Fundo de Cultura apoia circuito de exposições em Anápolis

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Quatro mostras compõem o circuito de 2021, realizadas com apoio financeiro do Fundo de Arte e Cultura, e ficam abertas à visitação até 14 de janeiro. As mostras contam com apoio financeiro do governo de Goiás, por meio do FAC, mecanismo gerenciado pela Secult Goiás

Publicado: 16.11.2021

O calendário de atividades na área de artes visuais em Anápolis está movimentado. Na sexta-feira, dia 12, a Prefeitura e a Secretaria de Integração Social, Esporte e Cultura inauguram quatro exposições simultaneamente, as últimas do circuito 2021. Na Galeria Antônio Sibasolly, “Fereza” e “Pioneiros”, e no Museu de Artes Plásticas (Mapa), “Arte, tecnologia e gambiarra no acervo do Mapa” e “Excedente Monumental”, primeira individual do artista anapolino Talles Lopes.

As mostras contam com apoio financeiro do Governo de Goiás, por meio do Fundo de Arte e Cultura (FAC), mecanismo gerenciado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), e ficam abertas à visitação até 14 de janeiro.  É importante ressaltar que o uso de máscara continua obrigatório e também a observância de medidas de distanciamento como formas de prevenção à Covid-19.

Talles Lopes é um artista que se dedica a pesquisar sobre os espaços a partir da cartografia (estudo dos mapas) e da arquitetura, que é sua área de formação acadêmica. Para “Excedente Monumental”, ele traz esses referenciais em trabalhos que partem da deformação cartográfica para dar ênfase ao interminável e inalcançável, ao sempre desconhecido interior brasileiro.

O resultado dessa “deformação” é uma representação da monumentalidade do interior do país e uma metáfora da dificuldade atual de superar a permanência dos argumentos de natureza colonialista impostos sobre o território há mais cinco séculos, destaca o artista.

Segundo o curador e crítico de arte Divino Sobral, Lopes problematiza os processos cartográficos como registro do espaço e de mensuração das ações que nele ocorrem. Acentua o papel da cartografia tanto como arte quanto como ferramenta ideológica de controle sobre o território, e reflete sobre a representação do interior do Brasil na cartografia feita desde o século 16 até os anos 1960.

Neste percurso, Talles Lopes conclui que os discursos de ocupação do interior brasileiro são continuamente atualizados em função dos interesses de cada grupo e de cada época, mas se mantêm com a mesma estrutura argumentativa sobre um lugar não dominado a ser permanentemente explorado, afirma Sobral.

Acervo

“Arte, tecnologia e gambiarra no acervo do Mapa”, montada na Sala Isaac Alarcão, reúne seis jovens artistas do cenário de arte contemporânea brasileira: Carlos Mota de Morais, Márcio H. Mota, João Angelini, Bruno Faria, Mario Grisolli, e a dupla Luciana Ohira e Sérgio Bonilha. Nela é apresentado um recorte com visão diversificada e pluralista de obras produzidas nas modalidades instalação, videoinstalação, animação e objeto, hoje integrantes do acervo do Mapa.

A mostra tem a intenção de provocar, no público visitante, reflexões sobre o desenvolvimento das narrativas poéticas produzidas pelos artistas relacionadas às mídias digitais, seus conteúdos, temas, história, interfaces com as mídias tradicionais da criação artística, bem como a influência destas nas criações de suas obras.

O conceito curatorial da mostra é centrado na relação estabelecida entre a produção de artistas que lidam com mídias híbridas, como em Carlos Mota de Morais – GO, Márcio H. Mota – DF, João Angelini – DF e Luciana Ohira e Sérgio Bonilha – SP/MS; de artistas que lançam mão da apropriação de objetos funcionais (ready made), como em  Bruno Faria – PE, e a de artistas como Mario Grisolli, em que os trabalhos são feitos a partir de gambiarras  e técnicas seculares. O conjunto nos dá impressão de que os artistas tendem a negar e, até mesmo, se contrapor ao que há de mais sofisticado nas tecnologias de última geração.

Tanto “Excedente Monumental” quanto a “Arte, tecnologia e gambiarra” integram o projeto Temporada de Exposições do MAPA, afirma o curador Paulo Henrique Silva. Ele acrescenta que o projeto inclui, ainda, “Mulheres artistas no acervo do Mapa”, realizada entre 15 de setembro e 6 de novembro, e uma mostra de fotografia, programada para o início do próximo ano.

“Nosso objetivo é levar ao público a rica diversidade de obras que compõem o acervo da instituição, promovendo assim, a fruição e visibilidade da coleção de arte contemporânea do município”, acrescenta Paulo Henrique.

Fereza

Coletiva selecionada na modalidade nacional do Programa de Exposições da Galeria, “Fereza” é composta por trabalhos de Élcio Miazaki (SP), Júnior Pimenta (CE) Kim Coimbra e Sara Uriarte, ambos de Santa Catarina. As obras apresentadas buscam a intensidade de como o outro sentir, pensar, reinventar o passado, vislumbrar o futuro e potencializar o presente na força do dissenso, criando novas sensibilidades, entendimentos e perspectivas diante de determinadas situações e fatos.

Fereza é uma exposição que, dentre outros aspectos, trata da relação do outro na arte a partir do olhar de um grupo de artistas com pesquisas muito específicas que não se limitam ao tempo, ao espaço, as circunstâncias e tão pouco se reduz a quem as produz, afirma a curadora e pesquisadora Ana Cecília Soares.

A proposta dos artistas Élcio Miazaki, Júnior Pimenta, Kim Coimbra e Sara Uriarte foi selecionada entre as mais de duas centenas de inscrições apresentadas para concorrer na modalidade nacional do Programa de Exposições da Galeria Antônio Sibasolly.

Também na Galeria, acontece nesse período “Pioneiros”, idealizada para contribuir com o processo de conclusão do projeto “Pioneiros: a História das Artes Visuais em Anápolis”, de autoria do Profº. Dr. José Loures. A exposição apresenta trabalhos de precursores das artes visuais em Anápolis: Antônio Sibasolly, Loures, Napefi, Zeneide Lucena, Isaac Alarcão e Oswaldo Verano.

O conjunto de trabalhos expostos faz parte do acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis (Mapa), e assim como o projeto “Pioneiros”, visa contribuir para a preservação da memória das artes visuais de Anápolis.

Serviço

Museu de Artes Plásticas de Anápolis – Mapa

“Excedente Monumental”
Individual de Talles Lopes

“Arte, tecnologia e gambiarra no acervo do Mapa”
Com trabalhos de Carlos Mota de Morais, Márcio H. Mota, João Angelini, Bruno Faria, Mario Grisolli, e a dupla Luciana Ohira e Sérgio Bonilha

Quando: De 12/11 a 14/01

Horário de visitação: 8h às 12 e 14h às 18h
Atenção: visitação de público é permitida de acordo com medidas preventivas de combate a Covid-19

Galeria Antônio Sibasolly

“Fereza”

Coletiva dos artistas Élcio Miazaki, Júnior Pimenta, Sara Uriarte e Kim Coimbra

Quando: De 12/11 a 14/01
Horário de visitação: 8h às 12 e 14h às 18h
Atenção: visitação de público é permitida de acordo com medidas preventivas de combate a Covid-19

Fonte: Secretaria de Cultura (Secult)

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