“Fomos eleitos para trabalhar e para resolver os problemas”, diz prefeito Roberto Naves

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FERNANDA MORAIS

Após duas semanas da posse como prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PTB) ocupa praticamente todo o seu tempo em conhecer a realidade da máquina administrativa, em montar sua equipe de trabalho e em definir que mudanças deve fazer na estrutura organizacional da Prefeitura para adequar ao seu planejamento de governo. Naves recebeu o Jornal Estado em seu gabinete, na tarde da quarta-feira (10) e deu detalhes sobre seus projetos para a cidade. Segundo ele, até o dia 20 de janeiro irá apresentar um novo organograma administrativo para o município.

A proposta de enxugar a máquina pública, defendida de forma veemente durante a campanha eleitoral e na transição, está mantida. Roberto Naves informa que pretende condensar a logística administrativa, sem comprometer a qualidade dos serviços públicos prestados a comunidade. Para isso deve convocar sessão extraordinária da Câmara Municipal até o dia 20 de janeiro.

Segundo ele, algumas questões administrativas exigirão maiores esforços para serem sanadas. É o caso da dívida de quase R$ 24 milhões com a empresa responsável pela limpeza urbana, GC ambiental e o déficit mensal que, segundo o prefeito, chega à casa de R$ 7 milhões.

Apesar destas preocupações, Roberto Naves garante que uma das prioridades do seu governo é pagar em dia o funcionário público, “fomos eleitos para resolver problemas e vamos trabalhar para resolvê-los o quanto antes”.

O senhor teve alguma surpresa nesses primeiros quase 15 dias de trabalho, mesmo conhecendo a realidade da Prefeitura com o processo de transição?
Surpresa, no que diz respeito ao funcionamento da Prefeitura, não. Acho que a dívida junto com a GC Ambiental, sim. É uma dívida elevada, na casa de R$ 24 milhões, e outras dívidas que temos também e que precisam ser sanadas nos próximos quatro anos. Eu não diria que não são surpresas, essa questão das dívidas exige maior preocupação como gestor. Sabemos que fomos eleitos para resolver problemas, e vamos trabalhar para resolvê-los o quanto antes.

Esse déficit mensal que existe nas contas da Prefeitura seria então a maior preocupação?
Estimamos o déficit mensal entre R$ 6 e R$ 7 milhões, como já disse, incluindo a questão do Issa. Por volta do dia 20 deste mês chegaremos a um número exato desse valor mensal e das contas vencidas e empenhadas que teremos que pagar nos próximos quatro anos. Para tentar amenizar a situação teremos que fazer adequações. Fazer economia em várias áreas da administração pública, de coisas pequenas a coisas grandes para que tenhamos condições diminuir ou, quem sabe, sanar esse débito sem prejudicar o bom funcionamento da Prefeitura. Não queremos prejudicar a relação com o funcionalismo público e nem com os serviços que são prestados à comunidade. Estamos trabalhando com este planejamento.

Como ficou a situação da adequação dos cargos comissionados?
O novo organograma de funcionamento da Prefeitura será apresentado no dia 20. Já nomeamos alguns secretários, alguns deles, por exemplo, respondendo por mais de uma pasta. Estamos vendo a viabilidade do funcionamento da máquina neste primeiro momento, com essas definições iniciais, assim como a necessidade real do número de comissionados para que a máquina não fique inchada. Os estudos prévios indicam que vamos conseguir economizar entre 25 e 30% na quantidade de comissionados. Mas estamos aguardando o dia 20 para apresentar essa questão à comunidade. Assumimos a gestão com algo em torno de 1.250, 1.300 comissionados, e acreditamos que vamos conseguir fazer a casa funcionar com a média de 850 e 950 funcionários com este tipo de contrato.

Folha de pagamento é prioridade?
Sempre será. É Obrigação dos gestores seja público, ou privado, pagar seus colaboradores em dia. E isso será prioridade em nosso mandato.

Além de vice-prefeito, Márcio Cândido ocupa mais duas secretarias. É uma maneira de fazer com que ele participe ativamente da gestão?
Ele vai participar ativamente independente dessas nomeações. O Márcio Cândido é muito competente, então resolvemos também colocá-lo em algumas secretarias. As pastas que ele está ocupando podem passar por um processo de fusão. Ele está trabalhando para verificar a necessidade e a possibilidade desta fusão. Não podemos economizar só por economizar. A nossa responsabilidade é economizar recursos, mas como disse, garantindo o bom funcionamento da Prefeitura. Temos responsabilidade com o povo que nos elegeu. A qualidade dos serviços prestados a comunidade não pode ser diminuída. Estamos atentos a essa questão.

Como o senhor está trabalhando a estratégia de comunicação da Prefeitura e o relacionamento com a imprensa?
Nos primeiros vinte dias pedimos para que os secretários evitassem dar entrevistas. Acredito que seria preciso que todos eles estivessem inteirados da situação de suas pastas, antes de repassar qualquer informação. Depois sim, eles terão as condições necessárias e técnicas de falar com propriedade sobre as suas responsabilidades. Então a partir do dia 20 a relação da imprensa com os secretários será normal, como tem que ser. Eles terão as informações de seus setores para repassar ao público, eles terão autonomia para tratar de seus assuntos. Eu estou atendendo a imprensa diariamente, vou continuar assim. Então a metodologia de comunicação e relacionamento com a imprensa vai ser simples e prática, os secretários falam por suas pastas e eu respondo pelo conjunto. Nossa equipe de comunicação também está terminando de ser montada, em cima disso vamos trabalhar da melhor maneira possível.

Tem previsão de convocar os vereadores para sessão extraordinária?
Provavelmente por volta do dia 20 teremos projetos a serem encaminhados ao Legislativo. Pelo menos uma sessão extraordinária deve ser convocada para aprovação desse novo organograma de trabalho da Prefeitura, além dos decretos e medidas contingenciais para economizar no que for possível.

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