Acia cobra ações para reaquecer a economia de Anápolis

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MARCOS VIEIRA

A Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) comemorou na última semana 81 anos de fundação, preocupada com o futuro da economia local. A reunião festiva promovida pela entidade na última quarta-feira (8), serviu também para fazer cobranças a um dos convidados, o secretário estadual de Desenvolvimento de Goiás, Luiz Maronezi.

Desde o ano passado, a Acia tem trabalhado em um diagnóstico que comprova a estagnação de Anápolis, com retração do PIB e perda de postos de trabalho. O chamado “Pacto por Anápolis” já levou o presidente da entidade, Anastacios Apostolos Dagios, a fazer cobranças diretas ao governador Marconi Perillo e auxiliares ligados ao setor de indústria e comércio da gestão estadual.

A Acia foi buscar em números do IBGE a comprovação do lento crescimento anapolino. Entre 2010 e 2014, o PIB de Goiânia cresceu 30,52%, o de Aparecida de Goiânia, 55,77%, o de Rio Verde, 64,27% e o de Luziânia, 24,47%, enquanto que o de Anápolis ficou em 22,88%. “O crescimento de Anápolis nesses quatro anos, simplesmente, empatou com a inflação do período. Não somos contra os outros municípios cresceram, não concordamos é com Anápolis não crescer”, afirmou Anastacios na época da divulgação dos números.

Para este ano, o presidente da Acia diz que o “Pacto por Anápolis” passará para a ação, ou seja, cobrança direta de atendimento de demandas por parte do poder público para destravar o crescimento da cidade. Um dos pedidos é a disponibilização de áreas para a vinda de novas empresas, já que o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) não tem mais espaço.

Em entrevista à imprensa antes da reunião da Acia, o secretário Luiz Maronezi disse que a liberação de uma área de 12 alqueires, há muito aguardada pela classe empresarial, finalmente havia acontecido. “Acabamos de pagar [a área], agora vamos documentar ela para a Codego [Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás], que é quem administra os polos”, revelou o secretário.

Maronezi disse ainda que “num futuro bem próximo” será iniciada a infraestrutura da nova área, que assim estaria preparada para receber novas empresas. “Porque as indústrias querem vir para Anápolis e precisamos arrumar local”. Questionado se o terreno estaria liberado este ano, o secretário afirmou que sim. “Se Deus quiser, bem mais rápido que a gente imagina”.

Luiz Maronezi confirmou declaração, que irritou a classe empresarial anapolina, de que Aparecida de Goiânia é a porta de entrada de Goiás. “É coisa normal. Eu disse e lá é. Assim como aqui é o entroncamento do desenvolvimento. Ninguém pode negar”. Apesar do elogio feito a Aparecida, o secretário disse que a atenção maior do governo é por Anápolis. “Aqui é nossa força industrial”.

Questionado se existe disputa entre Anápolis e Aparecida, Maronezi primeiro negou, mas depois reconheceu que a “conversa existe”. “É que Aparecida e Anápolis se tornaram grandes polos. Conversa existe, mas não existe nada que venha ferir os interesses. O interesse nosso é pelo Estado, mas a gente não pode deixar de dar atenção para Anápolis e Aparecida”.

O secretário também falou de maneira rápida sobre as obras do aeroporto de cargas e do centro de convenções. “Muitas coisas vão acontecer esse ano, de terminar o que está começado”. Em relação a retratação da economia anapolina, Maronezi afirmou que a recessão atingiu todo o País. “Mas estamos recebendo aqui grandes empresas. Está vindo a Caracal, que é de armamento. Está vindo também uma indústria de tratores e implementos agrícolas, que é indiana”.

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