Diabetes: prevenção e controle da glicemia é a chave para uma vida sem sequelas
A presidente da ADDA Larissa Soares, a pediatra Carol Piloni, e o oftalmologista Rômulo Piloni: Prevenção é a palavra mais importante quando o assunto é diabetes.
Neste Novembro Azul da Diabetes, especialistas em Anápolis destacam cuidados necessários para prevenir complicações e manter a qualidade de vida de diabéticos
No Dia Mundial da Diabetes, celebrado em 14 de novembro, o foco está em conscientizar sobre a prevenção e o controle dessa condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Em Anápolis, especialistas se mobilizam para alertar a população sobre como evitar complicações, especialmente nas formas tipo 1 e prevenir o tipo 2, reforçam a importância de uma rotina de cuidados.
A presidente da Associação de Defesa dos Diabéticos (Adda), Larissa Roberta Soares, o oftalmologista Rômulo Piloni e a pediatra Carolina Melo Piloni trazem orientações para quem convive com a diabetes, desde crianças até adultos, e destacam como o controle e a prevenção podem garantir uma vida saudável.
O Dia Mundial da Diabetes foi criado para trazer à luz uma doença crônica que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta mais de 400 milhões de pessoas no mundo. Em Anápolis, a campanha do Novembro Azul da Diabetes visa reforçar a importância da prevenção e do controle, já que complicações relacionadas ao diabetes impactam significativamente a saúde dos portadores da doença. A presidente da Associação de Defesa dos Diabéticos, Larissa Roberta Soares, destacou que a conscientização é o primeiro passo para a prevenção.
“Quem tem diabetes tipo 1 ou quem está no grupo de risco para desenvolver o tipo 2 precisa entender que essa é uma condição séria, que requer atenção diária”, explicou Larissa, que também é diabética. Segundo ela, a principal missão da associação é orientar sobre os cuidados que podem evitar complicações graves, como problemas cardiovasculares, renais e oculares, além de frisar que, em muitos casos, o tipo 2 pode ser prevenido por meio de uma alimentação equilibrada e atividade física regular.
Estudos apontam que o estilo de vida tem influência direta no desenvolvimento do diabetes tipo 2. “O diabetes tipo 2 tem forte relação com fatores como sedentarismo e obesidade, mas isso não significa que a genética não tenha um papel relevante”, ressalta Larissa. Para aqueles que estão no grupo de risco, como pessoas com histórico familiar, o Novembro Azul é um alerta para iniciar mudanças de hábitos e controlar os fatores que aumentam as chances de desenvolver a doença.
Além disso, Larissa enfatiza que a falta de controle adequado pode levar a complicações de saúde que muitas vezes são irreversíveis. “O mais importante é que as pessoas saibam que o controle da glicemia e a adesão ao tratamento prescrito pelos médicos ajudam a evitar consequências que podem ser devastadoras para a saúde”, completou.
Crianças e adolescentes
De acordo com a pediatra Carolina Piloni, outro grande desafio do controle da diabetes está na fase da infância e adolescência, quando o diagnóstico de diabetes tipo 1 é mais comum. A diabetes tipo 1, que geralmente surge nessa fase, é autoimune e requer um acompanhamento rigoroso para garantir que a glicemia esteja dentro dos níveis adequados. “O papel dos pais é fundamental. São eles que, com orientação médica, precisam manter o controle do açúcar no sangue dos filhos e garantir que a criança leve uma vida saudável”, afirmou Carolina.
Carolina destaca que, para os pais de crianças diagnosticadas, o diabetes pode representar um peso emocional, exigindo mudanças na rotina familiar. “Não é fácil ajustar a alimentação, as doses de insulina e monitorar a glicose o tempo todo, mas é fundamental que esses cuidados sejam mantidos, pois, quando controlado, o diabetes permite uma vida praticamente normal.”
A médica orienta que, para facilitar a adesão ao tratamento, as crianças e adolescentes devem ser incluídos nas decisões sobre a própria saúde, entendendo a importância dos cuidados. “Isso ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade que o diagnóstico pode trazer. Assim, eles se sentem parte do processo e começam a compreender a necessidade de aderir ao tratamento”, explica Carolina.
Carolina também alerta que os jovens podem enfrentar problemas em manter o controle adequado devido às mudanças hormonais na adolescência, que afetam a glicemia. Nesse momento, é preciso reforçar a paciência e o apoio, promovendo o diálogo com profissionais de saúde para ajustar o tratamento conforme necessário.
Problemas na visão
Para aqueles que vivem com diabetes, a saúde dos olhos merece atenção especial. O diabetes, especialmente se não for bem controlado, pode afetar a visão e levar a problemas oculares graves. O oftalmologista Rômulo Piloni explica que a retinopatia diabética, por exemplo, é uma das principais causas de cegueira em pessoas com diabetes. “O aumento dos níveis de glicose no sangue pode danificar os vasos sanguíneos da retina, o que resulta em uma condição progressiva e, em casos graves, em perda de visão”, detalhou.
De acordo com Rômulo, os diabéticos tipo 1 e tipo 2 devem realizar consultas regulares ao oftalmologista, pois, mesmo que a visão esteja aparentemente normal, a presença de danos pode ser silenciosa no início. “Muitas vezes, as pessoas só procuram ajuda quando já há um comprometimento visual importante, e isso reduz as chances de tratamento eficaz”, afirmou. Ele reforça que o diagnóstico precoce é um dos pilares para evitar a progressão dos danos, e exames como a fundoscopia são importantes para monitorar a saúde ocular. A retinopatia diabética, por exemplo, é uma das principais causas de cegueira prevenível.
Além da retinopatia, outras condições como glaucoma e catarata também têm maior incidência em pessoas diabéticas. “São problemas que podem ser tratados ou minimizados quando descobertos precocemente, o que reforça a necessidade das consultas regulares”, completou Rômulo. A questão é tão importante que o “24h pelo Diabetes” é um evento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) que visa conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce de doenças oculares. Este a o ele vai acontecer em Corumbá, com a previsão de 300 atendimentos.