PT define estratégia eleitoral em Goiás até fim de abril, afirma Antônio Gomide

Antônio Gomide 14,02,17 (1)

Vereador, que é pré-candidato a deputado estadual, afirma que partido espera decisões a respeito da candidatura do ex-presidente Lula

MARCOS VIEIRA
(Foto: Ismael Vieira)

Antônio Gomide 14,02,17 (1)O vereador Antônio Gomide (foto) confirma que é pré-candidato a deputado estadual, mas que mantém seu nome em debate dentro do partido caso o PT decida participar de uma chapa majoritária em Goiás. Isso porque a prioridade de todos os diretórios estaduais do Partido dos Trabalhadores é a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gomide acredita que o debate nacional irá polarizar entre o modelo de políticas públicas petista e o que tem sido priorizado hoje pelo grupo do presidente Michel Temer, que inclui PSDB e DEM. No cenário estadual, o vereador aposta que o principal tema na campanha será o desgaste do grupo que está há 20 anos no poder. Antônio Gomide conversou com o JE na quarta-feira (14.mar).

O senhor é candidato?
Sou pré-candidato, coloquei meu nome à disposição do partido e possivelmente a deputado estadual. Isso é uma opção, mas deixo o nome aberto caso necessite no debate da forma como o PT vai participar das eleições majoritárias em Goiás. Mas sou um pré-candidato a deputado estadual.

O PT caminha para qual sentido na disputa eleitoral?
Tem uma definição nacional e isso está desenhado para todos os Estados: a prioridade na campanha é eleger o presidente Lula. Ele é nosso candidato e faremos todos os esforços priorizando a eleição para presidente. Os diretórios estaduais ficaram responsáveis para ver qual o melhor cenário para se compor, se é com coligação, se é tendo candidato próprio, se é fazendo chapa própria ou se é apoiando outra chapa, se fazendo coligação com outros partidos. Isso para fortalecer essa candidatura do presidente Lula. Aqui em Goiás neste momento nós temos até o final de abril para definirmos a estratégia do partido em poder participar das eleições, se com chapa própria, apenas o PT, ou com chapa majoritária, onde podemos estar apoiando outra candidatura. Essa discussão está sendo feita dentro do partido neste momento.

Tem alguma sigla mais próxima do PT aqui em Goiás?
Não. Como eu disse, temos a possibilidade de discutir com alguns partidos para que possamos fazer essa opção na escolha do presidente Lula como presidente. Neste sentido, o diretório está aberto para fazer debate. Obviamente quem acenou no primeiro momento para estar à disposição neste debate foi o MDB. Isso começou ainda no final do ano passado. Sabemos que é possível que o MDB tenha, inclusive, candidato a presidente da República. E se tiver realmente não contempla este quesito que o PT adota no sentido de ter a campanha majoritária de presidente como prioritária. Vejo que há dificuldades nesta composição.

O ex-presidente Lula será um dos principais assuntos desta campanha?
Não tenho dúvida. Será uma campanha difícil, atípica e que temos dois projetos no Brasil.A disputa está muito acirrada. Eu percebo que nas últimas dez pesquisas o presidente Lula em todos os cenários ganha a eleição no 2º turno. Em alguns casos, ganha no 1º turno. É um cenário onde a população está fazendo a opção por um modelo que saia desse implantado pelo presidente Michel Temer.Sair desse modelo do PSDB e Democratas que faz esse conjunto de ações no Brasil nos últimos dois anos. É algo que incomoda muito o povo brasileiro, que está com saudades das políticas sociais, saudade da época em que tinha qualidade de vida e a economia nacional era a 7ª mundial. O País quer ver as universidades crescendo – e isso é com o presidente Lula. O País quer ver programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, que teve início no governo do presidente Lula. Tudo isso é um reflexo do que a população está sentindo neste momento e o processo eleitoral afunila para buscar uma alternativa naquilo que foi colocado pelo Temer como algo que fosse solução neste País. Ainda foi colocado de uma forma abrupta, através de um golpe parlamentar, uma conspiração que foi feita dentro do Parlamento, para que o vice pudesse assumir junto com o grupo, inclusive, que tinha perdido as eleições em 2014. Estamos vivendo esse momento. E agora, em 2018, será uma disputa muito acirrada. E o presidente Lula representa esse sentimento majoritário da preferência da opinião pública. Isso mostra que ele tem um eleitorado cativo, de 40% a 42%. É algo forte. Então imaginar que hoje o PSDB nem tem um candidato com 6% e o MDB, que é do presidente Temer, não tem sequer candidato lançado, nem os nomes aparecem na pesquisa. Estamos percebendo que o momento das eleições será de muito acirramento e o PT irá obviamente participar intensamente deste processo. Sabemos da possibilidade de prisão do presidente Lula, da possibilidade de se querer esse travamento jurídico, inclusive da possibilidade de ele não ser candidato. Tudo isso está colocado para a população e o Poder Judiciário precisará se posicionar. Essa batalha jurídica vai acontecer também para tentar viabilizar a candidatura e possibilidade de disputa do Lula na eleição de 2018. Esse processo só está começando, mas a campanha eleitoral será feita pelo PT com o Lula como candidato a presidente.

Qual será o grande tema em discussão em Goiás na eleição?
Eu vejo que é a possibilidade de manter esses 20 anos. Entendo que a população goiana cansou desse mesmo modelo. Eu acho que esgotou esse projeto, esgotou esse sentimento de que é possível fazer mais com esse grupo que está aí. É preciso um nome que a população possa sentir que esteja votando numa renovação, numa mudança. Se não for mudança, pelo menos um projeto diferente do que estamos vendo. Não dá mais para imaginar que a educação e saúde seja colocadas em segundo plano no Estado de Goiás. As escolas do ensino médio estão cada vez mais sucateadas. O Plano de Cargos e Salários dos professores cada vez mais desvalorizado. O problema na área da segurança é latente. O governo não deu conta de fazer investimentos na área em 20 anos. Além disso temos promessas eleitoreiras, o programa Goiás na Frente. Então a população vai cansando disso, muitas obras paralisadas em todo o Estado, que começaram em 2013 e agora, por ser ano eleitoral, vão ser inauguradas inacabadas. Então essa é uma eleição onde a população vai olhar muito perto o que aconteceu e fazer uma avaliação daquilo que poderá ser feito pelos próximos quatro anos. Entendo que essa avaliação de um governo que se mantém há 20 anos no poder será levada em conta. Obviamente a população faz análise crítica desse processo, o desgaste do atual governo estadual é muito grande.

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