Caiado quer atingir 55% de isolamento com quarentena intermitente
Em entrevistas a rádios paulistas, governador afirmou que medidas adotadas têm embasamento técnico-científico e foram tomadas para diminuir o crescimento da curva no Estado e evitar a sobrecarga do sistema de saúde
Intercalar 14 dias de fechamento com 14 dias de funcionamento das atividades comerciais é a medida adotada pelo governador Ronaldo Caiado em Goiás e instituída no decreto publicado na noite desta segunda-feira com medidas para enfrentar o período mais crítico da pandemia no Estado.
Junto à chamada quarentena intermitente, o governador Ronaldo Caiado irá promover a ampliação da testagem RT-PCR e o investimento em mecanismos de rastreamento dos contaminados bem como das pessoas que convivem com eles. “Pretendo elevar a 55% o isolamento social, junto ao rastreamento dos pacientes acometidos nesse período de 14 dias. Dessa forma, tenho condições de diminuir a disseminação [do vírus] e a minha estrutura hospitalar pode suportar a demanda”, concluiu Caiado.
Combinadas, as ações previstas pelo Governo de Goiás devem permitir um diagnóstico mais seletivo das áreas e das atividades onde há maior índice de disseminação da Covid-19 no Estado. Esses esclarecimentos foram apresentados pelo governador durante entrevistas a duas rádios nacionais – as paulistas Bandeirantes e Jovem Pan – na manhã desta terça-feira (30/06).
“Todas as minhas decisões, desde o primeiro decreto, foram tomadas com embasamento técnico-científico. Diante desse crescimento, que está extrapolando a curva prevista por nós, dentro da nossa capacidade de atendimento em leitos de UTI, buscamos essa nova proposta”, argumentou.
Único médico que está à frente de um Estado, o governador Ronaldo Caiado frisou que o coronavírus é extremamente agressivo e continua surpreendendo por sua capacidade de se manter ativo e pelas diferentes formas de contaminação. “É um vírus desafiador, e todos os países que acharam que ele não deveria ser tratado como de altíssimo risco se ajoelharam”, lembrou. Caiado garantiu que, em Goiás, todos os mecanismos e ferramentas considerados atenuantes da disseminação da Covid-19 serão avaliados e considerados pela gestão estadual.
Investimentos na rede hospitalar
A prioridade do Governo de Goiás é oferecer tratamento digno aos pacientes contaminados, sem sobrecarga do sistema de saúde. Por esse motivo, o governador tem investido fortemente na estadualização de hospitais, garantindo atendimento em todas as macrorregiões do Estado.
Caiado fez questão de referendar o governo federal e os deputados da bancada goiana no Congresso Nacional, que destinaram emendas impositivas para a construção, restauração e aparelhamento de hospitais. “Nesse período eu pude aparelhar oito hospitais e instalar uma estrutura mínima necessária de UTIs, dando ao cidadão do interior a chance de ser tratado”, destacou. “Nunca se viu uma dotação de repasse de apoio à Saúde tão expressiva quanto no atual governo.”
Desde o início da pandemia, o Governo de Goiás destinou cerca de R$ 351 milhões para o aparelhamento de hospitais em todo o Estado. Paralelamente à abertura de hospitais e à ampliação de vagas para atendimento exclusivo da Covid-19 – que até o final de julho devem chegar a quase 600 leitos estaduais –, o governador Ronaldo Caiado tem fortalecido a conscientização sobre a importância do isolamento social, medida considerada a mais eficaz até o momento pelos órgãos competentes no combate à disseminação do coronavírus. “Em Goiás, vou resistir para que eu possa manter a contaminação em um nível aceitável e compatível com o que eu tenho instalado [na rede de Saúde do Estado]”, declarou.
Na tarde desta terça-feira, dia 30, o governador Ronaldo Caiado inaugura o Hospital São Marcos, na cidade de Itumbiara, que foi reformado e reestruturado e será reaberto com capacidade para 200 leitos, sendo 30 de UTI. A unidade, que estava fechada, foi cedida ao Estado por determinação da Justiça.
Direcionamento das ações
Caiado destacou que na reunião realizada com os prefeitos na segunda-feira (29/06) por videoconferência, ele apelou para que os recursos destinados pelo governo federal aos municípios sejam investidos na ampliação da testagem RT-PCR e em mecanismos de rastreamento dos contaminados. Tudo isso para evitar uma explosão de casos nos próximos dias. Para tanto, o governo recomendou que os gestores municipais envolvam também agentes comunitários de saúde e assistentes sociais neste processo.
O governador lembrou que é normal que existam opiniões divergentes, entretanto, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), cada gestor vai responder pelas políticas adotadas em seus municípios. Segundo ele, apesar de algumas opiniões divergentes, os prefeitos estão reavaliando suas posições.
Para Caiado, a maior oposição às medidas de isolamento adotadas até o momento partiram do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, que de acordo com o governador, não goza de credibilidade para tratar sobre o tema, e do ex-governador Marconi Perillo, reconhecido adversário político. “A ampla maioria da população tem consciência do trabalho que nós estamos fazendo e, ao mesmo tempo, da importância de se preparar o Estado para atender os pacientes”.
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás