Profissionais de saúde de Goiás participam de treinamento para capacitação na coleta do Teste do Pezinho

teste do pezinho

No próximo dia 18 de março, das 8h30 às 15h30, representantes das macrorregiões de saúde do Estado de Goiás, incluindo funcionários das redes estadual e municipal responsáveis pela coleta de amostras de sangue de recém-nascidos, participarão de um treinamento especializado na sede da APAE Anápolis. O objetivo é disseminar boas práticas que assegurem a qualidade e a quantidade adequadas de sangue para a realização eficaz do Teste do Pezinho.

O Teste do Pezinho é um exame obrigatório e gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. Este exame é fundamental para a detecção precoce de diversas doenças raras, permitindo intervenções médicas imediatas que podem melhorar significativamente a qualidade de vida das crianças afetadas.

Entre as doenças detectadas pelo SUS estão:

* Hipotireoidismo congênito

* Fenilcetonúria

* Hiperplasia adrenal congênita

* Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias

* Fibrose cística

* Deficiência de biotinidase

* Toxoplasmose congênita

Além dessas, por meio de convênios ou de forma particular, é possível ampliar o escopo do teste para investigar mais de 100 doenças genéticas. Trata-se do Teste do Pezinho Ampliado. A APAE Anápolis destaca-se como uma das maiores e mais especializadas instituições na detecção e tratamento de doenças raras no país, sendo referência na região Centro-Oeste.

O papel da APAE Anápolis

Anualmente, a APAE Anápolis atende aproximadamente 62 mil recém-nascidos com o Testes do Pezinho gratuito, atendendo à demanda do SUS de todos os municípios do Estado de Goiás. A instituição possui atendimento especializado também para o Teste da Orelhinha e o Teste do Olhinho.

Já o Ambulatório Multidisciplinar Especializado (AME) é responsável pelo acompanhamento e tratamento precoce das doenças triadas pelo Teste do Pezinho realizado pelo SUS. A equipe é composta por profissionais das áreas de psicologia, serviço social, fisioterapia, medicina (hematologia, endocrinologia, pediatria, gastro-pediatria, pneumopediatria) e nutrição.

Desafios Recentes

Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, houve uma queda de 8% no número médio de testes realizados, o que acendeu um alerta na equipe da APAE Anápolis. Segundo Tais Pires Terra Araújo, Coordenadora do Laboratório da instituição, essa redução reforça a importância de treinamentos contínuos para garantir que as coletas sejam realizadas de forma adequada, evitando amostras inválidas que possam comprometer as estatísticas e, consequentemente, o diagnóstico precoce das doenças. “A divulgação da importância do teste é necessária porque sempre há pessoas que ainda desconhecem a sua necessidade”, explica Tais. Ela enfatiza que a coleta inadequada pode levar à necessidade de uma nova coleta, atrasando o diagnóstico e o início do tratamento.

Conteúdo do Treinamento

O treinamento abordará técnicas corretas de coleta de sangue em papel-filtro, armazenamento e transporte das amostras, visando minimizar erros pré-analíticos que possam interferir nos resultados dos testes. Serão discutidos também os fluxos de encaminhamento das amostras e a importância do preenchimento adequado dos formulários de requisição.

Além disso, os participantes serão atualizados sobre as doenças triadas pelo Teste do Pezinho e a relevância do diagnóstico precoce para o tratamento eficaz. A capacitação busca uniformizar os procedimentos em todo o estado, garantindo que todos os profissionais envolvidos na coleta estejam alinhados às melhores práticas.

Espera-se que, com a capacitação, haja uma redução significativa no número de amostras inadequadas, aumentando a eficiência do programa de triagem neonatal em Goiás. A melhoria na qualidade das coletas permitirá diagnósticos mais rápidos e precisos, beneficiando diretamente os recém-nascidos e suas famílias.

Taís reforça que a realização do Teste do Pezinho é um direito de toda criança e um dever dos serviços de saúde. Capacitações como essa são essenciais para assegurar que esse direito seja plenamente atendido, contribuindo para a detecção e tratamento precoce de doenças que podem impactar significativamente a vida dos indivíduos.

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