O perfil do eleitorado: 268 mil votos em disputa em Anápolis
Números para pleito de 2018 revelam poder de decisão dividido entre eleitores jovens e experientes; menos instruídos estão em maior quantidade e são suficientes para decidirem uma eleição
ORISVALDO PIRES
O número exato de candidatos que Anápolis apresenta para as eleições de 2018 ainda é impossível precisar. Mas já é conhecido o quantitativo exato de eleitores que os postulantes a cargos eletivos devem procurar para buscar votos. O Tribunal Regional Eleitoral divulga dados atualizados em 25 de maio de 2018 os quais revelam que Anápolis conta com 268.471 eleitores aptos a ir às urnas em outubro deste ano. Eles vão votar nas eleições para deputado estadual, deputado federal, senador, governador, vice-governador, presidente e vice-presidente da República.
Em relação ao quantitativo registrado nas eleições municipais de 2008 (217.127), o aumento absoluto é de 51.344 eleitores, aproximadamente 23,5 por cento. Se considerarmos as eleições estaduais de 2014 (247.191) o aumento é de 21.280 eleitores, pouco mais de 8,5 por cento. Com base nas eleições mais recentes, as municipais de 2016 (260.567) foram acrescidos 7.904 eleitores, três por cento. Nas eleições de 2018 a quase totalidade dos eleitores será identificada pelo sistema da biometria.
De acordo com o Censo do IBGE realizado em maio de 2017, Anápolis conta com 375.142 habitantes. Isto significa que o número de eleitores (268.471) corresponde a 71,5 por cento da população total do município. Do número total de eleitores, 142.833 (53,20%) são mulheres, e 125.638, homens. Diferença de 6,4 por cento. Outros dados curiosos são percebidos. Por exemplo, o número de jovens com idade de 16 e 17 anos, cujo voto é facultativo. Somam 2.632 eleitores, 0,98 por cento do total.
Nesta faixa etária, analistas como o cientista político Juscelino Polonial, avalia que os acontecimentos verificados neste momento político do país desestimulam os jovens a confeccionar o título de eleitor. Em recente entrevista à Rádio Manchester, Polonial avaliou que os jovens não se sentem atraídos pela política. Segundo ele, entre os que são desobrigados a ir às urnas, é possível constatar boa participação dos idosos que se interessam em votar conduzidos pelo ‘dever cívico’ ou o ‘patriotismo’. Os eleitores acima de 70 anos somam 17.015, ou 6,34 por cento.
O maior contingente de eleitores por faixa etária, segundo classificação estabelecida pelo Tribunal Regional Eleitoral, está entre 45 e 59 anos: 67.064. Se a este número forem acrescentados os demais considerados na idade da maturidade (35 a 44 anos) é alcançada a soma de 123.682 eleitores, 46,07 por cento do total. As equipes de marketing dos partidos e candidatos certamente vão preparar mensagens específicas para cativar este grupo de eleitores.
Mas os considerados jovens também formam um filão atrativo. Ao todo são 98.425 eleitores com idade entre 18 e 34 anos. Esta é uma massa considerada crítica, exigente, que confronta o político em sua postura como homem público e em relação às propostas de trabalho. Um pouco antes da terceira idade também se situa um grupo interessante, maduro, que já experimentou praticamente todas as formas de política e de governos (inclusive a ditadura militar), entre 60 e 69 anos. Eles são 26.717 (9,95% do total do eleitorado).
Por fim, mas não menos importante, as estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral demonstram que os eleitores dos ensinos fundamental e médio (completos ou não) têm força para decidir uma eleição. Neste campo estão 193.661 eleitores, 72,13 por cento do total. A mensagem certa para este grupo pode significar vantagem ao candidato. Nos extremos deste critério estão os analfabetos (4.042 / 1,51%) e o que sabem ler e escrever (12.694 / 4,73%); e os que têm curso superior, completo ou incompleto: 58.074 (21,64%).
A projeção de Juscelino Polonial é que nas eleições de 2018 sejam desperdiçados, entre brancos, nulos e abstenções, mais ou menos 80 mil votos, o que representa aproximadamente 30 por cento do total. Este percentual estaria próximo dos números históricos verificados em pleitos anteriores. Em 2014, por exemplo, a eleição para deputado estadual chegou a 25,18 por cento. A eleição para governador, no segundo tempo, atingiu 27,82 por cento. Em 2016, na eleição municipal, no segundo turno: 36,62 por cento. Há quem projete que, em função do desestímulo provocado pelos sequentes casos de corrupção recentes, nas próximas eleições registrem recordes de votos desperdiçados.