Vereadora cria projeto lei para implantação de zooterapia em Anápolis
LUANA CAVALCANTE
A zooterapia é definida como o uso de animais domésticos para auxiliar pessoas que estão em tratamento médico e precisam de uma cura do corpo ou da alma. Os dias exaustivos de espera por uma consulta, vários exames, uma rotina que afeta não só o físico, mas o emocional. Juliana Dias (foto), 30, fundadora do movimento @gopowerJu lembra quando descobriu ser portadora de uma doença degenerativa.
Entre diagnósticos, momentos de melhora e de internação, há três anos ela ganhou Megg, uma bulldog francesa com o espírito protetor e amigo que a ajudou a vencer principalmente a depressão. Juliana Dias conta que sua “cãopanheira” avisa quando ela terá uma crise assintomática.
“Ela desenvolveu essa sensibilidade para perceber quando estou para entrar em alguma crise. A última vez que internei, tive um atendimento a tempo porque a Megg me avisou. Ela sente quando meu organismo não está bem”, relata Juliana, que defende a zooterapia em ambientes além dos hospitais, mas também em asilos e casas de acolhimento de crianças.
O animal doméstico não precisa ter raça e nem idade, o amor pelo seu tutor o faz protegê-lo. Com experiências em São Paulo e Brasília, a zooterapia passou a ser defendida por muitos profissionais da área da saúde.
Em Anápolis, um projeto de lei elaborado pela vereadora Thaís Souza (PSL) quer regulamentar esse trabalho nos hospitais da cidade. Eleita por defender os direitos da causa animal, a parlamentar reconhece os benefícios que este tratamento pode trazer aos pacientes que estão em tratamento.
A zooterapia é também conhecia por Terapia Assistida por Animais (TAA). O texto de Thaís, em análise nas comissões da Câmara, estabelece a permissão de visitação de animais domésticos e de estimação para pacientes de hospitais da rede pública e privada de Anápolis.
O projeto de lei específica que os animais domésticos e de estimação só poderão entrar nos hospitais com agendamento prévio junto à administração da unidade hospitalar. Tudo feito sempre respeitando critérios estabelecidos com cada instituição.
Ainda está previsto no projeto de lei que a permissão de entrada de animais nos hospitais seguirá as regras da Organização Mundial da Saúde (OMS). O médico do paciente precisa autorizar a visita; o animal terá um laudo assinado por um médico veterinário, com inscrição no Conselho Regional de Medicina Veterinária, atestando as boas condições de saúde do animal, acompanhando a carteira de vacinação atualizada.
O documento também restringe os setores hospitalares que o animal pode transitar e o horário de visitas. O Centro de Zoonoses e Bem Estar Animal ficará responsável pelo controle, fiscalização e emissão do cadastro de animais autorizados para a visitação. A matéria deu entrada na Câmara Municipal de Anápolis em abril deste ano e está em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).
A vereadora Thaís Souza defende a zooterapia como uma ajuda na recuperação da autoestima, socialização e bem estar de pacientes. “O objetivo é proporcionar mais qualidade de vida para quem precisa fazer tratamento médico e muitas vezes ficam muito tempo internados nos hospitais”, defende.
Modelo
A iniciativa é um reconhecimento das ações já feitas em outros municípios. No dia 26 de abril, o plenário da Assembleia Legislativa de Goiás aprovou, em primeira votação, o projeto de lei nº 709/17, de autoria do deputado Gustavo Sebba (PSDB). Trata-se da regulamentação da visita de animais domésticos e de estimação em hospitais da rede pública e privada, contratados e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito do Estado de Goiás.
A propositura também prevê algumas normas como o agendamento da visita com antecedência junto à administração do hospital, respeitando os critérios de conveniência de cada instituição, o transporte dos animais dentro do ambiente hospitalar deverá ser feito em caixas apropriadas e só poderá ocorrer em companhia de algum familiar ou responsável pelo paciente.
Na justificativa da matéria, o deputado Gustavo Sebba (PSDB) diz que a Terapia Assistida por Animais (TAA) já é comum em vários países como França, Canadá e Inglaterra, e vem comprovando que os bichos colaboram muito no tratamento de doenças, auxiliando na recuperação de pacientes, uma vez que o animal é um grande amigo do homem. (Com informações do site da Assembleia Legislativa)