Meteorologia: seca deve se manter por mais dias e requer cuidados

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A Defesa Civil declarou estado de alerta no Distrito Federal por causa da baixa umidade do ar que ficou entre 12 e 20% esta semana.

Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil –  Brasília

O período de seca que acomete a região central do Brasil não tem previsão para amenizar, segundo o Instituo Nacional de Meteorologia (Inmet). Há dois dias, na quinta-feira (12), a Defesa Civil do Distrito Federal declarou estado de emergência na capital, pela segunda vez, após dois dias consecutivos de umidade relativa abaixo do limite, fixado em 12%.

A estimativa do Inmet é de que a temperatura baixe para a casa dos 30 graus Celsius (ºC) no fim-de-semana, em Brasília, mas continue alta na próxima semana. As máximas devem atingir 31ºC na segunda-feira (16) e 32ºC na terça-feira (17). Já a umidade não deve ter elevação significativa mas deve sair da casa dos 10% e chegar a cerca de 20%.

A Defesa Civil declarou estado de alerta no Distrito Federal por causa da baixa umidade do ar que ficou entre 12 e 20% esta semana.

A Defesa Civil declarou estado de emergência na capital por duas vezes nos últimos dias – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Conforme o meteorologista do Instituto Olívio Bahia, normalmente as primeiras gotas caem no DF em setembro, mas o mês vem sido marcado por altas temperaturas e forte seca. Ele acrescenta que os estudos de projeção das mudanças no clima realizados pela entidade ainda não indicaram a chegada da chuva.

À Agência Brasil, o técnico não arriscou uma previsão, recorrendo ao histórico de comportamento do clima na região. “A gente está imaginando que a massa [de ar seco] vá perder força. Historicamente chuvas são mais frequentes a partir da segunda quinzena de outubro”, afirmou.

Segundo Bahia, o calor e a seca deste ano não se devem a nenhum fator específico. Eles seriam resultado do que chama de “variabilidade anual”. O que já é uma massa de ar seco mais intensa na região central – que abrange Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Centro-leste do Mato Grosso, Nordeste do Mato Grosso do Sul, Norte e Oeste de São Paulo e Centro-oeste da Bahia – está se prolongando e deve se manter por mais dias.

“Estava chovendo no hemisfério Sul e passa a chover no Norte neste período. O padrão de vento não traz umidade, e aí fica seco. É comum termos temperaturas elevadas no Brasil neste período, quando o sol está baixando no movimento aparente. O sol vem do hemisfério Norte, a gente tem muita radiação solar chegando e não tem nuvem, que serve como filtro”, explica o meteorologista do Inmet.

Esse fenômeno, entretanto, se manifesta de forma diferente em regiões e biomas distintos. Embora os dois sejam secos, Cerrado e Caatinga têm aspectos próprios, a exemplo da vegetação ou até mesmo da disponibilidade, bem menor no sertão do Nordeste. Olívio Bahia comenta que muitas vezes há confusão de também comparar as secas com outros locais do mundo, como o deserto, quando são situações bastante diferentes.

Impactos

Esse clima pode ter impactos importantes na saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fixa como mínimo razoável o índice de 30% de umidade. A seca pode gerar baixa da pressão arterial, com sensação de cansaço.

Mas para o pneumologista e membro da Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia (SBPT), Carlos Viegas, a maior preocupação deve ser com as doenças respiratórias. “Rinite, sinusite, pneumonia e outras enfermidades decorrentes do processo inflamatório nas vias aéreas são comuns. Além deste ar muito seco, temos presença de fumaça o que possibilita desenvolvimento de problemas alérgicos respiratórios”, ressalta Viegas.

Cuidados

Uma sugestão do médico para que as pessoas verifiquem se estão com a hidratação adequada é a observação da urina. Quanto mais próxima a coloração estiver da água, mais hidratada uma pessoa está. Já se a cor da urina estiver próxima de amarelada forte é importante reforçar o consumo de água ao longo do dia. A sugestão é beber, pelo menos, 3 litros de água por dia.

Segundo o subsecretário da Subsecretaria da Defesa Civil do DF, Coronel Sérgio Bezerra, para quem não costuma tomar muita água é adequado aumentar o consumo gradativamente. Ele sugere não esperar o corpo demandar, mas procurar beber um copo por hora.

Mas o cuidado com o excesso também é importante. “Não precisa exagerar. Quem bebe muita água pode ter baixa de pressão”, alerta o subsecretário da Defesa Civil do DF.

Além disso, é importante evitar atividades físicas entre 11h e 16h e se proteger do sol, evitando ficar em ambiente aberto durante muito tempo e sempre lembrando de passar o protetor. Em momentos de baixa umidade, o uso do umidificador também é recomendável.

 

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