Campanha de Márcio Corrêa cresce e deixa cenário imprevisível para 2º turno

Sem desgastes, candidato do MDB ganha musculatura na reta final e pode ser o nome mais competitivo para o 2º turno. Se tiver sucesso, será o primeiro prefeito nascido na cidade em mais de uma década

Publicado: 12.11.2020

Parecia inevitável que a disputa para prefeito de Anápolis ficaria entre Antônio Gomide (PT) ou Roberto Naves (PP). Mas, nas últimas semanas, o cenário tem sofrido mudanças e uma grande surpresa pode acontecer no dia 15. Candidato que mais cresceu nas pesquisas, agora na casa dos dois dígitos, o empresário Márcio Corrêa (MDB) surge como forte ameaça para quebrar essa polarização.

Diferente dos últimos três prefeitos da cidade, Márcio Corrêa é anapolino e tem adotado um discurso que tem agradado a população. Além de ser o candidato com menor índice de rejeição, com apenas 1%, o emedebista teve o maior aumento proporcional de votos, com um crescimento em torno de 800%, segundo algumas pesquisas, e com projeção de uma arrancada até as eleições no domingo (15). Nas ruas, sua campanha tem tido uma receptividade que chama atenção, o que pode ser conferido nas agendas do candidato e nas suas redes sociais. Este cenário ligou o sinal de alerta para Gomide e Roberto, que adotaram uma postura nada amistosa em suas campanhas. A dupla tem explorado o horário eleitoral gratuito para difamar as gestões adversárias, deixando as propostas para Anápolis em segundo plano. Outros candidatos seguem a mesma linha, com discursos pesados e até ataques diretos aos demais adversários, numa forma de tentarem chamar a atenção do eleitorado. Foi este o tom do último debate, na Rádio Manchester.

Já Márcio Corrêa tem aproveitado o seu programa eleitoral para apresentar propostas, sem ataques pessoais, mas também sem deixar de expor os erros das gestões de Gomide e Roberto Naves que ainda assolam a população, como a falta de água e a estagnação econômica da cidade. Na última década, os anapolinos sofreram bastante com a falta de água e com o serviço prestado pela Saneago, contrato que foi renovado recentemente pelo atual prefeito Roberto Naves por mais 30 anos em troca de apoio político do governo do Estado.

Para finalmente solucionar esse drama dos anapolinos, Márcio Corrêa propôs a criação da Agência Municipal de Regulação para fiscalizar as concessões de serviços públicos, em especial da Saneago. A ideia é cobrar das empresas para que os contratos sejam cumpridos à risca, com a aplicação de multas caso algum dever não seja respeitado.

A educação também tem atenção especial do candidato. Uma das propostas é a criação de CMEIs noturnos, uma queixa antiga de pais que enfrentam dificuldades por trabalharem à noite e não ter com quem deixar os filhos.

O plano de governo do emedebista também tem projetos para Anápolis reagir após a pandemia do Covid-19. Com o programa “Portas Abertas”, o empresário quer zerar o déficit habitacional da cidade com a construção de 5 mil casas, tendo como consequência também movimentar a economia da cidade com esses investimentos no setor da construção, gerando mais empregos e renda. A ideia é a prefeitura subsidiar 50% da entrada e 50% das parcelas para moradias de até R$ 120 mil. O programa vai injetar mais R$ 600 milhões na economia de Anápolis pelos próximos quatro anos.

As propostas e o conhecimento técnico de Márcio Corrêa já o colocam em terceiro nas intenções de votos, numa clara alternativa de terceira via para a cidade que mostra sinais de insatisfação com o cenário dos últimos anos. Após dois mandatos de Antônio Gomide – um deles incompleto, com a saída do político para ser candidato a governador – e um de Roberto Naves, os anapolinos têm resistência aos dois nomes, conforme apontado nas últimas pesquisas, com alto índice de rejeição para os dois candidatos.

Sem ficar preso ao passado e presente pouco inspirador das últimas gestões, Márcio Corrêa projeta o futuro de Anápolis em uma parceria com o vice Brigadeiro Bragança, um nome de respeito na cidade, principalmente entre o eleitorado de direita por conta da trajetória construída nas Forças Armadas, onde chegou a ser comandante da Base Aérea de Anápolis.

O imprevisível cenário de Anápolis será desvendado no domingo, com o primeiro turno das eleições. Com um crescimento vertiginoso na reta final da campanha, Márcio mostrou que é possível romper a polarização de políticos antigos na cidade com uma campanha propositiva e sem ataques, ganhando a confiança da população que está cada vez mais insatisfeita com as figuras de sempre.

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