Presidente de CCEP defende transferência de 225 presos do velho para o novo presídio
ANA CLARA ITAGIBA
(Foto: Ismael Vieira)
O novo presídio de Anápolis recebeu ao longo de março mais detentos de outras cidades do interior do Estado. No total, são aproximadamente 50 presos que vieram de Caldas Novas, Morrinhos e Itumbiara. Mais detentos deverão ser transferidos ao longo dos próximos dias, mas, o que incomoda o Conselho da Comunidade na Execução Penal da Comarca de Anápolis (CCEP) é que o município não está sendo beneficiado com a estrutura recém-inaugurada. O presidente do CCEP, o advogado Gilmar Alves (foto), tem discutido com autoridades para que cerca de 225 presos do antigo presídio do município sejam transferidos para a nova unidade. Dessa forma, o antigo, que hoje conta com mais de 800 presos, será “desafogado”. A reportagem do JE conversou na última quinta-feira (22.mar) com o advogado para saber se há alguma novidade sobre o assunto.
Há aproximadamente um mês, houve a transferência de 65 detentos de Anápolis para Formosa. O que aconteceu de lá para cá?
Hoje, são aproximadamente com 50 detentos dentro do novo presídio. Eles vieram de Morrinhos, Caldas Novas e Itumbiara. Estão vindo somente aqueles que estão dando problemas nesses lugares, ou seja, são considerados presos de alta periculosidade.
São quantos de cada cidade?
Não sei te dizer o número exato.
Quando aconteceram essas transferências?
Foi nesta semana mesmo, do dia 13 para cá. Eles são transferidos durante a noite para evitar problemas, como fugas e emboscadas.
Como foi a Operação?
Eles foram transportados nas próprias viaturas da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Foram trazidos em quantidades pequenas, nas próprias vans e agora estão todos no presídio novo de Anápolis.
Como anda o diálogo com a Secretaria de Segurança Pública?
Nós estamos aguardando ainda uma resposta daquela reunião que nós fizemos com o diretor geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás (DGAP), o coronel Edson Costa. Ele queria transferir apenas 85 presos da antiga cadeia de Anápolis para o novo presídio. Nós fomos à Câmara Municipal, onde nós solicitamos a ajuda dos vereadores. Nessa reunião compareceu a juíza Lara Gonzaga de Siqueira,da 4ª Vara Criminal de Anápolis; a promotora de Justiça Karina D’Abruzzo, mais de dez vereadores e eu, como presidente do Conselho da Comunida de Execução Penal na Comarca de Anápolis. Na oportunidade, nós pedimos para que, pelo menos 150 para o novo presídio e mais 75 para outro lugar e não somente 85 como eles estavam pedindo. Se tirar apenas 150, continua 700. Então nós pedimos para que tirassem pelo menos 225, que seriam os 150 para o novo presídio de Anápolis e os outros 75 para Formosa. Dessa forma, ficaria uma faixa de 600 presos aqui no antigo presídio da cidade, o que já daria uma grande ajuda. Estamos na expectativa que ele cumpra isso. Ele disse que ia ver com carinho.
Fizemos também uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Irapuan Costa Júnior. Ele nos disse que este assunto não fará mais parte da pasta dele, mas que mesmo assim iria conversar com o coronel Edson e que se fosse o caso, até com o governador Marconi Perillo, para que transferisse esses 150 para o novo presídio, que é um pedido de toda a população anapolina.
Apresentamos essas ideias para a Câmara Municipal, a juíza Lara e a promotora Karina. Agora estamos nessa expectativa de realmente que se transfira do presido do Recanto do Sol para o novo.
Qual seria o critério de escolha destes detentos. Segue a linha dos detentos de alta periculosidade?
Nesse caso, diante do cenário, a gente deixa isso ai para o coronel Edson e a Inteligência Militar, que afirmam que esses presos que estão sendo transferidos das outras cidades para Anápolis. Os presos que foram para Formosa, os que foram para Luziânia, o que vão sair da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) de Aparecida de Goiânia, não estão sendo transferido à toa. Eles fazem o estudo desta transferência. Quem faz isso é o Serviço de Inteligência do Estado de Goiás. Nós nem entramos nesses detalhes, e eles podem transferir quantos eles quiserem.
Só que o presídio do Recanto do Sol não aguenta mais a demanda. Se eles quiserem gente do A, do B ou do C, os que são ou não perigosos, para a gente não importa muito. A gente se importa é com quantidade. Eu acho que eles deviam tirar pelo menos 225 detentos e deixar para o antigo presídio, pelo menos uns ¬¬500 ou 600 presos, para diminuir um pouco essa demanda. Se tirarem 270, por exemplo, e ficar com o dobro, ainda vai porque hoje nós estamos com o triplo. Se tirarem uns 75, é a mesma coisa de tirarem uma gota de uma caixa d’água. A olho nu, você não consegue nem ver a diferença.