Com 197 homicídios, 2016 é o ano mais violento da história de Anápolis
FERNANDA MORAIS
Na retrospectiva da segurança pública, 2016 vai entrar para história como o ano mais violento de Anápolis. O saldo é negativo para o setor já que até a manhã da última quinta-feira (28), a cidade registrava 197 homicídios. Com este número, supera-se marca dos 365 dias de 2013, ano em que foram registradas 180 mortes violentas no município. O mês destaque de homicídios em 2016 foi outubro, com 24 crimes do tipo.
De acordo com estatísticas da Polícia Civil (PC), em 2014 foram 148 casos e em 2015, 134 homicídios. Essa escalada da violência preocupa a população e também as autoridades policiais. Na primeira semana de 2017, a PC pretende apresentar o balanço de seus trabalhos ao longo de 2016, isso inclui os registros de homicídios e as taxas de elucidação atingidas pelo GIH aqui em Anápolis.
Em entrevista concedida a edição 624 do Jornal Estado de Goiás, o titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Renato Rodrigues, concordou que homicídio é um crime de difícil prevenção, mas para tentar reduzir as ocorrências, ele garantiu que a Polícia Civil está estudando novas estratégias de trabalho 2017.
Renato Rodrigues afirma que, com apoio do Delegado Geral da PC em Goiás, Álvaro Cássio, e do Delegado Regional, Renato Vilela, a ideia é trabalhar para aumentar a taxa de elucidação desses crimes. O titular da GIH acredita que mantendo um homicida preso, evitaria a ocorrência das chamadas mortes sequenciais, ou seja, aquelas que são praticadas por uma mesma pessoa ou grupo.
Renato Rodrigues também traçou o perfil dos autores e das vítimas dos homicídios. Segundo ele, cerca de 90% delas tem envolvimento com mundo do crime. Seja por roubo de cargas, de carros ou tráfico de drogas. “Percebemos ainda que algumas mortes são procedentes de vingança. Por exemplo, acontece uma primeira morte por tráfico, em seguida vem outro homicídio por vingança a essa primeira morte e por aí continua”, explicou o delegado na entrevista.
O responsável Pelo GIH disse ainda que de forma geral, o aumento da violência não é uma prerrogativa apenas de Anápolis. Segundo ele, cidades de tamanho e quantidade de habitantes parecidas com o município também teve esse acréscimo no número de homicídios. Esse mapeamento do crime também deve ser apresentado no balanço da Polícia Civil goiana no início do ano que vem.
Sobre as condições de trabalho dos policiais, Renato Rodrigues comentou que a estrutura oferecida ainda está aquém do ideal. Existe a necessidade, por exemplo, de aumentar o efetivo de mão de obra. Por outro lado, o delegado afirmou que existe vontade das autoridades para melhorar. “O Governo do Estado tem dado atenção para isso, temos notados esforços por parte da Secretaria de Segurança Pública para melhorar essas condições. Tem faltado efetivo, mas existem investimentos no treinamento do efetivo disponível, na tecnologia e nas viaturas, por exemplo”, destacou.