Fórum vai debater demandas para o tratamento de câncer em Anápolis

Valber Barreto (1)

No dia 24 de abril, será realizado o 2º Fórum de Atenção Oncológica, cujo objetivo é discutir as demandas do tratamento de câncer em Anápolis

DA REDAÇÃO

No dia 24 de abril, será realizado o 2º Fórum de Atenção Oncológica, cujo objetivo é discutir as demandas do tratamento de câncer em Anápolis. O evento acontecerá a partir das 19h, no Plenário Teotônio Vilela da Câmara Municipal.

Este fórum está sendo organizado pela Associação dos Voluntários de Anápolis no Apoio às Pessoas com Câncer (Avapec) e contará com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Ministério Público de Goiás (MP-GO), Diretoria de Controle e Avaliação da Regional Pirineus, Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Conselho Municipal de Saúde, prestadores de serviço em Oncologia de Anápolis e a sociedade em geral.

Valber Barreto (1)A Avapec viu a necessidade de promover este encontro após realizar uma intensa fiscalização em todas as unidades de saúde do município, da rede pública e privada, para saber como o tratamento de pessoas diagnosticadas com câncer tem sido realizado. De acordo com o presidente da entidade, Válber Barreto (foto), as principais demandas envolvem questões de políticas públicas.

O tempo de espera entre o diagnóstico e o início do tratamento é um agravante para os pacientes. O artigo 2º da lei nº 12.732/12, prevê que o indivíduo com uma neoplasia maligna tem o direito de submeter-se ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) no prazo de até 60 dias após o diagnóstico, mas as unidades de saúde não possuem estrutura para oferecer este atendimento neste prazo estabelecido.

O tratamento de qualquer patologia no Brasil começa nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), conhecidas pela população em geral como postinhos. “Em março fizemos um mapeamento e constatamos que muitas delas não têm computador, e se tem, falta internet para acessar o sistema do Ministério da Saúde [Sisreg]”, contou Válber.

A melhora no sistema de regulação é a primeira demanda que a associação está cobrando dos responsáveis. Válber contou que presenciou pacientes com câncer que estavam esperando para fazer ressonância há quatro meses, o que não pode acontecer. “Nós estamos de olho nisso. Inclusive entramos em contato com a Secretaria Municipal de Saúde e eles ficaram de dar um retorno sobre o prazo para resolver este problema. Parece que existe uma parceria com o Ministério da Saúde para enviarem os equipamentos”, disse.

A associação tem lutado por políticas públicas para mudar essa realidade. Além disso, tem fiscalizado ações da rede pública e privada de saúde, no que diz respeito às exigências da União.

Em 2011 o Ministério da Saúde baixou uma portaria exigindo que todas as unidades que realizam quimioterapia, sejam ligadas às hospitais com Centro Cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Pronto-Socorro, para dar o devido suporte.

Por conta disso, a Unidade Oncológica de Anápolis firmou um convênio com o Hospital Evangélico Goiano (HEG), com o Instituto Onco-Hematológico de Anápolis (IOHA) e com a Santa Casa de Misericórdia. A partir de então, o município passou a contar com duas Unidades de Alta Complexidade (Unacons).

Porém, em 2014, o Ministério da Saúde baixou uma nova portaria impondo que as Unacons deveriam ser juntas do hospital. Ou seja, a parte de quimioterapia de ambulatório deveria ser incorporada a UTI, Centro Cirúrgico, Pronto-Socorro e internação ou então este setor deveria passar para o hospital que dá o suporte.

O prazo para a adequação era até 2017, mas foi prorrogado para junho deste ano. “Nós estamos acompanhando todo esse processo em Anápolis. O HEG, inclusive, já inaugurou a sua central de quimioterapia para absorver a demanda”, lembrou Válber.
A fiscalização do sistema de regulação e a implantação da Unacons no município são as primeiras ações da associação. Em um segundo momento, essa inspeção se estenderá para os 59 municípios que são pactuados com Anápolis.

Para ampliar os trabalhos, a Avapec criará um Observatório da Oncologia, que será na Galeria Portela, na Vila Góis. Neste local será possível reunir todas as demandas na área da oncologia que existem em Anápolis e região. “Nós iremos descobrir onde estão os problemas a serem resolvidos. Além disso, iremos cadastrar todos os pacientes. Voluntários e pessoas que foram diagnosticadas com câncer poderão ligar e tirar qualquer dúvida no que diz respeito ao tratamento em Anápolis e região”, contou o presidente da associação.

Avapec
A associação surgiu quando um grupo de voluntários que realiza um trabalho de entrega de lanches em unidades de saúde que realizam o tratamento do câncer, viu a necessidade de dar mais apoio aos pacientes. Ao longo de reuniões, percebeu-se que havia uma necessidade muito grande de lutar por políticas públicas. A vereadora Professora Geli Sanches (PT) foi uma das primeiras a abraçar a causa.

A partir de então criaram o estatuto da Avapec e o registro ficou pronto este ano. “As primeiras reuniões foram realizadas em de abril de 2017. De lá para cá nós fomos aprendendo o que eram as Unacons e o que era a oncologia em Anápolis. Em outubro nós fizemos uma audiência pública, falando sobre o tema e esse ano o nosso plano de ação é fazer fóruns de discussão sobre a oncologia”, contou Válber que afirmou que os encontros serão realizados a cada dois meses. Atualmente são 16 voluntários, mas com a mudança para a sede oficial, este número deverá aumentar.

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