Anápolis se mobiliza para o combate à dengue
Prefeitura convida representantes de instituições da cidade para atuarem como multiplicadores contra o mosquito Aedes aegypti, repetindo ação de sucesso realizada no ano passado, que reduziu casos em 83%
DA REDAÇÃO
O primeiro grande desafio foi vencido com a redução de 83% dos casos de dengue, desde o ano passado. Mas, a batalha é contínua e para manter os índices lá embaixo, a prefeitura retoma a campanha Anápolis Contra a Dengue. O pontapé inicial foi dado pelo prefeito Roberto Naves (PTB), na sexta-feira (23.nov), em reunião com representantes da sociedade civil e organizada, de corporações militares e lideranças religiosas e políticas.
“Estamos reunidos para dar continuidade ao trabalho vitorioso que toda a nossa cidade realizou no combate à dengue. A participação de todos vocês, e das instituições que representam, é fundamental para o êxito dessa campanha”, disse o prefeito Roberto Naves. O combate ao Aedes aegypti deve ser constante e o intuito é fazer com que todos ajudem a conscientizar a população sobre os riscos da doença e os meios para eliminar de vez os focos do mosquito, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.
Para Leordino Lopes, presidente do Conselho de Pastores de Anápolis, o trabalho conjunto já se mostrou positivo e sua manutenção deve contribuir mais uma vez para que a dengue permaneça sob controle na cidade. “Trata-se de um modelo eficaz para conscientizar e envolver a sociedade e também de consolidar a luta contra a dengue”, disse o pastor, acrescentando que o convite do prefeito Roberto Naves para mais essa empreitada foi recebido com grande satisfação pela comunidade evangélica.
A importância da ação também reverbera na igreja católica. Representando o bispo Dom João Wilk, o padre Francisco Soares, comentou que a mobilização é de extrema importância e diz respeito à coletividade. “A dengue e as demais doenças transmitidas pelo mosquito não escolhem vítima. Por isso, todos devem estar engajados nessa luta”.
Ação contínua
Desde o dia 15 de outubro, os agentes de endemias estão nas ruas para visitar todos os imóveis da cidade. Neste ano, eles ganharam reforço com o auxílio dos agentes comunitários de saúde, que atuam em suas áreas de cobertura. Somando, são mais de 700 profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, e 20 da Ala 2 (antiga Base Aérea).
A coordenadora técnica de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores, Patrícia Godoi, explica que essa integração entre garante um trabalho mais ágil e eficiente. “Os agentes comunitários atuam em seus locais de trabalho. Eles já possuem um elo com a comunidade o que fortalece a conscientização”, conta. Já os agentes de endemias estão nas áreas que não possuem cobertura da Estratégia de Saúde da Família, o que garante alcance em toda a cidade. “Lembrando que cada agente de saúde faz esse trabalho em apenas cinco dias no mês para não comprometer sua rotina de assistência às famílias”, frisa.
Com essa intensificação é possível visitar todos os imóveis da cidade. A meta da Secretaria Municipal de Saúde é fazer essa cobertura e promover mais mobilizações chamando a população para o combate ao mosquito. “Assim conseguiremos passar por esse período sem problemas e diminuiremos ainda mais os casos da doença”, avalia Patrícia Godoi.
“Desde que assumi a prefeitura, ajudo a Unidade Oncológica”
FERNANDA MORAIS
Durante o evento de lançamento do projeto Anápolis Contra a Dengue, o prefeito Roberto Naves também falou sobre a Unidade Oncológica de Anápolis, que corre o risco de fechar depois de perder serviços de quimioterapia, devido a uma portaria do Ministério da Saúde. Leia a seguir o que disse Roberto.
Qual a importância de eventos grandes como esse? Com a presença de tantas autoridades?
Evento muito importante. Conseguimos reunir a sociedade organizada, representantes do Rotary, Lions Clube, Maçonaria, igrejas Católicas e Evangélicas, Base Aérea, Tiro de Guerra, CDL, Acia e tantas outras instituições e organizações que realmente querem o bem da nossa cidade. O trabalho da Prefeitura, da Saúde com seus agentes de endemias é árduo nesse combate a dengue. Mas esse trabalho é quase que inócuo quando se pensa no tamanho de Anápolis e que temos que alcançar todas as casas, imóveis, comércio em uma semana, que é o prazo que o mosquito tem de vida e reprodução. Precisamos do apoio de todos os parceiros, da comunidade no geral. E até agora a causa foi abraçada. No ano passado a campanha de combate a dengue foi extremamente vitoriosa e conseguimos reduzir consideravelmente os focos do mosquito. Mas o importante é lembrar que a luta é permanente, contínua, ano a ano. Se não continuarmos o trabalho contando com esses parceiros, a doença volta a fazer suas vítimas. Agradecemos muito a participação de todos, inclusive da imprensa para vencer essa batalha.
Como esses parceiros atuam dentro dessa parceria?
Fazemos a divulgação e o trabalho de mídia junto a imprensa, mas por exemplo, quando os pastores e os padres tiram dois minutos de suas celebrações para conscientizar as pessoas que estão na igreja sobre a importância de manter a casa sem o foco da dengue, é uma ajuda sem tamanho. Maior do que o que fazemos na Prefeitura. A participação é nesse sentido. Na verdade, a sociedade organizada funciona como veículo para sensibilizar as pessoas que tem os lotes baldios sobre a importância de manter o seu terreno limpo, a falar para não jogar lixo no chão. Todos têm que assumir a sua responsabilidade no combate à dengue.
As chuvas chegaram mais cedo esse ano e com maior intensidade. Essa condição preocupa? Considerando que Anápolis foi destaque nacional no combate à dengue?
A chuva chegando mais cedo e com constância, nos deixa feliz, porque temos mais água. Os nossos reservatórios estarão abastecidos, o lençol freático também agradece essa condição de ter mais chuvas. Mas da mesma forma que é bom por esse lado, temos que estar atento ao outro que é o cuidado com os focos da dengue. O combate tem que ser mais intenso porque as chuvas chegaram e não tem previsão para parar, graças a Deus.
Em relação à Unidade Oncológica, o que a Prefeitura está fazendo para resolver o problema?
Os problemas que nós enfrentamos juntos ao Hospital Oncológico não são de agora. Desde janeiro do ano passado, em 2017, quando eu assumi a Prefeitura de Anápolis, fui procurado pela ACCG. Estive em Goiânia visitando a ACCG, a imprensa cobriu essa visita que fiz ao lado do deputado Jovair Arantes. Estive duas vezes no Ministério da Saúde buscando solucionar esse problema, esse impasse. Agora é importante lembrar que a Unidade Oncológica não tem um contrato de quimioterapia, ou de prestação de serviços com a Prefeitura. O contrato que esse hospital tem é com a Fundação James Fanstone. Então é um contrato de uma entidade privada onde a Prefeitura não tem participação. O Executivo não pode chegar e definir tirar a Unacon, que é a unidade de tratamento contra o câncer, da Santa Casa e passar para a ACCG, não podemos chegar e tirar essa permissão para tratamento de câncer da James Fanstone. O que nós propusemos desde o início do problema foi dar apoio para tentar resolver essa questão. Algumas soluções estão sendo desenhadas. Estamos e busca desses leitos, que é o problema da ACCG, para que a gente possa, junto ao apoio de políticos e sociedade organizada, conseguir uma terceira Unacon para Anápolis. Já me reuni com o doutor Ernei da Fundação James Fanstone para ver se tinha a possibilidade de resgatar esse novo contrato. Tenho reunião marcada com o diretor do Ânima para ver a possibilidade dessa parceria. Sei que os membros da ACCG marcaram uma reunião com a Santa Casa. Vou fazer uma visita segunda-feira no Cais do Jardim Progresso porque parte vai ser transformada em UPA, mas tem outra parte que podemos reformar e também destinar a essa terceira Unacon. Como prefeito, mesmo não sendo o responsável direto e não tendo como resolver diretamente essa relação entre a fundação James Fanstone e a ACCG, estou trabalhando 24 horas por dia para que realmente essa entidade possa continuar atuando em Anápolis. Estamos trabalhando como fizemos no Materno Infantil, na Maternidade Dr. Adalberto, com a Santa Casa de Misericórdia e não vamos medir esforços para ajudar o João Bosco, a ACCG e, principalmente, para manter o tratamento digno para as pessoas com câncer.
No caso do Ânima a ideia era o hospital disponibilizar os leitos?
Essa é uma das hipóteses. O Ânima entraria com os leitos e a ACCG com o tratamento. Vou olhar a ala desativada no Cais Progresso e provavelmente não deve ser aproveitada para a UPA. Estamos trabalhando em todas as vertentes para solucionar o caso. Gostaria de tranquilizar a sociedade. Quando o problema aparece, também aparecem pessoas que não conhecem a história. Tem pessoas que chegaram agora no problema, mas nós da Prefeitura estamos juntos com a ACCG desde janeiro 2017 e estamos trabalhando em busca de soluções. A única coisa que eu enquanto prefeito não posso fazer é interferir em uma relação entre empresas privadas, no caso o Hospital Evangélico e a ACCG. Portanto não é a Prefeitura que está descredenciando, não é a Prefeitura que está impedindo o trabalho da ACCG. Quem fala isso está mentindo. Na verdade, o contrato da AACG é com a Fundação James Fanstone. A Prefeitura está entrando com intuito de tentar ampliar o número de Unacons na cidade porque entendemos que a da Santa Casa é necessária, entendemos que a da James Fanstone é necessária e que uma futura Unacon para ACCG também é necessária porque quanto maior a rede de tratamento na cidade, melhor para os pacientes.
Quarta feira o senhor esteve no Ministério dos Transportes em Brasília. Qual balanço o senhor traz para a cidade?
Positivo. Estivemos reunidos com ministro e até quinta-feira que vem ele me dará o cronograma certo dos trâmites do Ministério do Transporte para que possa licitar e começar as obras do viaduto do Recanto do Sol. Realmente tivemos uma reunião produtiva com o ministro Valter e o deputado Jovair Arantes com objetivo de garantir essa obra para região. Fomos até o Ministro das Cidades, Alexandre Baldy, para saber sobre os recursos que estão garantidos para a cidade e ele nos informou que recursos sairão para o Castramóvel e outras obras para em Anápolis. Temos que ficar atento esse final de ano. As vezes até chegam recursos e as cidades não tem condições de aprovar seus projetos, mas graças a Deus nós estamos em situação confortável em termos de capacidade técnica e de elaboração projetos para ir buscar os recursos necessários.
O senhor tem falado sempre sobre a quantidade de fake news que soltam em Anápolis. Como o senhor tem lidado com isso?
As máscaras vão caindo. As pessoas que publicam fakes, publicam uma, publicam duas e logo aparece que está por trás. A população espera da administração é responsabilidade e isso nós temos. Mas tem pessoas que moram na nossa cidade, e ao invés de querer o bem de Anápolis, parece que quer o mal. Publicar fakes atrapalha a cidade, tumultua o processo e não é isso que nos interessa.