Canedo é o campeão do Sub-19 e Zeca Puglise é invadido por vândalos de torcidas organizadas

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Empate deixa a Anapolina como vice-campeã; partida é interrompida no início do 2º tempo quando estádio é atingido por bombas

ORISVALDO PIRES

Mais uma vez um jogo de categoria de base no Estádio Zeca Puglise foi marcado pela violência e selvageria entre supostos torcedores dos dois principais clubes da cidade. O jogo era de decisão e o estádio estava cheio. Em campo Anapolina x Canedo, na disputa pelo título de campeão goiano Sub 19 da 2ª Divisão. Até os dez minutos do segundo tempo, placar em 0x0, mas de uma partida bem disputada e de bom nível técnico. Foi quando as cenas de violência começaram. (veja ao lado) O resultado deu o título de campeão ao Canedo.

Depois de ter perdido o primeiro jogo por 3×1, a Anapolina precisava vencer por no mínimo três gols de diferença para conquistar o título. O técnico Wesley Moura perdeu quatro jogadores para este jogo, dos quais três titulares absolutos. Estavam suspensos pelo 3º cartão amarelo o goleiro Fabrício e o volante Reuber. Já o atacante Ailton, expulso na semifinal, foi punido com dois jogos de suspensão e teve que ficar fora. O zagueiro Matheus Santos teve contrato vencido e não renovado em tempo hábil.

Mesmo com os desfalques o time colorado conseguiu equilibrar o jogo. Por outro lado, satisfeito com a grande vantagem, o Canedo preferiu não arriscar. Jogou nos contra-ataques. O destaque do time azul e preto foi o atacante Michel, artilheiro da competição com nove gols. Ele também havia sido o goleador do campeonato no ano anterior, com 15 gols, quando atuou pelo Itaberaí. O Canedo foi campeão invicto. Em dez jogos foram nove vitórias e um empate.

Anapolina e Canedo, com o resultado do campeonato, se habilitaram a disputar a Copa Goiás Sub 19 da 1ª Divisão, no segundo semestre. Nesta competição a Xata precisa ficar entre os nove primeiros colocados, para ganhar vaga no Campeonato Goiano Sub 19 da 1ª Divisão em 2019. É por meio do Goiano que as equipes buscam se habilitar para disputar a Taça São Paulo de Futebol Júnior, o grande desejo dos clubes que trabalham com jogadores jovens.

Até a interrupção do jogo Wesley Moura não havia promovido nenhuma alteração no time da Anapolina. O grupo titular foi formado por Nicolás; Lucas, Wilkner, Rikelme e Thiago; Jakson, Ze Vítor, Tairone e Felipe; Émerson e Daniel. A perda do título, segundo análises de dirigentes e comissão técnica da Xata, não desmerece o trabalho feito na temporada. Os jogadores ganharam experiência e, certamente, terão oportunidades no grupo profissional em 2019.

Depredação e agressão a pessoas dentro do estádio

Os gritos de incentivo e a vibração dos torcedores presentes ao Estádio Zeca Puglise, nesta sexta-feira, 15, foram interrompidos pelos estrondos de fogos e até bombas, jogados de fora para dentro do estádio. Um grupo significativo de pessoas, com camisas características da torcida do Anápolis Futebol Clube, ocupou a rua e a praça em frente ao Estádio Zeca Puglise, e o embate com os torcedores da Anapolina se iniciou. Foram pelo menos dez minutos de confronto e quebra-quebra.

O administrador do Estádio Zeca Puglise, Olacir Mendes de Sá, confirmou que atos de violência como estes ocorreram várias vezes nos últimos tempos. Segundo ele, os vândalos destruíram o portão de entrada e o telhado de algumas salas. “Uma coisa desse jeito nunca vimos. Tentei fechar porta, mas quebraram tudo. Senhoras foram atingidas, uma criança teve a camisa furada por uma bomba e pessoas passando mal”, disse.

O comandante da patrulha da Polícia Militar responsável pela érea, tenente Neto, disse que os arruaceiros, de maneira fortuita, se aproveitaram do momento em que a viatura policial fazia um patrulhamento ostensivo nas imediações do estádio, para promover o ataque. “A Polícia Militar fez o trabalho preventivo. Confrontos como estes são premeditados via internet pelas duas torcidas. Aproveitaram o momento. Chegaram subitamente, fizeram o ato e saíram correndo”, disse o oficial. Entre os torcedores presentes ao estádio haviam senhoras e crianças acuadas, com medo de serem agredidas. Um campeonato que, esperava-se, terminaria com evidência ao bom futebol, se encerrou de forma melancólica e marcada pela violência. (Colaborou Wagner Almeida)

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