Covid-19: número de mortes cai 8% e média de casos cresce 5%
A análise compreende o período entre 30 de agosto e 6 de setembro
Publicado em 09/09/2020 – Por Jonas Valente – Repórter da Agência Brasil – Brasília
O número de mortes por covid-19 na última semana epidemiológica (SE 36) caiu 8% em relação à semana anterior. Mas entre as semanas epidemiológicas 35 e 36 o número de casos apresentou um crescimento de 5%.
O dado está no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde apresentado hoje (9) pela equipe do órgão em entrevista online. Semana epidemiológica é um tipo de medida de tempo utilizada pelas autoridades de saúde.
A SE 36 compreendeu o intervalo entre 30 de agosto e 6 de setembro.
Em relação às mortes por covid-19, foram 5.714 na semana epidemiológica 36, contra 6.212 na semana anterior (35). Após uma estabilidade de cerca de dois meses, a tendência de queda da curva iniciou na semana 31 e vem se mantendo.
O decréscimo desta semana marcou a segunda diminuição mais aguda seguida. Na semana passada, a redução havia sido de 13%. “A gente tem pelo menos 2 meses de redução de registros de óbitos por covid-1 no Brasil”, pontuou o diretor do Departamento de Análises em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário.
Semana Epidemiológica 36 (óbitos) – Ministério da Saúde
Casos
Já a curva de casos voltou a subir. Na SE 36 foram 276.847, contra 263.791 na semana anterior. Segundo o Ministério da Saúde, a variação de 5% para baixo representa uma estabilização da evolução da pandemia. Eduardo Macário argumentou que o número se deve à ampliação da testagem e dos diagnósticos de covid-19.
“Embora tenhamos visto uma redução desde a semana 30, nas últimas semanas isso vem se mantendo estável, mostrando que há um aumento de pessoas que têm sido testadas. Com a ampliação da forma de diagnóstico, isso tem refletido mais pessoas confirmadas”, disse Macário.
Semana Epidemiológica 36 (casos confirmados)- Ministério da Saúde
Regiões
O Boletim Epidemiológico mostra uma ampliação da tendência de interiorização da pandemia no país. Do total de casos confirmados, 65% foram registrados em cidades do interior, enquanto 35% foram notificados em regiões metropolitanas.
Quando consideradas as mortes, pela primeira vez aquelas ocorridas em municípios do interior ultrapassaram (53%) as identificadas nos grandes centros urbanos (47%). Neste Boletim Epidemiológico não foi disponibilizado o balanço de aumento e queda de casos e óbitos por estado, como vinha sendo feito semanalmente.
SRAG
Desde o início do ano, já foram registrados 669.606 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Deste total, 351.734 (52,5%) foram diagnosticados com covid-19. Outros 82.592 (12,8%) ainda estão em investigação.
Sobre o perfil, 51,4% tinham 60 anos ou mais, 44% eram mulheres e 56% eram homens. Em relação à raça e cor, 33,4% eram pardos, 33,4% eram brancos, 4,8% eram pretos, 1,1% eram amarelos, 0,4% eram indígenas e 27% não tiveram a característica identificada.
Testes
Até o momento, o Ministério da Saúde distribuiu a secretarias estaduais 6,5 milhões de reações de testes laboratoriais (RT-PCR). Os estados mais contemplados foram São Paulo (1 milhão), Rio de Janeiro (892 mil) e Paraná (826 mil).
Desde o início da pandemia, foram processados 3,3 milhões de exames. Esse número pode incluir kits adquiridos pelos próprios estados. Se acrescido o número de testes processados pela rede privada, 2,3 milhões, o total de exames está em 5,6 milhões.
Comparação internacional
Depois de semanas mantendo a 2ª colocação em número de casos, o Brasil foi ultrapassado pela Índia e caiu para terceira colocação. O país asiático bateu a marca de 4,37 milhões de casos, mas possui população acima de 1,3 bilhão de pessoas. Já na lista de mortes, o Brasil continua na 2ª colocação.
O país com mais pessoas infectadas e óbitos desde o início da pandemia é os Estados Unidos, com, respectivamente, 6,2 milhões e 188,1 mil. Quando considerada a população, o Brasil fica em 10º nos rankings de incidência (casos por 1 milhão de habitantes) e mortalidade (mortes por covid-19 por 1 milhão de habitantes).
Veja entrevista na íntegra