Secretário explica reestruturação na Saúde durante sessão da Câmara Municipal
Titular da Saúde, Lucas Leite fala sobre mudanças na área durante sessão da Câmara Municipal
FERNANDA MORAIS
A reestruturação que há 20 dias está sendo realizada na saúde pública municipal se transformou em tema frequente de discursos e debates entre os vereadores na Câmara Municipal. Para esclarecer as dúvidas e responder questionamentos dos parlamentares sobre as alterações, o médico Lucas Leite, atual secretário municipal de Saúde, participou da sessão ordinária da última terça-feira (20.nov).
Abrindo a sessão, o presidente da Casa, Amilton Filho (SD), destacou a importância da disposição do secretário em aceitar o convite e esclarecer pontos fundamentais sobre as modificações propostas pelo Executivo para o Sistema Único de Saúde (SUS). “É uma participação importante. Momento para os colegas darem sugestões, fazerem suas críticas e tirar dúvidas. Uma verdadeira prestação de contas à sociedade”, ressaltou o presidente.
A principal preocupação dos vereadores com a reestruturação do SUS é em relação ao funcionamento do Cais Mulher. O petista Antônio Gomide questionou a decisão de fechar a unidade que nos últimos anos passou a ser considerada referência no acolhimento do público feminino.
Teles Júnior (PMN) pediu informações sobre a reforma na unidade de Saúde da Alexandrina. A professora Geli (PT), cobrou esclarecimentos sobre o Banco de Leite que foi retirado do Cais Mulher e levado para outra unidade de saúde, sobre a falta de vacinas nos PSF por falta de geladeiras adequadas para acondicionar as doses e sobre a distribuição dos medicamentos que não está a contento dos usuários.
João da Luz (PHS) perguntou como estão os atendimentos as mulheres no Cais Abadia Lopes da Fonseca que acomodou a estrutura do Cais Mulher, questionou o prazo para que a clínica pediátrica entre em funcionamento e se a estrutura da Unidade de Saúde do Parque Iracema tem condições de absorver os pacientes que eram atendidos no Cais Progresso.
Lélio Alvarenga (PSC) trouxe reclamações de pacientes que estão insatisfeitos com o atendimento e acolhimento na UPA do Jardim Esperança. Luiz Lacerda (PT) criticou o fechamento do Cais Mulher e o deslocamento dos serviços da unidade para o Cais Abadia Lopes da Fonseca. Domingos Paula (PV) elogiou o prefeito Roberto Naves (PTB) e o secretário Lucas Leite pela coragem de propor as mudanças necessárias para a saúde.
O petista Lisieux José Borges pediu informações sobre a questão do funcionamento da Unidade Oncológica Mauá Cavalcanti de Sávio que corre o risco de ser fechada devido a questão das Unacons. O vereador pediu cautela do Executivo na análise do assunto e lembrou que o hospital realiza seus atendimentos 100% pelo SUS.
Pastor Elias Ferreira (PSDB) perguntou sobre as realizações das cirurgias oftalmológicas. Pedro Mariano (PRP) quis saber sobre a regulação para exames de Tomografia e ressonância magnética.
Explicações
Lucas Leite explicou que o antigo Cais do Jardim Progresso será transformado em Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h). Os serviços do Cais Progresso passaram a ser oferecidos de modo mais intenso no Hospital Municipal Jamel Cecílio e na UPA da Vila Esperança. Os casos sem gravidade – que não se tratam de urgência e emergência – passaram a ser recebidos nas unidades de saúde dos parques Iracema e Pirineus que tiveram o horário de atendimento estendido até as 22h, inclusive, aos finais de semana e feriados.
O secretário garantiu que o Cais Mulher não foi fechado, a sua estrutura completa foi deslocada para a Unidade de Saúde Abadia Lopes da Fonseca, localizada no Jardim Calixto. Lucas leite ressaltou que nenhuma das unidades perdeu qualidade no atendimento que, segundo ele, será ampliado, já que o serviço de exames como mamografias passou a funcionar em três turnos.
“Antes realizávamos em média oito mamografias por dia. Com essa mudança estrutural e de fluxo, estamos com agenda para cerca de 30 exames como esse diariamente”, esclareceu.
Lucas Leite ressaltou que a mudança de local da Unidade de Saúde da Mulher foi necessária para a construção da UPA com Perfil Pediátrico no prédio que passa por ampliações e adequações para atender as exigências do Ministério da Saúde parta a implantação desse modelo de atendimento. “Temos que pensar que com isso teremos um atendimento completo na rede de urgência com três UPAs e um local adequado para receber as crianças”, pontuou.
Sobre o Banco de Leite de Anápolis, Lucas Leite disse que também foi transferido para a unidade de saúde do Bairro São Joaquim que passa a oferecer exclusivamente esse serviço. Pela primeira vez em sede própria, o local ainda vai oferecer atendimento nutricional, psicológico e odontológico às gestantes, mulheres pós-parto e lactantes. Sobre as vacinas o secretário disse que a Prefeitura está realizando o processo de compra de novas geladeiras para garantir a qualidade das doses.
Reestruturação
O secretário ainda apresentou aos parlamentares e à população presente, outras medidas que integram esse processo de reestruturação como os postos de coleta de exames laboratoriais nas unidades Abadia Lopes e Iracema, e em caráter ambulatorial, no Hospital Municipal. “Atualmente são 39 tipos de exames de sangue que não eram feitos pela rede, somente por parceiros, que integraram as nossas unidades. Hoje fazemos cerca de 200 por semana”, destacou Lucas.
Os serviços de odontologia também passaram a ser oferecidos de forma mais intensa. O atendimento agendado acontece até as 22h nas unidades de saúde Abadia Lopes da Fonseca e Iracema. Há também serviço ambulatorial junto com plantões de urgência no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) do Bairro Maracanã, das 7h às 24h, de segunda a sexta, e neste mesmo horário, todos os dias, no CEO da Vila Jaiara. Já o plantão de emergência acontece diariamente na UPA, das 7h às 3h.