Estado inicia plano para garantir mais espaço nos hospitais visando covid-19

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A medida não interrompe funcionamento nem atendimento regular das unidades, mas cria um sistema que visa priorizar o socorro a quadros mais graves.

Depois de recomendar o isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus pelo Estado, o Governo de Goiás anunciou nesta quarta-feira (18/3) medidas voltadas estritamente para a área da Saúde. A intenção é reduzir o fluxo convencional dos hospitais estaduais para que as estruturas tenham capacidade de receber pacientes com covid-19, que precisam de isolamento. A medida não interrompe o funcionamento nem o atendimento regular das unidades, mas cria um sistema que visa priorizar o socorro a quadros mais graves.

Portaria da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), número 508 de 2020, prevê que até 50% dos procedimentos cirúrgicos eletivos devem ser reprogramados. Trata-se de casos em que o adiamento não oferece risco à saúde do paciente. A medida não afeta a rotina dos procedimentos oncológicos, cardiológicos ou neurológicos. Essa redução de fluxo dos hospitais visa a possível necessidade de leitos extras, focadas na covid-19, e a otimização do uso de insumos hospitalares.

Atendimentos ambulatoriais também devem ser reduzidos em 50%. É uma maneira de evitar aglomeração de pacientes nas recepções. Nesse mesmo princípio, o documento prioriza orientações domiciliares e/ou remota e ainda restringe a visitação de representantes comerciais da indústria farmacêutica a unidades de saúde. No caso de medicamentos de uso contínuo, a recomendação é ampliar para 12 meses o prazo de aceitação de prescrições médicas. Isso evita que o paciente retorne à unidade de saúde para ter acesso a nova receita.

O documento resguarda o atendimento ininterrupto de situações mais graves, como a terapia renal substitutiva (hemodiálise ou diálise peritoneal). Dessa forma, as unidades que realizam os procedimentos continuam atendendo integralmente, desde que observadas medidas de prevenção e proteção em relação ao novo coronavírus.

Também suspende a assistência de saúde bucal/odontológica, exceto atendimentos em regime de urgência ou emergência. Outra determinação da portaria é que as unidades de saúde estaduais realizem, de forma imediata, as cirurgias em todos os pacientes que estejam internados e necessitem do procedimento.

Entenda o Plano de Contingência

Atualmente, Goiás está no Nível 1 do Plano Estadual de Contingência para o Enfrentamento da infecção humana pelo novo coronavírus. Essa fase será ocupada enquanto o Estado possuir até 100 casos esporádicos de pessoas com covid-19. Até esta quarta-feira, são 12 os casos confirmados.

Enquanto Goiás estiver no Nível 1, a meta do governo estadual é “reservar” 10 leitos de enfermaria e 10 leitos de UTI em hospitais do Estado – por isso a importância das medidas elencadas na portaria. A partir do cumprimento das determinações, o Estado alcançará a meta pré-estabelecida.

O Plano de Contingência conta com cinco níveis. O de número 0 compreendia um estado de alerta, quando Goiás só tinha casos suspeitos da doença. O primeiro diagnóstico local foi confirmado na última quinta-feira (12/3), quando passamos para o Nível 1. Já o Nível 2 será para o cenário acima de 100 pacientes com covid-19; o Nível 3, para mais de 500; e o Nível 4, caso haja mais de mil casos no Estado.

Ações preventivas

Em 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia para covid-19, que já se espalhou por mais de 160 países. Diante disso, todas as ações do Governo de Goiás no enfrentamento à doença são preventivas e seguem protocolos internacionais de segurança. O Plano Estadual de Contingenciamento, por exemplo, foi lançado em 10 de fevereiro – mais de um mês antes de o Estado registrar casos da doença. Foi o primeiro documento com esse perfil elaborado no País.

“Esse é o momento que nós estamos resguardando as pessoas para diminuir a contaminação. Que a curva em Goiás seja a menor possível”, destacou o governador Ronaldo Caiado, que também é médico e vem realizando uma série de reuniões com Poderes Executivo e Legislativo, lideranças e representantes de diversos segmentos na intenção de tomar as melhores decisões para proteger os goianos do novo coronavírus.

Além do Plano de Contingenciamento, que entre outras coisas prevê a “reserva” de leitos hospitalares para evitar colapso na rede de saúde, Goiás tem o Hospital de Campanha, em Goiânia. A partir de um decreto, Caiado definiu o Hospital do Servidor Público de Goiás como a base central para atendimento de pacientes com o novo coronavírus. A estrutura possui 222 leitos e ainda quatro salas modulares que foram montadas no estacionamento para realização de triagem.

Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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