Anápolis soma 32 pontos de alagamento, afirma Defesa Civil

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São locais que fazem parte de universo de 52 áreas de risco mapeadas por órgão do Corpo de Bombeiros

ANA CLARA ITAGIBA

Ao longo do mês de abril, chuvas intensas provocaram grandes alagamentos em Anápolis. Trânsito parado, pessoas ilhadas e água entrando em comércios, gerando principalmente prejuízos materiais. Este é um cenário que já se tornou corriqueiro no município. De acordo com um levantamento divulgado durante a Operação Enchentes e Alagamentos 2017/2018, promovida pelo Corpo de Bombeiros, existem 53 áreas de risco na cidade, sendo que 32 são pontos de alagamentos, surgido a partir de uma precipitação hídrica muito forte.

Os principais pontos de enchentes em Anápolis são a Avenida Brasil, Avenida Pedro Ludovico, Avenida Universitária, Rua Amazílio Lino de Souza e Avenida Dona Elvira, na Vila Santa Maria de Nazareth, entre outros. Segundo o chefe da Sessão de Defesa Civil do 3º Batalhão de Bombeiro Militar (3º BBM), tenente Higor Mendonça, esses pontos estão localizados em regiões baixas, onde geralmente a água se concentra.

A drenagem fica comprometida na medida em que a população descarta lixo nas ruas – entupindo os bueiros – ou constrói edificações e pavimentação asfáltica sem se preocupar com a impermeabilização do solo. “Quando chove muito forte, a água percorre essa superfície muito rapidamente, causando alagamentos hostis. Quinze minutos já são suficientes para causar bastante estrago na cidade. Por isso a captação deve ser feita adequadamente”, explica o tenente Mendonça.

Alagamentos trazem inúmeros riscos para a segurança da população. Por exemplo, há possibilidade da formação de voçorocas – grandes buracos – perto de construções, o que pode ocasionar o comprometimento das estruturas com trincas, rachaduras e, em casos mais graves, desmoronamento. “Foi o caso de uma ocorrência que o Corpo de Bombeiros atendeu há dois meses no Setor Jandaia, onde após uma chuva muito forte a residência caiu. Felizmente não houve mortes e a idosa que estava no interior da casa teve apenas escoriações”, informa o bombeiro. Se a água entrar na casa sem ameaçar a sua estrutura, com certeza os móveis e aparelhos domésticos serão danificados.

Além disso, o trânsito também fica comprometido, provocando longos congestionamentos. O veículo pode ainda estragar no meio da enxurrada. “Uma vez que você entra em um ponto onde o nível da água está mais que 20 centímetros acima da roda, há um risco muito grande de o carro perder o controle e até mesmo de entrar água no sistema e cortar o funcionamento, deixando o veículo literalmente à deriva”, alerta o tenente Mendonça, ao explicar que é possível identificar essa situação quando o motor para de funcionar, o carro começa a ser arrastado e a água começa a subir.

Como agir
Durante fortes precipitações hídricas, evite regiões que você já saiba que ocorrem enchentes. Caso esteja de carro e chegou próximo a um alagamento, tente retornar para um ponto elevado, até que o nível da água abaixe.

Em casos extremos, o morador e o condutor devem acionar imediatamente o número 193, para que uma equipe do Corpo de Bombeiros vá ao local fazer o resgate. “Se a pessoa estiver dentro de um carro, deve permanecer nele. Já aqueles que moram em regiões de alagamento já sabem o que acontece quando a chuva é muito forte. Então devem sair de casa e procurar o lugar mais alto”, explica o tenente Higor Mendonça.

Prevenção
A prevenção de enchentes exige duas condições. O primeiro é de responsabilidade do poder público, ao proporcionar uma infraestrutura adequada, além de promover a manutenção e recuperação das áreas atingidas. “Existem algumas obras, estudos e projetos em Anápolis justamente para recuperar as áreas de risco, que em sua maioria são pontos de alagamentos”, conta o tenente da Defesa Civil.

A população também possui um papel fundamental neste processo. É preciso adotar atitudes positivas, como não jogar lixo no chão, pois assim evitará o acúmulo desses detritos em locais inadequados. “O lixo que se deposita nas galerias de captação das águas pluviais é o que compromete a drenagem”, ressalta.

Antecipe
A Defesa Civil possui um serviço gratuito que alerta os moradores de regiões de alagamento. Quem tiver interesse, deve enviar o seu CEP via SMS para o número 40199. Assim, todas as vezes que houver chuva forte na localidade, a pessoa receberá uma mensagem de alerta com antecedência. “Isso possibilita que a pessoa se programe evitando problemas maiores”, pontua o chefe da Sessão de Defesa Civil do 3º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente Higor Mendonça.

ORIENTAÇÕES

1. Evite sair de carro durante uma enchente. Se você ainda estiver em casa, prefira usar o transporte público. As rodas dos ônibus são bem maiores que as de um veículo normal.
2. Caso você já esteja dirigindo quando o nível da água começar a subir, observe o carro ao lado para saber se há riscos. Caso o nível da água ultrapasse a metade da altura do pneu, estacione o carro, feche-o completamente e abandone o local.
3. Ao atravessar grandes massas de água, coloque o carro na primeira marcha e não deixe de acelerar. Especialistas concordam que a velocidade do motor deve ser mantida por volta de 2,5 mil rpm. Se o motor parar subitamente, não tente ligar o carro de novo. O melhor é transportá-lo até uma oficina, para evitar um calço hidráulico.
4. Desligue o ar condicionado e outros dispositivos, para evitar a entrada de água na tomada de ar do motor.
5. Se você mora em uma área propensa a alagamentos, não rebaixe o veículo, pois veículos rebaixados são mais vulneráveis a danos causados pela chuva. Também é essencial incluir a cobertura no caso de enchente na apólice do seguro do automóvel.
6. Se seu carro passou por uma enchente, leve-o, o quanto antes, a uma oficina mecânica para conferir e reparar os danos. Se a água entrou no carro, também os bancos e sistema de ventilação podem ser afetados, desenvolvendo mofo e outros microrganismos perigosos.

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