Um desbravador de sonhos | por Iron Junqueira

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Ancelmo Portela, o seu livro – Paroara Um Desbravador de Sonhos – é simplesmente maravilhoso. Leva-nos a rememorar um passado que já está amplo e muito distante sem que percebêssemos tamanha distância.

Sim, você redescobre a felicidade que um dia tivemos citando as tralhas e os trens que seu personagem comprou para servi-lo em sua terra tão sonhada pela rudeza de um homem bom como seu herói central. E aquela saudade que bate forte no coração, quando deparamos com as entradas vicinais em campos silentespintados na memória com verdes de várias tonalidades e flores simples balançando entre ramos de toda cor e caules suspensos exibindo pétalas de tons fortes ou matizes diversos!

Mas você de fato mexe com os nossos sentires e pensares.

Quando é que eu retornaria àqueles rincões distantes, belos e inesquecíveis? Nunca. Nem pensava neles mais. Ainda existem com a transição dos tempos? Agora eu sei que os há ainda hoje.

Somente uma boa leitura nos remete a mundos tão longínquos e quase esquecidos como as suas pinceladas dizendo dos costumes e hábitos talvez já esquecidos por nós. Caramba!

Pena que a juventude não conheceu a beleza e harmonia de nossa fauna e flora. E temo que nem as conhecerão¬- se não lerem sua obra que nos fala de Paroara. E dona “Fuluca”, mãe do Zé Beato? Que simpleza, desprendimento e vida limitada aos próprios preconceitos. Dedicar a vida toda a cuidar da igreja e do Menino Jesus, com a dedicação subliminar com que as mães se apegam aos filhos, incapazes de entendê-las e defini-las. Ela se entrega a zelar da Igreja e do Menino Jesus, além-favores funcionais ao padre. É difícil, mas não é inverdade fato comum como esse, que você não deixa passar sem registro com a sua espetada, ah,ah,ah!: “Na história de vida de todo ser humano ingênuo, sempre existe um aproveitador correspondente. Não poderia ser de outra maneira com o nosso protagonista que acreditava em tudo. Principalmente nos homens. Também é uma história de amor”. Sim, é verdade, Ancelmo.

“PAOARA UM DESBRAVADOR DE SONHOS” é um grande romance de Ancelmo Portela, contendo uma riqueza de detalhes de nossos hábitos e costumes de antanho que impressiona. Fatos e loisas que a gente não lembrava mais são reconstituídos como se fosse um renascer de antigo mundo que nós conhecemos e aprendemos a amar, só que, dos quais, não lembrávamos mais. E os personagens desse autor moderno? São puros e ingênuos como aqueles que nunca saíram dos povoados ribeirinhos ou dos habitantes das terras nunca antes conhecidas por outros, que não eles mesmos. Não é correto que eu vá mostrar fatos e desfechos desse lindo romance que, somente lendo-o, para amá-lo e adotá-lo na nossa estante, para reconhecimento dos pósteros. Fica aí meu “pitaco”, Ancelmo Portela, sobre um dos melhores livros que li.

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