Câmara debate meio ambiente e descarte do lixo em audiência sobre limpeza urbana

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A Câmara Municipal realizou audiência pública, na terça-feira (29.ago.17), para debater a limpeza urbana em Anápolis, uma iniciativa da vereadora Professora Geli Sanches (PT), que em 2015 foi autora da lei número 3.766, aprovada na Casa e sancionada pelo prefeito, que criou a Semana de Conscientização da Limpeza Urbana, celebrada sempre em agosto.

“Essa audiência é mais uma ação para levarmos à população a importância de cuidarmos da limpeza urbana, sobretudo conscientizar o cidadão que lugar de lixo é na lixeira. É dever do poder público cuidar da limpeza urbana, mas isso em parceria com cada cidadão. Se cada cidadão fizer sua parte, e o poder público fizer a dele, teremos uma cidade muito mais limpa”, explicou Geli.

Segundo a vereadora, conscientizar os moradores sobre a importância da limpeza da cidade passa pela educação, que é a grande transformadora social. “Ela transforma os homens e são os homens que transformam o nosso País”, completou Professora Geli.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Habitação e Planejamento Urbano, Daniel Fortes, a Semana da Limpeza Urbana deveria acontecer toda a semana do ano. “A gente às vezes fica assustado, porque os dados são expressivos com relação ao descarte inadequado do lixo”. Daniel analisou a ideia do “jogar fora”. “A pessoa joga o lixo fora da sua casa, mas joga dentro da cidade; aí joga fora da cidade, fica dentro do Estado; e ao jogar fora do Estado, prejudica o País. Ou seja, de certa forma a gente acaba poluindo alguma coisa que vai trazer resultado negativo para nossa vida”, explicou.

Segundo o secretário, o caminho é a conscientização da sociedade quanto à necessidade do descarte correto do lixo, para que haja eficiência energética com o aproveitamento de material reciclável. Outra necessidade levantada por Daniel Fortes diz respeito aos lotes baldios de propriedade particular. Só esse ano foram 20 mil terrenos limpos pela prefeitura. “Nossa intenção não é limpar o terreno do particular, mas se ele não faz, temos que fazer porque o terreno sujo gera proliferação de vetores, como o mosquito da dengue, caramujos e ratos. Nossa intenção é que o cidadão tenha qualidade de vida e trabalharemos para isso”.

Daniel Fortes revelou que a administração municipal passou a cobrar do dono do terreno a limpeza do terreno praticamente no mesmo mês que o serviço é feito. Antes, o lote era roçado pela prefeitura e a conta era paga pelo dono somente no boleto do IPTU. A mudança traz efeito imediato do ponto educacional e evita questionamentos que possam surgir com um lapso de tempo muito grande.

Números do setor de limpeza urbana da Prefeitura de Anápolis apresentados na audiência pública serviram para exemplificar o tamanho daquilo que é produzido na cidade quando se fala em dejetos. No primeiro semestre foram recolhidas 55 mil toneladas de lixo na coleta domiciliar e removidas 24 mil toneladas de entulho produzidas pela sociedade.

A representante da Secretaria Municipal de Educação, Eucárice Cabó, frisou a importância do envolvimento das escolas no trabalho de conscientização ambiental, um trabalho que segundo ela vem sendo realizado em Anápolis desde o final dos anos 1990. A educadora citou o exemplo de um bairro onde um trabalho feito a partir dos alunos gerou resultados positivos na redução dos índices de proliferação da dengue, com o descarte correto de possíveis criadouros do mosquito.

Responsável pelo SOS Terra – Arte em prol da Ecologia, a ativista Simone Athaíde disse que o projeto tem esse papel de levar a conscientização ambiental através da arte, a partir de um CD lançado pelo cantor e compositor Roberto Brenner. Também presente na audiência, o músico cantou Planeta Azul, de sua autoria, que emocionou ao tratar de infância e ecologia.

“SOS Terra é o socorro para a mãe terra. Estamos focando aluno, escola e meio ambiente. Estamos começando, dando o pontapé nesse projeto, que está engatinhando ainda, mas que já traz resultados gratificantes”, ressaltou Roberto Brenner.

A audiência pública teve a participação dos vereadores Valdete Fernandes (PDT) e Fernando Paiva (PODE). Também marcaram presenças Deusmar Japão (PSL) e Mauro Severiano (PSDB). “Tenho acompanhado de perto e cobrado da prefeitura que faça a recuperação de locais públicos, como praças, que estão tomados por lixo e entulho”, discursou Valdete.

O ex-vereador Eli Rosa pediu atenção do poder público municipal a uma lei de sua autoria, que regulamenta a instalação de eco-pontos na cidade, para o descarte de entulhos e outros materiais que não são recolhidos pela coleta domiciliar. Outro ex-vereador, Jerry Cabeleireiro, pediu menos punição e mais conscientização do cidadão, sobretudo no que diz respeito à reciclagem.

Em resposta, o secretário Daniel Fortes disse que vai trabalhar para a implantação de 12 eco-pontos até o final da gestão. Segundo ele, os recursos financeiros para o projeto são escassos, mas ele já fez o pedido de previsão orçamentária para que a lei seja cumprida e que diversos setores da cidade ganhem os equipamentos para descarte correto daquilo que não é de responsabilidade da coleta domiciliar.

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