Presidente de CCEP defende transferência de 225 presos do velho para o novo presídio

Gilmar Alves 2018,02,23 (6)

ANA CLARA ITAGIBA
(Foto: Ismael Vieira)

Gilmar Alves 2018,02,23 (6)O novo presídio de Anápolis recebeu ao longo de março mais detentos de outras cidades do interior do Estado. No total, são aproximadamente 50 presos que vieram de Caldas Novas, Morrinhos e Itumbiara. Mais detentos deverão ser transferidos ao longo dos próximos dias, mas, o que incomoda o Conselho da Comunidade na Execução Penal da Comarca de Anápolis (CCEP) é que o município não está sendo beneficiado com a estrutura recém-inaugurada. O presidente do CCEP, o advogado Gilmar Alves (foto), tem discutido com autoridades para que cerca de 225 presos do antigo presídio do município sejam transferidos para a nova unidade. Dessa forma, o antigo, que hoje conta com mais de 800 presos, será “desafogado”. A reportagem do JE conversou na última quinta-feira (22.mar) com o advogado para saber se há alguma novidade sobre o assunto.

Há aproximadamente um mês, houve a transferência de 65 detentos de Anápolis para Formosa. O que aconteceu de lá para cá?
Hoje, são aproximadamente com 50 detentos dentro do novo presídio. Eles vieram de Morrinhos, Caldas Novas e Itumbiara. Estão vindo somente aqueles que estão dando problemas nesses lugares, ou seja, são considerados presos de alta periculosidade.

São quantos de cada cidade?
Não sei te dizer o número exato.

Quando aconteceram essas transferências?
Foi nesta semana mesmo, do dia 13 para cá. Eles são transferidos durante a noite para evitar problemas, como fugas e emboscadas.

Como foi a Operação?
Eles foram transportados nas próprias viaturas da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Foram trazidos em quantidades pequenas, nas próprias vans e agora estão todos no presídio novo de Anápolis.

Como anda o diálogo com a Secretaria de Segurança Pública?
Nós estamos aguardando ainda uma resposta daquela reunião que nós fizemos com o diretor geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás (DGAP), o coronel Edson Costa. Ele queria transferir apenas 85 presos da antiga cadeia de Anápolis para o novo presídio. Nós fomos à Câmara Municipal, onde nós solicitamos a ajuda dos vereadores. Nessa reunião compareceu a juíza Lara Gonzaga de Siqueira,da 4ª Vara Criminal de Anápolis; a promotora de Justiça Karina D’Abruzzo, mais de dez vereadores e eu, como presidente do Conselho da Comunida de Execução Penal na Comarca de Anápolis. Na oportunidade, nós pedimos para que, pelo menos 150 para o novo presídio e mais 75 para outro lugar e não somente 85 como eles estavam pedindo. Se tirar apenas 150, continua 700. Então nós pedimos para que tirassem pelo menos 225, que seriam os 150 para o novo presídio de Anápolis e os outros 75 para Formosa. Dessa forma, ficaria uma faixa de 600 presos aqui no antigo presídio da cidade, o que já daria uma grande ajuda. Estamos na expectativa que ele cumpra isso. Ele disse que ia ver com carinho.
Fizemos também uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Irapuan Costa Júnior. Ele nos disse que este assunto não fará mais parte da pasta dele, mas que mesmo assim iria conversar com o coronel Edson e que se fosse o caso, até com o governador Marconi Perillo, para que transferisse esses 150 para o novo presídio, que é um pedido de toda a população anapolina.
Apresentamos essas ideias para a Câmara Municipal, a juíza Lara e a promotora Karina. Agora estamos nessa expectativa de realmente que se transfira do presido do Recanto do Sol para o novo.

Qual seria o critério de escolha destes detentos. Segue a linha dos detentos de alta periculosidade?
Nesse caso, diante do cenário, a gente deixa isso ai para o coronel Edson e a Inteligência Militar, que afirmam que esses presos que estão sendo transferidos das outras cidades para Anápolis. Os presos que foram para Formosa, os que foram para Luziânia, o que vão sair da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) de Aparecida de Goiânia, não estão sendo transferido à toa. Eles fazem o estudo desta transferência. Quem faz isso é o Serviço de Inteligência do Estado de Goiás. Nós nem entramos nesses detalhes, e eles podem transferir quantos eles quiserem.
Só que o presídio do Recanto do Sol não aguenta mais a demanda. Se eles quiserem gente do A, do B ou do C, os que são ou não perigosos, para a gente não importa muito. A gente se importa é com quantidade. Eu acho que eles deviam tirar pelo menos 225 detentos e deixar para o antigo presídio, pelo menos uns ¬¬500 ou 600 presos, para diminuir um pouco essa demanda. Se tirarem 270, por exemplo, e ficar com o dobro, ainda vai porque hoje nós estamos com o triplo. Se tirarem uns 75, é a mesma coisa de tirarem uma gota de uma caixa d’água. A olho nu, você não consegue nem ver a diferença.

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