Dengue em bebês e crianças exigem atenção imediata dos pais e pediatras

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Doença pode desidratar os pequenos mais rapidamente e evoluir para quadros mais graves

Publicado: 19.03.2024

O Brasil enfrenta um desafio significativo com a dengue em 2024, uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os dados revelam um cenário preocupante, com um aumento expressivo no número de casos e óbitos em comparação com anos anteriores. Dados divulgados pela imprensa dão conta de que até março de 2024, o Brasil registrou mais de 1 milhão de casos de dengue, com 391 mortes confirmadas. A faixa etária mais afetada é a dos 30 aos 39 anos, seguida pelos grupos de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. O Ministério da Saúde atualizou o cenário epidemiológico e recomendou a ampliação da faixa etária do público-alvo da vacina, mantendo o foco no combate aos focos do mosquito transmissor.

Devido ao aumento de casos, sete estados brasileiros, incluindo Goiás, declararam emergência em saúde pública. O Distrito Federal, apesar de abrigar apenas 1,3% da população do país, foi responsável por quase 20% das mortes por dengue neste ano. Anápolis tem quase o mesmo número de casos que Goiânia, apesar de ser três vezes menor. Até o momento é o município goiano com mais mortes por dengue confirmadas, totalizando 7 óbitos e outros 7 em investigação. A cidade também iniciou a vacinação contra a dengue para a população de 10 e 11 anos.

Crianças e bebês

A pediatra Carolina Melo Piloni alerta: Casos de dengue em crianças geralmente não são fatais, mas podem evoluir rapidamente sem a devida atenção

De acordo com a médica pediatra Carolina Melo Piloni, que atua em Anápolis, a dengue é uma doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, e embora pessoas de todas as idades estejam em risco, bebês e crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos da doença. Para ela, a compreensão dos sintomas únicos, das diferenças no tratamento e do prognóstico em comparação com os adultos é crucial para proteger essa população sensível. “Os sintomas da dengue em crianças podem ser enganosamente leves ou alarmantemente graves, e a capacidade dos pais de reconhecer esses sinais pode ser a chave para um tratamento oportuno e eficaz. A atenção aos detalhes e a ação rápida são essenciais, pois as complicações da dengue podem se desenvolver rapidamente em jovens pacientes”, explica Carolina.

Sintomas e Diagnóstico em Jovens Pacientes

A pediatra detalha que, em bebês, a dengue pode se apresentar com sintomas atípicos como febre baixa ou ausente, irritabilidade e choro persistente. Crianças pequenas podem exibir uma febre súbita e alta, acompanhada de dor de cabeça, dor atrás dos olhos e fadiga. Manchas vermelhas na pele, vômitos e sonolência excessiva são sinais de alerta que podem indicar dengue grave. Os pais devem procurar atendimento médico imediatamente se esses sintomas aparecerem, pois o diagnóstico precoce é vital para um tratamento eficaz, que consiste em apoiar o organismo afetado com o suporte adequado, até que os anticorpos sejam produzidos em número suficiente para eliminar a doença, o que pode levar até 15 dias, em média.

Uma das medidas de suporte mais importante é a hidratação. Os pequenos podem recusar a alta ingestão de líquidos, o que pode exigir intervenção venosa. Além dos sintomas iniciais, os pais devem estar vigilantes quanto a sinais de alarme que podem indicar dengue grave, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, dificuldade respiratória, sangramento das gengivas ou nariz e fadiga extrema. “Esses sintomas requerem atenção médica urgente, pois podem preceder o choque e outras complicações sérias”, alerta.

Tratamento e prevenção

O tratamento da dengue em crianças é principalmente de suporte, com foco na hidratação oral ou intravenosa e no controle da febre com paracetamol. É importante evitar medicamentos à base de anti-inflamatórios não hormonais e ácido acetilsalicílico, devido ao risco de sangramento. Em casos graves, como a dengue hemorrágica, o tratamento em um ambiente hospitalar é essencial para monitorar e tratar possíveis complicações. Com tratamento adequado, o prognóstico para crianças é geralmente positivo, mas a vigilância contínua é crucial.

Vacinas para crianças a partir dos quatro anos já estão disponíveis na rede particular. Além disso, a prevenção eficaz da dengue envolve ações comunitárias e individuais para reduzir a população do mosquito Aedes aegypti. Isso inclui eliminar locais de reprodução, como água parada em vasos de plantas, pneus velhos e calhas. O uso de repelentes aprovados para crianças, roupas de mangas compridas e telas em janelas e portas também são medidas preventivas importantes. Em algumas regiões, a vacinação contra a dengue pode ser recomendada para crianças acima de 9 anos, mas deve ser discutida com um profissional de saúde. “A conscientização sobre a dengue e a implementação de medidas preventivas são fundamentais para proteger bebês e crianças dessa doença potencialmente fatal. A colaboração entre pais, profissionais de saúde e autoridades locais é essencial para criar um ambiente seguro para nossos filhos e para a comunidade como um todo”, conclui a pediatra.

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