Câmara Municipal questiona CMTT sobre alterações de linhas da Urban

Reunião CMTT

Vereadores cobram cumprimento do contrato entre a Prefeitura de Anápolis e a empresa que opera o transporte coletivo na cidade

FERNANDA MORAIS

O presidente da Comissão de Urbanismo, Transportes, Obras e Serviços Urbanos da Câmara Municipal, Domingos Paula (PV), e os vereadores que fazem parte do grupo, Jakson Charles (PSB), Luiz Lacerda (PT), Pastor Elias Ferreira (PSDB), João Feitosa (PTB), Thaís Souza (PSL) e Luzimar Silva (PMN), se reuniram na manhã de sexta-feira (25.mai) com representantes da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), para discutir a questão do cumprimento do contrato entre a Prefeitura de Anápolis e a empresa que opera o transporte coletivo na cidade, a Urban.

A pauta principal da conversa foram as constantes reclamações que os parlamentares estão recebendo em relação às mudanças nos horários e no itinerário das linhas de ônibus em Anápolis e também nos distritos da cidade. O assunto foi tema do discurso de Domingos Paula durante a sessão ordinária realizada na última terça-feira (22).

“Tenho aqui algumas reclamações de moradores de Souzânia. Fui informado que o distrito tinha quatro linhas de ônibus por dia, agora foram reduzidas para duas. Nós estamos aqui representando as insatisfações dos usuários do transporte coletivo. Nossa função é tentar resolver a situação. Essas alterações nos horários e nas linhas, não foram divulgadas. Ninguém tomou conhecimento com antecedência, o que piora o problema”, explicou Domingos Paula.

Ainda de acordo com o vereador, de novembro do ano passado até agora foram feitas muitas alterações. “Isso provoca confusão ao usuário porque nem todos têm acesso a essas informações de imediato, não tem o apoio da internet e também não vão com frequência ao terminal para tomar conhecimento das mudanças”, pontuou.

Jakson Charles acrescentou que moradores de Brahmápolis o procuraram para informar essa mesma situação. “É preciso rever essas alterações porque, como estamos vendo, não estão sendo benéficas a quem realmente interessa. Mudanças são bem vindas, desde que não comprometam os serviços prestados”, destacou o vereador do PSB.

O gerente de Transporte da CMTT, Jorge Luiz Elias explicou que o contrato entre a Prefeitura e a Urban obriga que sejam feitas readequações nos horários e itinerários das linhas de ônibus “de acordo com a demanda dos usuários”. Segundo ele, atualmente apenas 5% das rotas e horários estão passando por alterações.

“Mas não significa que as mudanças sejam definitivas. Não é nada engessado. Depois da readequação fazemos uma análise dos resultados e nada nos impede de reprogramar esses deslocamentos. Esses reajustes são para evitar que o preço da passagem tenha acréscimo gerando ainda maior insatisfação do usuário”, justificou.

Silas Castilho, também servidor da CMTT, relatou que todas as mudanças nas rotas do transporte coletivo são divulgadas no terminal urbano e também pelos funcionários, motoristas e cobradores, que fazem as rotas. “Eles tiram as dúvidas dos passageiros quando questionados sem qualquer problema”, disse.

A justificativa de Silas foi questionada pelos vereadores. Segundo Jakson Charles, nem todo usuário dos ônibus da Urban precisa passar pelo terminal. “Além disso, existem outros meios para divulgar as mudanças com antecedência. Rádios, jornais, internet. Não é assim que as coisas funcionam”, bradou.

Domingos Paula concluiu seu posicionamento sobre o assunto dizendo que assim como existem as linhas que dão lucro, existem as que dão prejuízos por ter menos passageiros. “Mas isso também não serve como explicação para reduzir as linhas de ônibus e nem promover tantas alterações nos horários. No comércio também é assim, tem mercadoria que dá mais lucro que a outra”, comparou.

Segurança
Outro assunto que entrou na pauta da reunião foi a falta de segurança dentro do terminal. Os vereador Pastor Elias Ferreira e Thaís Souza contaram que fizeram visitas diárias ao terminal urbano e ouviram os usuários relatarem o transtorno que existe em relação a quantidade de furtos e roubos que são registrados diariamente no local, principalmente após as 18 horas.

“A Polícia Civil me mostrou as estatísticas das ocorrências de roubo no terminal. Fui atrás do comandante da PM que fez uma cortesia. Durante 30 dias, e esse prazo está acabando, ele disponibilizou uma viatura e a presença de policiais ao longo do funcionamento do terminal, mas essa não é uma responsabilidade da PM. E sim da Urban”, comentou.

Thaís Souza acrescentou que durante os dias que visitou o terminal, percebeu que tinha apenas um vigilante, funcionário de uma empresa particular, para cuidar de todo espaço. “É um absurdo. Um vigilante para todo terminal. São milhares de pessoas que circulam pelo local todos os dias. A PM foi muito sensível com o nosso pedido de segurança, mas cabe a Urban oferecer tranquilidade aos usuários”, destacou.

“No mínimo deveriam disponibilizar cinco vigilantes circulando pelo terminal. São muitos os problemas. Os usuários têm o direito de reclamar sim”, comentou João Feitosa.

Ao final da conversa, o vereador Luiz Lacerda afirmou que “o assunto é frequente nos debates das sessões ordinárias. Os usuários estão insatisfeitos. O serviço é público e a obrigação do município é garantir qualidade na sua prestação. A população tem que ter prioridade. Sabemos que é possível avançar e nós vamos continuar cobrando o cumprimento do contrato entre as partes”, garantiu.

Presenças
Participaram ainda da reunião o diretor jurídico da CMTT, André Almeida, Alessandro di Carlo, diretor administrativo da CMTT, e Fabrício Lopes da Luz, que participou do encontro como presidente da Comissão de Apropriação de Custo Tarifário do Transporte Coletivo.

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