Pré-candidaturas de deputado federal crescem em Anápolis
Ao contrário dos últimos pleitos, disposição para concorrer ao cargo é bem maior agora: já são 12 postulantes
FERNANDA MORAIS
Não é só a quantidade de pré-candidatos a deputado estadual que pode surpreender a população anapolina na eleição desse ano. De acordo com a movimentação dos partidos, a lista de possíveis pré-candidatos a deputado federal por Anápolis já tem pelo menos 12 nomes.
O número mostra que os partidos podem não estar preocupados em aumentar a representatividade do município em Brasília, considerando que quanto mais candidatos, maior a chance de pulverização dos votos. Isso sem contar que tradicionalmente muitos eleitores da cidade têm o hábito de votar em candidatos com outros domicílios eleitorais.
Na eleição de 2014, quando o município lançou apenas cinco nomes, foram eleitos Rubens Otoni (PT) e o atual ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido), na época filiado ao PSDB. Os outros concorrentes que não tiveram êxito no pleito foram Valdair de Jesus, candidato pelo PTB, Fabrício Salvador pelo PSOL e Isael Pantera pelo PHS.
É certo que o deputado federal Rubens Otoni será o candidato natural do PT à reeleição. Desde 2002 que o petista acumula mandatos consecutivos como representante da cidade no Congresso Nacional. Caso vença novamente a eleição desse ano, ele caminhará para seu quinto mandato na Câmara Federal.
Quando assumiu o Ministério das Cidades, Alexandre Baldy disse que estaria ao lado do presidente Michel Temer (MDB) até o final do seu mandato, em dezembro de 2018, mas existe a expectativa entre os aliados do ministro que ele se filie ao PP do senador Wilder Morais para ser o candidato do partido. Para isso, Baldy teria que deixar o cargo de ministro até o dia 7 de abril.
Caso Baldy permaneça à frente do Ministério das Cidades, o Partido Progressista pode ser representado no pleito pelo ex-prefeito João Gomes. O pepista acredita que os seus 84.475 votos para prefeito em 2016, quando foi derrotado pelo prefeito Roberto Naves (PTB), o credencia para tentar uma vaga em Brasília. Depois que se filiou ao PP João Gomes ganhou uma secretaria estadual do governador Marconi Perillo (PSDB) e se aproximou do senador Wilder Morais.
Valeriano Abreu (PSC) ainda não deixou a Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor, mas já está confirmado para disputar o pleito de 2018 como candidato a deputado federal. A princípio, seu projeto político era ser candidato à Assembleia Legislativa, mas diante dos 23.520 votos conquistados na eleição municipal de 2016, o advogado decidiu alçar voos mais altos e está de olho na Câmara Federal.
No início desse mês Adhemar Santillo (PSDB) admitiu seu desejo de disputar as eleições desse ano como candidato ao Congresso Nacional. O último cargo eletivo disputado pelo tucano foi o de prefeito de Anápolis, entre 1997 e 2000. Adhemar Santillo acumula experiência de dois mandatos na Câmara Federal no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.
Outro tucano que pretende disputar as eleições de 2018 como candidato a deputado federal é o atual presidente da Agência Goiana de Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), Ridoval Chiareloto. Ele ainda não falou sobre o assunto na imprensa, mas existe uma ala do PSDB que defende seu nome para a disputa.
Embora não tenha domicílio eleitoral em Anápolis, o presidente do PTB em Goiás, deputado federal Jovair Arantes é considerado um defensor da cidade no Congresso Nacional. O político é muito próximo do prefeito Roberto Naves e tem auxiliado o chefe do Executivo a conseguir benefícios para o município em Brasília.
Existem informações que o MDB pretende lançar o empresário Samir Hajjar como representante do partido para deputado federal. O presidente do PHS, Elismar Veiga, também garantiu que a legenda vai participar do pleito com o pastor Samuel Santos como candidato. Caso Samuel decline da ideia, Elismar Veiga disse que se credencia para a disputa.
O vereador Jakson Charles, presidente do PSB municipal, informou que seu partido tem como pré-candidato a Câmara Federal o médico José Fernandes. No DEM, o nome de Pedro Canedo, eleito por dois mandatos consecutivos nos anos de 1994 e 1998 em Brasília, é o mais cotado para disputar uma vaga de deputado federal. Já o PMN deu sinais que o vereador Luzimar Silva é pré-candidato ao cargo eletivo pela legenda.
Histórico
Antes de 2002, quando Rubens Otoni foi eleito pela primeira vez deputado federal, Anápolis manteve sempre dois nomes na bancada goiana no Congresso Nacional. Somente na legislatura de 1991 a 1994 que os anapolinos não tiveram ninguém na Câmara Federal.
Entre 1983 e 1986, Fernando Cunha e Adhemar Santillo foram os dois deputados federais da cidade, ambos eleitos pelo PMDB. Já de 1987 a 1990, a bancada anapolina contava com Fernando Cunha (PMDB) e Pedro Canedo (PFL). A legislatura que foi de 1995 a 1998 contou com Lídia Quinan (PMDB) e mais uma vez com Pedro Canedo.
Debate
Anápolis vive uma busca constante por representatividade a cada disputa eleitoral. Trata-se de uma discussão que envolve o meio político a cada pleito, embora nem sempre os partidos busquem uma redução de postulantes numa tentativa de minimizar a pulverização de votos.
A quantidade de nomes em 2014 foi a mesma de 2010: cinco candidatos a deputado federal. Em 2010, além do eleito Rubens Otoni, tentaram uma vaga na Câmara Federal a ex-vereadora Miriam Garcia (PSDB), o atual chefe de gabinete do prefeito Roberto Naves, Gérson Sant’Ana (então no PHS, hoje no PRB), Domingos Paula de Souza (então no PTB, hoje no PV) e Dênis Robson, pelo PMDB.
Em 2006, eram seis candidatos. Entre os não eleitos estavam Pedro Canedo, na época pelo PP, hoje DEM; Romualdo Santillo; Wesley Silva, à época PMDB, hoje filiado ao PSDB; e Sebastião Reis (PSB).
O ano de 1978 foi um dos mais importantes na histórica política local. Naquele pleito Henrique Santillo foi eleito senador pelo MDB e a cidade conquistou três vagas de deputado federal: Adhemar Santillo e Fernando Cunha pelo MDB e Jamel Cecílio pela Arena. Foram ainda quatro deputado estaduais: Wolney Martins, Milton Alves e Joceli Machado pelo MDB e Habib Issa pela Arena.