Primeira sala pública de cinema abre suas portas à população anapolina

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Cine Sibasolly exibirá filmes de mostras do circuito alternativo, anapolino e de âmbito nacional e internacional

Publicado: 30.04.2024

Com os olhos bem atentos no telão, a expectativa era grande para começar a exibição do filme. Gabriel Tavares, de 7 anos, estava indo ao cinema pela segunda vez e não escondeu sua emoção. “Gosto quando as luzes se apagam e começa a passar a música de abertura. Acho muito legal”. Acompanhado de seu pai e de seu irmão mais novo, curtiu cada momento e disse que voltará com certeza. “Amei os filmes e achei a sala muito legal. Se meu pai me trouxer de novo, vou achar o máximo!”.

E não foi apenas o pequeno garoto que aproveitou o momento cultural. Artesã há mais de 30 anos, Maria Batista Pereira Vieira, de 62 anos, não perdeu a oportunidade de ir com as amigas para conhecer a novidade. “Acho que a abertura dessa sala pública de cinema é de uma importância muito grande. Nós estamos acompanhando a batalha das pessoas ligadas à cultura da cidade. É uma conquista. É uma conquista para nós e todos os anapolinos”.

Toda essa magia cinematográfica aconteceu durante a estreia da primeira sala pública de cinema de Anápolis, que aconteceu na noite desta sexta-feira, 26. Ao final da exibição dos filmes, os presentes ainda tiveram a oportunidade de participar de um bate papo com alguns diretores das películas reproduzidas.

O novo espaço fica na Galeria Antônio Sibasolly, que funciona no Centro Cultural Ulysses Guimarães, na Praça Bom Jesus. A iniciativa é da produtora Território Cultural, possível graças à aprovação do projeto Cinema Para Todos no Edital da Lei Paulo Gustavo, em parceria com a Associação dos Amigos da Galeria Antônio Sibasolly, operacionalizada pela Prefeitura de Anápolis.

Luiz Fragelli, produtor responsável pela idealização e execução do projeto, destacou sua alegria em ver esse sonho realizado. “Então, esse sonho aqui não é meu. Eu fui a pessoa que eles incumbiram de transformar em realidade, mas é um sonho de muitas pessoas. Eu trabalho muito com formação, com a perspectiva de inclusão e de acessibilidade de pessoas que realmente não conseguem ter acesso à cultura. Eu acredito que a cultura é um elemento transformador da sociedade. Então, quando a gente consegue idealizar um projeto dessa maneira, um aparelho público de cinema no centro da cidade, a gente está indo na contramão de quase tudo.”

O local, que ganhou o nome de Cine Sibasolly, passou por uma grande reforma e abriu suas portas em grande estilo, com piso tátil, climatização, 44 lugares, uma tela com cinco metros de largura e três de altura e equipagem tecnológica. O novo espaço não se limitará apenas à exibição de filmes, ele estará disponível para uma ampla gama de atividades culturais, como palestras, cursos, reuniões e outras iniciativas afins.

“A sala de exibição, que agora integra a Sibasolly, além de proporcionar à população a oportunidade de visitar exposições de arte, oferecerá a possibilidade de desfrutar de sessões cinematográficas gratuitas em família”, disse o coordenador de Editais de Cultura e curador de Artes Visuais da Secretaria de Integração, Paulo Henrique Silva.

As sessões ocorrerão todas as quintas-feiras, às 20h, e também na última sexta de cada mês, até o final do mês de setembro. Serão exibidos filmes de mostras do circuito alternativo, anapolino e de âmbito nacional e também produções livres para exibição (franceses, italianos e argentinos).

Na estreia foram exibidos quatro filmes de cineastas anapolinos, entre eles “João de Barro”, de Absair Weston; “Bilhete”, de Daniel Duarte Sena; “Capitão Tocha”, de Matheus Amorim; e “Da Margem do Rio o Mar”, de Rei Souza. A iniciativa só foi possível graças a recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal, via Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria de Integração, com um investimento de R$ R$ 121.869,33.

Histórico

O prédio que hoje é o Centro Cultural Ulysses Guimarães foi idealizado em 1938 para abrigar a sede da Prefeitura Municipal, como também a sede do Fórum. Sua construção foi realizada para simbolizar o processo de modernização pelo qual passou o município com a chegada da ferrovia e dar à administração pública municipal um caráter mais moderno. Em 1975, a Prefeitura ganha uma nova sede e o prédio se mantém apenas como fórum da cidade.

Anos depois, em 1993, o poder judiciário se muda para uma nova sede e o prédio passa a ser ocupado por diferentes órgãos. Atualmente, no prédio funciona a Galeria Antônio Sibasolly, que promoveu em 2019 uma reforma que compreendeu a fachada e a estrutura interna, além de realizar com recursos próprios a manutenção e reparo do prédio.

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