Atenção futuros candidatos: segurança é grande preocupação dos anapolinos
Em ano eleitoral, é preciso que candidatos que almejem votos na cidade tenham planos concretos para reduzir a violência que muda o hábito do anapolino
DA REDAÇÃO
A segurança pública tem sido um clamor frequente da população de Anápolis. Em ano eleitoral, é preciso que candidatos que almejem votos na cidade tenham planos concretos para reduzir a violência que muda o hábito do anapolino, o obrigando a evitar sair de casa quando anoitece. As estatísticas podem até ser positivas em determinados meses, mas as comparações com cenários piores em um passado recente só mostram uma coisa: a sensação de insegurança atinge a todos.
Os casos são variados. Nesta semana houve um apelo na Câmara Municipal, da vereadora Professora Geli Sanches, quanto à violência que deixou as ruas e tem prejudicado escolas, invadidas durante a noite por criminosos.
O Terminal Urbano também tem sido alvo de meliantes em plena luz do dia. E a Urban, concessionária do transporte coletivo, é bem clara: combater o crime que ocorre no local – roubos, furtos e tráfico de drogas, entre outros – é tarefa das forças de segurança.
Gangues travestidas de torcidas de futebol agem também durante o dia, assustando gente que vai a um estádio para ver um jogo que aparentemente deveria ser tranquilo, pois nem do profissional era.
Industrial
Caixa de ressonância da sociedade, a Câmara Municipal tem trazido diversos exemplos de clamores populares devido à falta de segurança. Audiência pública realizada no último dia 6 de junho, por iniciativa do vereador Lisieux José Borges (PT), encaminhou providências para ampliar a segurança de moradores do Industrial Munir Calixto e bairros vizinhos.
O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM), major Allan Pereira Cardoso, após ouvir as reivindicações do vereador e de moradores, se comprometeu a estabelecer novas estratégias de policiamento, ampliar o número de viaturas e melhorar o atendimento por meio do 190.
Lisieux Borges explicou que a audiência pública foi proposta a partir de solicitações dos próprios moradores. “Vamos acompanhar de perto a solução das demandas aqui discutidas, além de incentivar a interface que atualmente é feita entre o Observatório Municipal de Segurança Pública e a Polícia Militar”, disse. Major Cardoso classificou como “essencial” a audiência pública como forma de minimizar a insegurança da população e sugeriu o envolvimento da Polícia Civil no debate. “É digna de elogios a iniciativa do vereador Lisieux Borges. Aqui ouvimos o que realmente interessa à comunidade”, ressaltou.
O gerente do Observatório Municipal de Segurança Pública, sargento Carlos Alberto Rodrigues, ressaltou que a audiência pública propicia resolutividade às demandas dos moradores. Ex-vereador, sargento Alberto disse que conhece bem a eficácia de uma reunião desta natureza. Segundo ele, o Observatório está em fase de qualificação de 400 vigias (Guarda Municipal) que atuarão no monitoramento da cidade. Disse ainda que novas câmeras de vigilância são instaladas em pontos estratégicos.
O morador Marcos Samuel Matos Bonfim, que criou uma página no Facebook para divulgar as informações do Industrial Munir Calixto e bairros próximos, apresentou uma série de demandas da população. Entre elas: ausência de patrulhamento, dificuldades no horário de troca das viaturas, não atendimento a chamados em ocorrências, alto índice de criminalidade (inclusive das 5h às 6h nos pontos de ônibus) e o uso e tráfico de drogas. Major Cardoso disse que as reclamações serão analisadas e revelou que, em relação ao tráfico de drogas, a Polícia Militar somente não terá condições de resolver, “isso requer ações do Poder Público na definição de políticas públicas que envolvam vários atores sociais”.
Daia Norte
Já o vereador Pastor Elias Ferreira (PSDB) solicitou providências do governo estadual, em discurso na tribuna na sessão desta quarta-feira (13.jun), para falta de infraestrutura e segurança no Daia Norte, que tem prejudicado três empresas instaladas no local.
O Daia Norte é uma expansão do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), cujo processo de implantação teve início a partir de 2011.
Pastor Elias explicou que a Lidertex Indústria e Comércio de Tintas e Revestimentos, a Indústria e Comércio de Alimentos Triângulo e a Plastibel Indústria e Comércio de Plásticos pediram socorro a ele, para que interceda junto ao Estado para que algumas demandas sejam atendidas.
Faltam saneamento básico e galerias pluviais nas ruas onde estão as indústrias. Também não há postes e, consequentemente, iluminação pública, o que torna o local propício para a ação de marginais. As empresas não contam com cabeamento para internet e são obrigadas a utilizar chips no dia a dia para acessar sites e e-mails.
O vereador informou que as empresas já encaminharam um ofício ao presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Júlio César Vaz de Melo, pedindo providências. Em nome da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara Municipal, Pastor Elias disse que também reforçará essa luta.
“Vou enviar ao governador José Eliton (PSDB), ao presidente da Codego e ao secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Leandro Ribeiro”, informou o vereador. Ele disse ter certeza que o governador atenderá aos pedidos dos empresários.
O vereador frisou a importância de dar estrutura às indústrias, que geram empregos e renda para a cidade, além delas terem investido, juntas, cerca de R$ 40 milhões para se instalarem em Anápolis.
Quadrilha
O vereador Pastor Elias Ferreira também falou sobre a necessidade de maior policiamento na região rural de Anápolis. Segundo ele, há uma quadrilha agindo na BR-153, nas proximidades da Fazenda Tiririca, parando os carros para roubar os motoristas e agindo também nas propriedades, cometendo furtos ou assaltos à mão armada.
O vereador disse que já conversou com os comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil pedindo socorro em nome dos moradores. Também enviou ofício ao governador José Eliton (PSDB) com vários pedidos, entre eles a aquisição de quatro viaturas para a Patrulha Rural.
Projeto
Em meio aos pedidos, um projeto de lei protocolado pelo vereador Pedro Mariano (PRP) no dia 4 de junho, torna obrigatória a instalação de portas ou grades de aço nas fachadas externas e internas de agências bancárias localizadas no município. A lei abrange também os postos de serviços que contém caixas eletrônicos e se refere a bancos oficiais públicos ou privados, caixas econômicas, associações e cooperativas de crédito.
Pedro Mariano explica que seu projeto isenta da obrigação os estabelecimentos que mantêm segurança armada 24 horas por dia. As portas ou grades de aço dos estabelecimentos ficarão trancadas a partir das 22 horas até à 6 horas do dia seguinte. Os bancos devem providenciar sistema de alerta aos usuários, extensivos aos portadores de deficiência auditiva, para que deixem o estabelecimento dez minutos antes das portas serem fechadas.
Caso o estabelecimento bancário descumpra a lei, são previstas sanções que vão desde a advertência, passando por multa, até a interdição. A empresa reincidente, por exemplo, que após trinta dias da aplicação da multa, persistir com a infração, pode ter o cancelamento do alvará de localização e funcionamento. “Este projeto visa minimizar a ocorrência de atos de violência e criminalidade nas agências bancárias. Além do aprimoramento das condições de segurança por parte dessas empresas”, disse.