Bancários prometem greve por reajuste salarial

Os trabalhadores pedem reajuste de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% de reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

 MARCOS VIEIRA E ORISVALDO PIRES

Os bancários do Brasil devem entrar em greve no próximo dia 6 de outubro, em uma tentativa de melhorar a reposição salarial apresentada até agora para a categoria. Os bancos propuseram 5,5% de aumento, mais um abono de R$ 2,5 mil.

“É uma proposta apenas para dizer que fizeram”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Anápolis, Odilar Maciel Barreto, em entrevista ao Canal Anápolis (Canal 5 da Net) na sexta-feira (25). Esse percentual cobre apenas 55% da inflação de um ano.

Os trabalhadores pedem reajuste de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% de reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) entre setembro de 2014 e 2015.

Os bancários se reúnem em assembleia já na próxima terça-feira (29). Outro encontro deve acontecer dia 1º, com indicativo de paralisação para dia 6. “Peço desculpas ao cidadão e quero dizer que ninguém faz greve porque gosta. Precisamos melhorar nossos salários”, frisou Barreto. Segundo ele, caso as perdas dos últimos 14 anos fossem respostas, o salário do bancário hoje em dia seria dobrado.

Barreto disse que há uma atenção voltada para os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que podem sofrer mais que colegas da rede privada, pois o governo federal ameaça congelar os salários dos servidores públicos.

O Sindicato dos Bancários de Anápolis aproveita o momento de discussão salarial para fazer alertas em relação ao assédio moral. Cada vez mais os trabalhadores são obrigados a bater metas de vendas de produtos, além do atendimento ao público normal do dia a dia. “Até quem trabalha no caixa precisa cumprir essas metas. Como atender o cliente no tempo que determina a lei e ainda vender produto”, questiona o presidente do sindicato.

Há ainda uma preocupação com a qualidade do ambiente de trabalho. Na sexta-feira (25), o sindicato lacrou agência do Itaú na Rua Engenheiro Portela, porque o ar condicionado não estava funcionando.

Os bancários reivindicam ainda aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para R$ 7.246,82 e um piso mínimo de R$ 3.299,66. Pedem também o pagamento de 14º salário, fim de metas consideradas “abusivas” pela categoria, fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e mais segurança nas agências bancárias.

 

Odilar Maciel Barreto Filho (2)

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