Irapuan Costa Júnior diz que mandará mais PMs para Anápolis
Secretário de Segurança Pública esteve na cidade, mas não respondeu questões sobre a gestão do novo presídio da cidade
LUANA CAVALCANTE
A expectativa de que o secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior, falasse sobre a transferência de 64 detentos do presídio de Anápolis para Formosa não foi atendida na audiência pública realizada na Câmara Municipal, na quarta-feira (7.mar).
O titular da pasta, que é ex-governador e ex-prefeito de Anápolis, deixou claro que foi ao encontro dos vereadores para falar de novos investimentos e que a questão do novo presídio está sendo tratada pelo coronel Edson Costa, diretor-geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás.
Desde que os presos foram transferidos, seus familiares tem feito pedidos na Câmara Municipal para que eles retornem para o sistema local. Advogados criminalistas também têm questionado a medida, pois alegam que os condenados precisam ficar em suas comarcas de origem.
Há 15 dias os vereadores estiveram com o coronel Edson Costa em Goiânia, que explicou os motivos da transferência (periculosidade dos presos) e não cogitou qualquer retorno à situação antiga. Neste mesmo dia, Irapuan Costa Júnior informou que o sistema penitenciário não está sob sua alçada.
Na audiência na Câmara nesta última semana, estiveram presentes o presidente da Casa, Amilton Filho (SD), a delegada geral da Polícia Civil em Anápolis, Aline Vilela, familiares dos presos transferidos para Formosa, entre outras autoridades.
Efetivo
Segundo o planejamento de investimentos para Anápolis, Irapuan garantiu que, por meio de convênio com a Prefeitura da cidade, o efetivo seja aumentado. Ele afirmou que isso deverá ser feito em no máximo 90 dias. “Já tem mais de 2 mil novos policiais contratados para todo o Estado de Goiás, mas ainda não a quantidade para Anápolis, mas com a importância que a cidade tem, virá um número considerável”, falou o secretário de segurança pública de Goiás.
Irapuan disse ainda que irá ter investimentos na área de inteligência para a investigação de crimes. “Principalmente para combater o tráfico de armas e drogas”, ressaltou.
Em seu discurso e diante das reivindicações da população, Irapuan enfatizou que o governo de Goiás só pode fazer o possível e que os recursos são limitados, mas que aos poucos irão atender as reivindicações de investimentos para as cidades goianas.
Reivindicações
Os vereadores fizeram reivindicações ao secretário de Segurança Pública. “Temos aqui homens e mulheres comprometidos, mas precisamos ainda mais de investimentos na segurança. Tivemos esse fim de semana assassinato de duas mulheres na cidade. Gostaria muito que a Delegacia da Mulher atendesse no final de semana, pois a criminalidade é maior no sábado e domingo”, pontuou a vereadora Professora Geli Sanches (PT).
Teles Júnior (PMN) se solidarizou em relação à mudança brusca dos presos e falou que as famílias aguardam resposta para esta prerrogativa. “A preocupação desta Casa é com os presos de Anápolis. Não queremos detentos de outra cidade no nosso município”, alegou o líder do PMN.
Luiz Lacerda (PT) falou do desejo de que o número de efetivos fosse aumentado na cidade, mas reconhece que é não é simples. “Sei que nossa policia é atuante, mas nem sempre tem equipamento e viatura necessários. Acredito que melhorando as condições de trabalho da polícia já ajuda a melhorar e diminuir a criminalidade”, falou.
Maria José, falou em nome das famílias dos presos anapolinos que foram transferidos pra Formosa. “Estamos enfrentando uma grande luta pra visitar nossos parentes. Somos pobres. Sabemos que eles têm que pagar pelo que devem, mas na comarca que cometeram seus crimes. Não temos condições de arcar com os custos do deslocamento. Queremos o retorno deles para a cidade”, pediu.
O advogado Bruno Mariano relatou que os presos da cidade de Anápolis estão passando por situação crítica. “Eles estão em péssimas condições, comendo comida podre, sem produtos de limpeza para higienizar suas celas ou de higiene pessoal. Foi constatada tortura psicológica e física. A Ordem dos Advogados do Brasil está fazendo um relatório sobre o caso”, contou.
Amilton Filho (SD) pediu para levar em consideração todos os sentimentos e reivindicações da população para ter avanço na cidade. Também disse que a Câmara está atenta às questões de transferência dos presos e que esta não é responsabilidade do Secretário de Segurança, mas os vereadores estão empenhados em buscar uma solução.