter um funcionário específico para controlar a entrada e saída dos veículos. Além disso, é essencial que ao deixar o veículo no estabelecimento, dados como modelo, cor, se é segurado, placa, nome e contato do dono e até detalhes como adesivos e acessórios sejam coletados para o seu cadastro. “Algumas características são individuais de cada veículo e mesmo que o criminoso troque a placa, conseguimos identificar com mais facilidade”, garantiu o comandante do 28° BPM.

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