Com ida de Baldy para o PP, cenário eleitoral fica aberto

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Alexandre Baldy se filia ao PP e abre debate sobre possível desincompatibilização até 7 de abril para participação na disputa eleitoral deste ano em Goiás, inclusive como candidato a governador  

FERNANDA MORAIS

Em uma cerimônia rápida, realizada em Brasília na noite da última quarta-feira (14.mar), o ministro das Cidades e deputado federal licenciado Alexandre Baldy se filiou ao Partido Progressista (PP).

Além de amigos e familiares do ministro, participaram da solenidade o presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, os deputados federais Daniel Vilela (MDB), Roberto Balestra (PP) e Sandes Júnior (PP) e o atual presidente do PP em Goiás, senador Wilder Morais. Amigo de Baldy, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), também acompanhou o evento.

O evento foi rápido, mas serviu para gerar maiores especulações a respeito do futuro político de Alexandre Baldy. Em entrevista coletiva, o ministro respondeu vários questionamentos a respeito de quais caminhos ele deve seguir nas eleições de outubro de 2018.

Baldy garantiu que, pelo menos por enquanto, ainda não existe nada definido se ele permanecerá no Ministério das Cidades ou se vai disputar a reeleição ou, até mesmo, o Governo de Goiás. Atualmente o PP está na base do governador Marconi Perillo (PSDB), que tem como pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas o seu vice, José Eliton (PSDB).

Alexandre Baldy também foi perguntando se o PP goiano permanecerá sob a liderança do senador Wilder de Morais. Acredita-se que, com o status de ministro, Alexandre Baldy seja cotado pelas lideranças pepistas como novo comandante do partido.

Confira a entrevista que teve a participação do repórter Lucivan Machado da Rádio Manchester.

Por que a escolha pelo PP?
Pelo fato de o Progressistas ser um partido que eu tinha uma boa ligação e vínhamos de um diálogo muito antigo com o presidente nacional senador Ciro Nogueira também com o presidente regional, senador Wilder de Morais, além dos deputados federais, Sandes Júnior e Roberto Balestra.

Esse anúncio já era esperado desde o final do ano passado, porque a demora para a filiação?
Temos inúmeros desafios e problemas enquanto ministro das Cidades. Eu foquei meu trabalho absolutamente nas demandas do Ministério, nos desafios que temos nas áreas de habitação, saneamento e mobilidade, entre tantas outras. Deixo as questões partidárias e políticas para os momentos corretos, como esse que aconteceu durante o evento da nossa filiação. Tudo isso para não interferir no trabalho que estamos buscando realizar em prol da recuperação do Brasil, das cidades, da melhoria de vida para o povo brasileiro.

Essa sua filiação é emblemática porque, caso o senhor permaneça ministro até o final do ano, não haveria necessidade de se filiar agora. Isso quer dizer que o senhor vai deixar o ministério até o dia 7 de abril?
Essa filiação, como você disse, já era esperada desde o final do ano passado. Viemos agora concretizá-la. Ainda não tenho nada definido. As posições eleitorais ainda ficam para os momentos adequados, momentos certos. Temos aí cada dia com a sua agonia, como eu digo sempre. Temos aí um prazo ainda de trabalho até se resolver as questões eleitorais.

Tem uma reunião marcada para próxima semana entre o PP de Goiás para definir os rumos que o partido vai seguir nas eleições de outubro. Fica na base aliada ou não? O senhor participa do encontro? Quais as expectativas?
Agora podemos participar legitimamente das reuniões, das demandas e das pautas do partido. Vamos dialogar sobre as demandas que o PP seguirá a nível nacional e estadual e vamos discutir com deputados e com senadores as definições que o partido poderá tomar.

O comando do partido continua com o senador Wilder de Morais? Porque agora são dois nomes fortes na legenda, o do senhor e o dele.
Nunca discutimos qualquer tipo de mudanças de comando do partido. Wilder é senador e está exercendo um bom mandato. Queremos fortalecer o partido para que o PP continue representando a sociedade com os seus deputados e senadores, no sentido de conseguir fazer com que a população tenha as respostas das suas demandas feitas pelos seus agentes públicos.

O senhor é candidato em 2018?
Tudo ainda é indefinido. Hoje estamos focados no trabalho do Ministério e não temos ainda nenhum pensamento a respeito da questão eleitoral. Primeiro vamos trabalhar na recuperação do Brasil, dos Estados, das cidades. Sigo com honra em trabalhar como ministro das Cidades.

Fica indefinido também o cargo que o senhor pode disputar em 2018? Porque existem possibilidades de o senhor ser lançado candidato a governador?
Tudo está no campo das especulações. Vamos esperar os prazos chegarem para definir quais atitudes deverão ser tomadas. Realmente com a questão de me posicionar para as eleições temos até o dia 7 de abril. Até lá tem muitos problemas de água, mobilidade, saneamento para administrar. São 5.570 cidades no País, a nossa agenda é pesada. Eu já rodei mais de 20 Estados brasileiros conhecendo seus desafios e ver como posso ajudar a resolver as demandas.

O senhor já conversou com o deputado Daniel Vilela (MDB) sobre possíveis composições?
Converso sempre com o deputado Daniel Vilela. Ele é muito atuante, sempre está demandando por todos os municípios goianos. Daniel lutou muito pela retomada das obras do BRT em Goiânia, projeto que nós assinamos nesta última semana no gabinete do presidente Michel Temer, uma obra grande, e que tem dedicação do deputado Vilela.

Falando de Anápolis, o senhor anunciou recursos para revitalização do Mercado Municipal, R$ 5 milhões para recuperação de asfalto e empréstimos junto a Caixa Econômica para resolver o problema da falta de água. Como está a questão desses recursos?
Estão liberados. Depende do agente, do contratante. O prefeito Roberto deve estar elaborando os projetos porque ele está dedicado a isso. Os recursos estão empenhados e liberados para Prefeitura fazer as suas obras seja no Mercado, na melhoria da infraestrutura da cidade ou na resolutividade do problema da falta de água.

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