O consolador prometido | por Iron Junqueira

Antes de o Rei voltar para o seu trono, na Estação da Luz, disse-nos:

— “Eu vos enviarei o Consolador, o Espírito da Verdade; e muita coisa que não vos foi dita, vos será revelada”…

Transcorreram-se dois milênios após aquela promessa. A época para a qual estava anunciada a vinda do Consolador havia chegado. Há, no entanto, grande parte dos homens que está aguardando a chegada do Espírito de Verdade na pessoa de um homem como o Cristo, ou na forma de uma pomba, ou na qualidade impressionante de qualquer movimento ostensivo e alarmante, quando, na verdade, o Consolador Prometido já veio há vários séculos, e está sendo sentido, por inumeráveis corações, sem que, no entanto, o percebamos.

— “Eu vos enviarei o Consolador, o Espírito da Verdade”.

Queria esclarecer Jesus que a Verdade era a continuidade do que nos fora dito, mesmo porque foi bem claro quando disse — “Eu sou o caminho, a Verdade, a Vida”… A Verdade, portanto, Ele a trouxe para nós, e essa Verdade são os seus evangelhos, na letra universal do amor que, naquela época, em razão do nosso atraso moral, espiritual e intelectual, não poderiam ser compreendidos mais profundamente pela humanidade. Restava ao Cristo, então, enviar-nos o Espírito dessa Verdade, ou seja, a prova concreta, indiscutível, palpável, intransigente de tudo o que vos será revelado daqui para os próximos séculos. E milhares dessas demonstrações já vos foram reveladas.

…Sabia o Divino Instrutor também que os seus ensinamentos seriam, mais tarde, interpretados ao pé da letra, truncando, assim, o espírito real dos seus preceitos. Tanto previa isso, que Jesus acrescentou igualmente: — “Aparecerão os falsos cristos dizendo: “eu sou o Cristo”; ou falando: o “Cristo está ali, ou acolá”; não acrediteis em tais palavras…” Isso prova, por outro lado, que o Consolador Prometido não estaria sendo representado por uma individualidade, ou um grupo, nem por um símbolo, por nada disso. E ao proclamar que “a letra mata e só o espírito vivifica”, quis Jesus insinuar que conhecia adrede o truncamento das suas verdades, pois a humanidade as interpretaria confusamente, diversificadamente. Então, a fim de voltar a fortalecer os seus ensinamentos, passaria a nos doar o Consolador Prometido, ou seja, a explicação clara e lógica de que Deus não é esse Pai tirano que castiga, para toda a eternidade, os que, na vida, resvalaram no erro, fazendo-nos recordar o que Ele dissera, há dois mil anos: — Na verdade, não se perderá uma só de minhas ovelhas… E isso não indica um grande consolo para todos nós, inclusive, as inovações tecnológicas e científicas? Ele iria comprovar que, de fato, tal como dissera certa feita: “é necessário nascer de novo”, (e teremos provas reais de tudo isto) mesmo ao abordar a ressurreição. Também sabendo nós que poderemos voltar à terra para acertar os nossos deslizes e conquistarmos a luz da moral e da felicidade pela redenção, não nos representa um grande consolo? “Eu vos enviarei o Espírito, o Espírito da verdade”, quer dizer: “eu vos enviarei a explicação clara dos meus preceitos, no sentido de que a interpretação ao pé da letra seja substituída pela lógica, pela prova, pela razão e por cada época — e pelos fatos comprovados de tudo o que eu disse”…

Eis entre vós, a revelação dos Espíritos, via codificação Kardequiana. O Consolador Prometido é essa restauração das verdades celestes que estamos notando na consciência popular. São esses fenômenos mediúnicos a que leigos no assunto dão o nome de “milagres”. Não diz a bíblia que chegaria o tempo em que muitos profetizariam? Pois profecia era a Mediunidade conhecida hoje por todos. E profetizar, representa transmitir a voz dos espíritos, que abriu a lápide dos túmulos, apenas usando, aqui, antiga imagem, ao transmitir a sua mensagem, ao revelar a imortalidade do homem, que viveu no Mal, quando deambulava pelo mundo.

É a voz dos Cosmos. O “Espírito da Verdade” que Jesus nos prometeu. É essa explicação clara que a ciência vem recebendo das “vozes que falam”. É a prova incontestável através de fatos e de fenômenos, da veracidade em torno da reencarnação, da imortalidade e de tudo o mais que Jesus nos ensinou sem que, no entanto, o compreendêssemos ainda.

Ninguém poderá cercear o surgimento da luz na consciência humana. Ninguém. Força nenhuma. E após nos prometer o Consolador, Jesus asseverou: — “E tudo será restituído aos seus verdadeiros lugares”…

O Consolador Prometido já está aí. E deixou “ocultas essas coisas aos sábios e aos entendidos, e as revelou aos simples e humildes”, porque os primeiros se julgam muito inteligentes para admitirem essas verdades que, para eles, são coisas de leigos, e os simples e humildes as aceitam, porque já sentiram no próprio sofrimento, e na própria evolução, que Deus é o Único, que Deus é o Pai — e que as luzes celestiais que banham a sua humildade, representam, incontestavelmente — o Espírito da Verdade — O CONSOLADOR PROMETIDO.

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