Anápolis registra em 29 dias 352 novos casos de dengue

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Crescimento da doença em relação ao mesmo período de 2014 é de 7,3%; Vila Jaiara é a que mais tem notificações em investigação: 93 no total

LUIZ EDUARDO ROSA

Em 29 dias, Anápolis teve 352 novos casos confirmados de dengue, em uma média de 12 registros por dia. Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico divulgado nessa última semana, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde.
Entre 4 de janeiro e 28 de março, eram 240 casos confirmados da doença na cidade. Esse número se refere apenas àqueles registros encerrados, ou seja, comprovados em laboratório, como preconiza o Ministério da Saúde. Do período de 4 de janeiro a 25 de abril, são 592 confirmações. Isso implica que somente entre 28 de março e 25 de abril, em um total de 29 dias, Anápolis teve 352 pessoas contaminadas com a doença.

O Boletim Epidemiológico informa ainda que há sete casos de dengue com sinais de alarme e outros dois de dengue grave. Esse ano já foram descartadas 843 notificações, ou seja, o paciente apresentou sintomas semelhantes à dengue, mas o exame comprovou que não se tratava
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da doença. Outras 2001 estão em investigação ainda.

O Boletim Epidemiológico informa ainda que em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento da dengue em Anápolis foi de 7,3%, o que representa que foram 548 casos entre janeiro e abril de 2014. A Vila Jaiara é a campeã de registros na cidade de acordo com o documento da Secretaria Municipal de Saúde: são 93 notificações de casos ainda em investigação. Não são informados os casos confirmados por bairro.

Ainda de acordo esse critério, o segundo lugar fica para o Centro, com 74 casos em investigação. Na sequência aparecem Bairro de Lourdes (70 registros), Jardim Alexandrina (60 registros), Jardim das Américas (57 registros), Boa Vista (56 registros) e Jundiaí (54 registros). O Boletim Epidemiológico explica que todas essas notificações já excluem casos descartados encerrados.

A Unidade de Saúde do Jardim Progresso é a unidade mais procurada por pacientes com suspeita de dengue: são 1.164 notificações nesse ano. Bem atrás aparece a UPA Alair Mafra, com 549 atendimentos. Em terceiro lugar aparece a Unidade de Saúde Abadia Lopes da Fonseca, com 449 notificações, entre descartadas e em investigação.

Previsto
O médico infectologista Marcelo Daher, assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde, diz que o aumento de casos é esperado nessa época do ano devido às condições climáticas. As chuvas aumentam e os criatórios do mosquito Aedes aegypti também, pois a água acaba acumulando no lixo jogado pela população, até mesmo dentro do próprio quintal.

O médico bate na mesma tecla: descuido da população com tudo aquilo que pode acumular água e servir para a procriação do mosquito da dengue. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Anápolis aparece em 3º lugar em Goiás no ranking de notificações da doença. A média diária de notificações de janeiro a março deste ano chegou a 23 por dia. O universo do total de casos notificados no primeiro trimestre deste ano em Goiás foi de 86.996, tendo um aumento de 64% em relação ao ano passado.

Atendimento
Mais notificações implicam na lotação das unidades públicas de saúde de Anápolis. Muita gente vem de outras cidades também, procurando atendimento na rede local. O médico Marcelo Daher confirma que há sintomas parecidos entre dengue e gripe, e diz também que como a doença está em evidência, uma simples febre faz a pessoa buscar socorro.
“Isso até certo ponto é bom, porque uma das causas de complicação da doença é a demora no atendimento. Como o pessoal tem procurado atendimento precocemente, a gente tem menos complicações”, explica o especialista.

Daher reforça o papel da população no combate à doença. “Não adianta achar que vai se resolver com fumacê. Se fosse assim pulverizávamos a cidade com avião. O veneno mata o que está voando, mas polui rio e contamina o meio ambiente”, orienta o médico, que lembra que criatórios são fáceis de eliminar, com garrafas, tampinhas e copos, entre outros.

UPA

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