Teatro para Bebês se apresentará pela primeira vez em Anápolis

Achadouros

LUIZ EDUARDO ROSA
Foto: Diego Bresani / Divulgação

AchadourosO Projeto Achadouros – Teatro para Bebês se apresentará em Anápolis, no dia 25 deste mês. A atração será exclusiva às crianças atendidas por Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) da cidade. O projeto foi contemplado pelo fomento do Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.

Crianças de seis meses a três anos, atendidos por Cmeis goianos, são o público alvo do espetáculo Achadouros. Em Anápolis, o Cmei Iris Rezende receberá duas apresentações no dia 25 deste mês. O espetáculo é livremente inspirado no livro Memórias inventadas – para crianças, de Manoel de Barros. A adaptação e criação teatral são resultados de um trabalho autoral colaborativo entre o diretor José Regino e as atrizes Caísa Tibúrcio e Nara Faria.

As apresentações fazem parte da circulação do espetáculo pela região Centro-Oeste, traçando um percurso emblemático partindo do DF (Brasília, Santa Maria, Recanto das Emas e Samambaia), passando por Goiás (Formosa e Anápolis), e seguindo até Mato Grosso: Chapada dos Guimarães e Cuiabá, cidade de origem do poeta Manoel de Barros.

Criação
O espetáculo convida o público a se aventurar com as atrizes em seu “quintal imaginário”. Num pequeno cercado de madeira, envoltas em mais de 4 mil sacolas plásticas que compõem o cenário de Chico Sassi, as atrizes conduzem os espectadores a uma arqueologia das memórias da infância e apresentam a cada um a possibilidade de escrever sua própria história.

Achadouros – Teatro para Bebês transforma aquilo que está jogado no quintal em matéria poética, buscando o inefável, a atmosfera e a natureza do poeta. Por meio de encenação poético-teatral e da exploração da linguagem não verbal, a peça propõe uma reflexão sobre a chegada do ser humano ao mundo e sobre sua capacidade transformadora e criativa.

A palavra achadouros é título de uma poesia de Manoel de Barros em que ele esclarece que essa é a expressão dada a baús com ouro enterrados pelos holandeses no Brasil e na qual ele se coloca como “…um caçador de achadouros de infância. Vou meio dementado e enxada às costas a cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos”. Assim a montagem remete às lembranças da infância, às memórias inventadas e vividas.

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