“Agora é a vez de Anápolis”

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Publicado: 11.03.2024

Com esse slogan Adhemar Santillo se elegeu prefeito de Anápolis para seu primeiro mandato em 1985.

Anápolis elegeu seu prefeito para um mandato de três anos (1986-1988). Coincidindo com o período em que seu irmão, Henrique Santillo governou Goiás.

Com isso, Anápolis experimentou o maior período de desenvolvimento de sua história, com investimentos relevantes em infraestrutura, a cidade se transformou num verdadeiro canteiro de obras. (Expressão que deixou de ser utilizada nos últimos anos).

Naquela época, nossa cidade estava impedida de eleger seu prefeito pois era considerada área de segurança nacional por abrigar aqui a Base Aérea. Com a abertura política, coube ao anapolino e então Deputado Federal Aldo Arantes a missão de propor o Projeto de Lei que devolveu nossa autonomia política, digno de registro.

Atualmente, a disputa política no país está dominada pela chamada “polarização” onde tanto a direita como a esquerda têm se mobilizado no sentido de manter o debate em torno de pautas ideológicas e de costumes, garantindo assim que apenas os dois extremos ocupem os espaços no debate.

Foi com esse discurso de negação da política tradicional que o atual prefeito chegou ao poder, derrotando o Partido dos Trabalhadores nas urnas não só uma vez, mais duas!

Por outro lado, a esquerda anapolina liderada pelo PT, age como se estivesse escolhendo o adversário para as eleições desse ano, considerando o impedimento do atual prefeito para mais uma reeleição e confiando também em sua alta rejeição, toca
a bola sem objetividade até a abertura das urnas. Não critica, não aponta caminhos, apenas sustenta um discurso saudosista, tentando reavivar na memória dos anapolinos os resultados obtidos no passado. Joga pelo empate só esperando que os minutos passem. E se preciso, para manter a estratégia, mexe no próprio time, inclusive troca jogadores como foi o caso da saída do ex presidente da legenda Rimet Jules que vinha se posicionando com coragem, acionando o Ministério Público sempre que necessário, agindo como se espera de uma oposição verdadeira. Entretanto, para surpresa de alguns, sua postura política incomodou mais a seus correligionários, diga-se de
passagem: vereadores, deputado estadual e federal do que propriamente o campo governista. A ponto do próprio prefeito, vir a público em entrevista, dizer que iria chamar os líderes petistas para uma conversa. O resultado disso é conhecido, Rimet Jules acabou por se afastar da presidência do partido.

Na outra ponta, temos os nossos “cidadãos de bem”, ancorados na votação expressiva que o ex presidente Bolsonaro obteve nas últimas eleições em nossa cidade apostam que dessa vez, eles é que vão derrotar o PT.

Nessa toada os dois polos da disputa se apresentam acreditando no êxito de suas estratégias eleitorais.

Mas será esse o único caminho político para nossa cidade? Não seria o momento oportuno para que todos os agentes políticos que atuam em Anápolis pautarem o debate em torno dos principais problemas que enfrentamos?

Problemas não nos faltam, Anápolis regrediu assustadoramente em todas as áreas: saúde, educação, infraestrutura, cultura, esporte, Instituto de previdência,
simplesmente entraram em colapso. Atualmente, a prefeitura tem dificuldades em manter as portas abertas para o cidadão contribuinte. Esse caos administrativo nunca fora experimentado antes, nem nas maiores crises administrativas e políticas que nossa cidade enfrentou.

A exceção é a área de comunicação que mês a mês é contemplada com vultuosos contratos e repasses milionários que já nem são eficazes em mostrar uma realidade
paralela, diferente daquela a que os anapolinos se sujeitam no dia a dia, a bolha estourou.

A polarização política limita o debate, ganhou o espaço que deveria ser ocupado por propostas, por ideias que possam de fato resgatar nossa cidade, recolocando Anápolis no nível dos municípios mais competitivos do estado. Recentemente o Portal 6, conduziu uma série de entrevistas com vários (não todos!) pré candidatos a prefeito, pouco se falou em propostas. Tivemos candidatos que explicitamente defenderam que o quadro de polarização política se consolide em Anápolis, talvez porque assim, não precisem apresentar suas ideias, provavelmente porque não às tem.

Em outros tempos seria normal que a combativa imprensa Anapolina fomentasse o debate político, entretanto contaminada pelo vil metal das verbas publicitárias temos nossos mais tradicionais veículos de comunicação não só mudos, mas contribuindo com desinformação para a catástrofe administrativa que nos assola.

Dessa forma, é necessário que nós busquemos uma solução, numa espécie de democracia direta, precisamos mais do que nunca da mobilização da sociedade
organizada, por meios de nossos sindicatos, associações, clubes de serviço, que tanto já contribuíram com nossa cidade, afim de que promovam e estimulem o debate acerca da situação atual de nossa cidade, encarando nossos problemas e estimulando a apresentação de propostas viáveis a serem executadas. Aliás, o próprio prefeito municipal já disse publicamente que ao final do seu mandato vai se mudar de Anápolis, como o mesmo não é anapolino, não tem compromisso nenhum com nossa cidade e nossa gente, lamentavelmente constatamos que já vai tarde.

Dessa forma, só nos resta a cada um e juntos a tarefa de reconstruir nossa querida Anápolis, é chegada a hora! Vamos à luta!

Anapolinos, Anapolinas e Anapolitanos, Uni-vos!

Sírio Miguel R. da Silva, Advogado, Economista, Mestrando Teccer-UEG, vereador por
dois mandatos, Presidente da Câmara Municipal (2009/2010)

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