Unidade de Saúde do Jundiaí é referência em tratamento de pés tortos congênitos
Método utilizado na rede municipal reduz em 80% a realização de cirurgia
Publicado: 19.06.2023
Foto: Victor Augusto
Há alguns meses, Dannyelly Gonçalves deu entrada no hospital para ser mãe pela terceira vez. Agora, de dois meninos. Mas no meio de tanta felicidade, surgiu uma pontinha de medo quando, ainda na maternidade, soube que um dos bebês nasceu com os pés tortos, uma má formação congênita, de causa desconhecida, em que a criança é gerada com um ou os dois pés virados. “Fiquei desesperada, mas ainda na maternidade me acalmaram falando sobre o tratamento”, diz.
De lá, o pequeno Anthony Gonçalves foi encaminhado ao tratamento oferecido pela Prefeitura de Anápolis na Unidade de Saúde Ilion Fleury, no Bairro Jundiaí. E na última consulta, a mamãe recebeu uma ótima notícia. “O médico me disse que o tratamento está indo superbem e que o Anthony não vai precisar operar. Mais alguns dias de gesso e depois vai para órtese”, conta Dannyelly, que temia ser mais difícil por serem os dois pezinhos.
Totalmente gratuito, o tratamento oferecido no município custa cerca de R$ 20 mil na rede privada. Seguindo o método Ponseti, na primeira fase envolve o uso de gesso, trocado semanalmente até que os pés fiquem estirados. Em alguns casos a cirurgia é necessária. Na operação, que não demora mais do que 20 minutos, o médico faz um corte no meio do tendão para que ele se solte. “Cerca de 80% das crianças que fazem o tratamento não necessitam da intervenção. Quanto mais cedo começar, mais chances de não operar”, frisa o enfermeiro Vitor Klifford, um dos responsáveis pela introdução do tratamento na rede municipal.
A experiência em locais de referência nesse tratamento levou o enfermeiro, juntamente com uma equipe de profissionais, a desenvolver esse trabalho na rede municipal. Após o tratamento com o gesso e, em alguns casos, com a cirurgia, a segunda etapa do método consiste na utilização da órtese. E, no final, o uso é indicado somente para dormir.
O tratamento é feito por meio de encaminhamento para a unidade. A maioria das crianças vai direto da maternidade, como o Anthony. As trocas de gesso, as consultas e todo o acompanhamento é feito no local com médicos e enfermeiros especialistas. “Além do tratamento, recebemos um carinho sem igual”, conta Dannyelly.