Daia 2 recebe indústrias a partir de janeiro de 2019, diz secretário Leandro Ribeiro
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Leandro Ribeiro, informa também que 1ª etapa do Anel Viário do Daia será concluída em 15 dias
ORISVALDO PIRES
A determinação do governador José Éliton (PSDB) é que o segundo Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia 2) esteja pronto para receber novas indústrias em janeiro de 2019. Esta confirmação foi feita pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Leandro Ribeiro (foto), durante entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã de quinta-feira (2.ago), no auditório da Companhia de Desenvolvimento de Goiás (Codego), no Daia.
O secretário revelou que, para assegurar a criação do Daia 2, o Governo do Estado adquiriu e escriturou área de 67 hectares (650 mil metros quadrados). Assim, será possível acomodar pelo menos 76 novas indústrias. “Fizemos a licitação por meio da Codego e está tudo pronto para iniciar a pavimentação, construir a infraestrutura”, disse Leandro Ribeiro. Mas, para isso, é preciso que esta área seja incorporada ao patrimônio da Codego, via projeto de lei do Executivo, apreciado pela Assembléia Legislativa.
A previsão é que este trâmite ocorra ainda em agosto. Assim que a incorporação for legalizada, a Codego promove obras como pavimentação asfáltica de vias, instalação de redes de água e esgoto, drenagem, iluminação e toda a parte de telecomunicações. A área do Daia 2 fica nos fundos do Laboratório Teuto. Leandro Ribeiro informa que os investimentos previstos para as obras de infraestrutura são de aproximadamente R$ 11,5 milhões.
O Daia 2, ressalta o secretário, vai suprir a demanda de empresas que buscam área para se instalar em Anápolis. Leandro Ribeiro revela que pelo menos três laboratórios de produtos farmoquímicos já têm protocolos de intenção assinados com o Governo do Estado, destinados à implantação na nova área do Daia. A necessidade destas empresas é de área de pelo menos 200 mil metros quadrados. Hoje o Daia conta com 170 empresas e 20 mil empregos diretos.
A infraestrutura que oferece e a localização geográfica inserem Anápolis como região do desejo de inúmeras indústrias. Segundo Leandro Ribeiro, o Programa Produzir aprovou nove projetos industriais para Anápolis, que vão desde a fabricação de materiais médicos e odontológicos, fabricação de embalagens metálicas, reciclagem de materiais plásticos, comércio atacadista de produtos alimentícios, logística e fabricação de artefatos de borracha.
A entrevista coletiva teve também a participação do superintendente de Indústria e Comércio, Luiz Medeiros Pinto; o chefe de gabinete da Codego, Marcu Belini; o diretor técnico da Codego, Izelman Oliveira; e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), Anastacios Apostolos Dagios. Sobre o pedido da Acia para que o Governo do Estado ceda pelo menos 40% das áreas da Plataforma Logística Multimodal e do Aeroporto de Cargas, para ampliar a área atual do Daia, Leandro Ribeiro disse que é um projeto possível.
A decisão do governador José Éliton sobre a cessão desta área ainda não foi tomada, mas segundo Leandro Ribeiro várias reuniões foram realizadas para debater o assunto. “O governador entendeu que, para que a plataforma seja alavancada, a área do Daia precisa ser ampliada. Precisamos ocupar parte desta plataforma, especialmente agora com o projeto do Condefesa, capitaneado pela Acia. Levamos a demanda ao governador e nossa expectativa é que ele vai nos atender, para gerarmos mais emprego e renda”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico.
A área da Plataforma Logística, pleiteada para a expansão do Daia, já está pavimentada, conta com sistema de água e esgoto, além de energia elétrica. Está pronta para ser ocupada. Leandro Ribeiro entende como “justa” a solicitação da Acia e está convicto que a cessão de parte da área não fere as especificidades do projeto operacional da Plataforma Logística e do Aeroporto de Cargas. Segundo ele, a área remanescente será perfeitamente adequada para que a plataforma opere e o aeroporto funcione a todo vapor.
Regularização
O processo de regularização fundiária do Distrito Agroindustrial de Anápolis, informa Leandro Ribeiro, já está concluído. Segundo ele, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PTB), dentro do que é de competência do município, envidou todos os esforços para a solução deste problema, “falta agora o município repassar ao Governo do Estado para que faça a publicação de todas as empresas existentes no Daia”. O secretário lembra que o Daia é antigo, foi criado em 1976, e que naquela época não havia a regularização, nem vias definidas.
Leandro Ribeiro lembrou que, com o crescimento do Daia, foi necessário que as indústrias fizessem a demarcação de sua demanda, para que ter acesso à escritura definitiva. Segundo ele, para viabilizar a regularização, o processo contou com a participação do Governo do Estado, a Prefeitura Municipal e o Ministério Público. O secretário informou que, ao lado do governador José Éliton, assinou vários protocolos de intenção de empresas que querem vir para Anápolis. O grupo Foianesi, por exemplo, quer instalar no município uma indústria química e outra de fabricação de equipamentos para indústrias farmacêuticas, investimentos de mais de R$ 200 milhões e quase 300 empregos gerados diretamente.
ETE
A capacidade atual da Estação de Tratamento de Esgoto do Daia é inferior à demanda. Assim, revela Leandro Ribeiro, o Governo do Estado executa projeto de ampliação da capacidade. Com o processo de expansão do Daia, estima-se que em breve pelo menos mais 120 indústrias estejam em funcionamento. A previsão é aumentar a possibilidade de processar esgoto dos atuais 170 metros cúbicos/hora para mais 300 mil litros/hora, obras que consomem aproximadamente R$ 9,3 milhões, recursos do Programa Inova Goiás.
A expansão da Estação de Tratamento de Esgoto do Daia, segundo Leandro Ribeiro, significa também preservar a integridade de córregos e ribeirões existentes na região, e assegurar todos os protocolos de preservação ambiental. O novo sistema, afirma o secretário, foi concebido com aspectos construtivos, que levam em consideração tecnologias mais atualizadas que atuem na proteção do meio ambiente e também reduzam os custos operacionais do sistema, assim como os gastos de energia elétrica, produtos químicos e manutenções. “A expansão já está em andamento e pretendemos entregar a ampliação junto com a entrega do Daia 2”, prevê Leandro Ribeiro.
Anel Viário
O secretário Leandro Ribeiro anunciou que a primeira etapa das obras do Anel Viário do Daia será concluída nos próximos quinze dias. Segundo ele, o trecho desta via abriga aproximadamente 170 famílias que atualmente são prejudicadas devido à ausência da pavimentação asfáltica. “O Governo do Estado se preocupa com esta obra, precisamos propiciar qualidade de vida”, disse. O secretário revelou ainda que, assim que a primeira etapa for entregue, será iniciada imediatamente a segunda etapa, cuja previsão de conclusão é para o final do mês de outubro.
Ao todo são 7,7 quilômetros de via pavimentada, com sistema de drenagem, sob a responsabilidade do Governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. Os outros 15 quilômetros são de responsabilidade do Governo Federal. Leandro Ribeiro revela que, além de beneficiar as famílias da região, dar segurança ao tráfego de veículos, também vai beneficiar o escoamento da produção, com ampliação do desenvolvimento econômico de Anápolis e do estado de Goiás. O secretário informou ainda que o investimento nesta obra é de R$ 36,5 milhões, dos quais R$ 14 milhões são provenientes dos cofres estaduais.
Licença ambiental
Está em tramitação na Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Anápolis os projetos de licença ambiental das indústrias instaladas no município. O secretário Leandro Ribeiro informou que, a partir do esforço conjunto do Governo do Estado, da Prefeitura de Anápolis e do Ministério Público, em breve a licença ambiental será retirada no município. Segundo ele, o Conselho Estadual de Meio Ambiente apresenta óbices para que este procedimento seja concretizado, “mas este assunto é tratado internamente por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e logo teremos boas notícias, no sentido de que o empresário pleiteie ou renove sua licença ambiental em Anápolis”.
A restrição do Conselho Estadual de Meio Ambiente, revela Leandro Ribeiro, prende-se na exigência de que para emitir as licenças ambientais, o município necessita obrigatoriamente contar com pelo menos três profissionais graduados, contratados, efetivos, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Segundo o secretário, atualmente nem Goiânia atende esta realidade, e Anápolis conta com apenas um profissional. “Buscamos sensibilizar o Conselho Estadual, para que entenda que esta restrição é prejudicial ao desenvolvimento dos municípios”, afirmou Leandro Ribeiro.
IBGE revela que Anápolis conta com 40 mil empresas ativas
A economia anapolina, segundo dados oficiais do IBGE e do IMB (levantamento oficial de 2015), movimentou mais de R$ 13,3 bilhões. Anápolis tem o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. O PIB per capita é um dos maiores de Goiás: R$ 36.294,20. Os números revelam que a maior parte da riqueza do município é gerada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). Anápolis conta atualmente com 40 mil empresas ativas.
Em 2017, embora o país tenha enfrentado uma das maiores crises econômicas de sua história, foram abertas no município 1,7 mil novas vagas de trabalho. Em 2018, de janeiro a junho, foram gerados aproximadamente 1,4 mil empregos. Anápolis conta com 379.443 habitantes, com taxa média de crescimento de 1,8% ao ano. O resultado desta condição pode ser mensurado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município, um dos maiores do Estado e um dos 15 melhores do país, sem considerar as capitais.