Queda de telhado: casos no Huana chegam a cinco por mês

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Esse tipo de acidente é mais comum do que se imagina em Anápolis e acontece com mais frequência em ambientes de trabalho

ANA CLARA ITAGIBA

O Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana) registrou 16.012 atendimentos em 2017 e desses, 61 foram a vítimas de quedas de telhado. Esse tipo de acidente é mais comum do que se imagina e acontece com mais frequência em ambientes de trabalho. Entretanto, vale ressaltar que quando uma pessoa comum não segue as normas de segurança, nada impede que um acidente doméstico aconteça.

De acordo com o técnico de segurança Matson Pereira, isso acontece porque a demanda de trabalho é maior. “Muitas vezes para subir no telhado nós contratamos pessoas. Só que isso não quer dizer que muitos moradores já se acidentaram por subirem de forma negligente, sem as ações recomendadas. Há quem tem sorte e não sofreu nenhum arranhão, enquanto outros sofreram muitas escoriações e alguns vieram a óbito”, considerou o técnico de segurança ao contar que duas pessoas morreram no final do ano passado em Goianápolis após um acidente como esse.

O risco de perder a vida, os movimentos do corpo, ter fratura exposta, lesões graves, escoriações e cortes é muito alto, dependendo da queda. Por isso, quem fizer qualquer serviço em altura, mesmo que pequeno, deve seguir muitas recomendações.

Para evitar esses contratempos, o Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora item 18 (NR 18), estipula como os trabalhadores devem proceder antes, durante e depois de realizarem trabalhos em telhados e coberturas. Do ponto de vista técnico, a escada deve estar amarrada em pontos fixos para garantir a estabilidade. Em alguns casos, recomenda-se o uso de cabos guias com trava-quedas, para proporcionar mais segurança durante atividade. A NR 18 proíbe ainda que atividades sejam realizadas em telhados ou coberturas durante chuvas, ventos fortes ou superfícies escorregadias.

A linha de vida, que é uma ferramenta importante para aqueles que executam esses trabalhos, consiste na instalação de cordas ou cabos de aço ligados ao cinto de segurança e a ancoragens. ”Elas devem ter um laudo do responsável técnico, indicando sobre como deve ser montada e a carga que suporta”, lembrou o técnico de segurança.
Além disso, o profissional deve estar municiado com Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), como por exemplo, cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo, capacete com jugular e óculos e luvas de segurança.

Matson reforçou que o calçado de segurança é fundamental, já que por muitas vezes, vítimas de quedas de telhado que aconteceram em casa usavam chinelas no momento acidente. “Não dá estabilidade nenhuma para o indivíduo. A pessoa pode perder a sua vida de graça, por causa de negligência”.

Já a NR 35 fala sobre os trabalhos em altura, que se caracteriza como todo serviço executado a dois metros do nível inferior. “A gente pode entender que é a sola do pé. Se a sola do pé estiver a dois metros do chão, é caracterizado como trabalho em altura”.

Para trabalhar assim, o indivíduo deve passar por diversos exames, entre eles: eletrocardiograma, psicossocial e aferição de pressão. “Todas as vezes que eu for trabalhar em altura, tenho que aferir a minha pressão arterial. Se estiver dentro dos parâmetros legais que são exigidos pela medicina do trabalho, estou apto para a execução destas atividades. Se não estiver, automaticamente não posso executar esse tipo de atividade”, explicou.

Trabalhar em altura exige muitos critérios, inclusive treinamento da NR 35, com carga horária de pelo menos 8 horas, que ensina como se deve proceder durante as atividades, além de a pessoa saber se pode ou não trabalhar dessa forma. “Há quem sinta vertigens e começa a passar mal. Trabalhar em telhado é caracterizado como trabalho de risco, por isso é tão complexo”, afirmou o técnico de segurança.

Outra questão que deve ser averiguada é o aspecto físico do telhado, para que não corra o risco dele ceder com o peso do indivíduo. Para maior estabilidade, é indicado o uso de um sistema móvel de trabalho, que são as passarelas que permite a execução de atividades com muito mais segurança.

Avaliação
Quem exerce um cargo dentro de uma empresa que exige atividades em altura, deve ter liberação de um técnico de segurança do trabalho. Esse profissional realiza avaliações de risco e ensina as medidas preventivas para que os colaboradores possam subir e executar a sua função em segurança. Todos os colaboradores devem assinar um documento afirmando que estão cientes dos riscos do trabalho em questão.

“Se não tem um acidente, tem uma família feliz que vê o seu parente voltando para o lar com segurança. Para isso acontecer depende muito das medidas adotadas pela empresa e pelos colaboradores, ao seguirem as recomendações. Existem métodos para trabalharmos com segurança, as pessoas só precisam seguir esses métodos”, reforçou.

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