Parques são alvos de ações de vandalismo

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LUIZ EDUARDO ROSA

O bem é coletivo e serve como espaço de lazer e práticas esportivas a qualquer cidadão interessado, certo? Sim. Mas isso não impede que os parques de Anápolis sejam, frequentemente, alvos de vandalismo, ações que vão desde o furto de equipamentos até o incêndio de quiosques. Além da destruição, essa situação gera gastos extras para o poder público, que somam aos cerca de R$ 500 mil aplicados anualmente na manutenção dos parques e praças da cidade.

“Onde moro não há locais com opções de lazer como os parques aqui de Anápolis”, explica a carioca Gilda Maria dos Santos, 48 anos, que passeava pelo Parque da Cidade, por ocasião dessa reportagem Ela mora há cinco anos em Anápolis e se diz surpresa com as opções de lazer que o município oferece, principalmente espaços como praças e parques. “Uma pena que ainda existam pessoas que preferem destruir a aproveitar o que têm”, conclui.

E são vários os exemplos de ações contra o patrimônio público. No último mês de dezembro, um quiosque foi incendiado no Parque da Cidade, tendo comprometido o teto da estrutura com materiais estilísticos de madeira e sapê. O incêndio atingiu somente o telhado, o que descarta um incêndio acidental. “Isso é um absurdo, uma tremenda sacanagem esse tipo de atitude destrutiva em relação a um parque que é de todos nós”, reclama Gilda Maria.

Repetidamente os parques de Anápolis, incluindo o Ipiranga e o da Liberdade, são alvo de vândalos. O setor de manutenção já cuida do desgaste dos materiais e equipamentos e isso, somado aos atos contínuos de vandalismo, acabam por gerar gastos além da conta. As praças e parques se tornam vítimas preferenciais dos depredadores quando se encontram mais distantes da concentração urbana e nos momentos em que há menos visitantes. “A presença intensa das pessoas colabora na inibição de crimes como esse”, explica CeserDonisete, titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma). Ele aponta que nos locais com maior frequência e fluxo de pessoas, os ataques são menos comuns.

Ceser considera o custeio dos atos de vandalismo como parte da manutenção, não sendo possível separar em valores as operações de. “De nossa parte, aquelas situações em que há uma gravidade maior do estrago, fazemos o registro na Polícia Civil, porém é muito difícil descobrir os autores”, explica o secretário. O ataque mais rotineiro nos parques se refere a furtos de fiações e componentes elétricos, pedaços de metais, lixeiras, torneiras e depredações como pichações e incêndios.

Nos últimos meses 2014 foi encerrado o contrato com a empresa Alcatraz que prestava o serviço de segurança. A partir de então, em 2015 a segurança passou a ser realizada por seguranças da Secretaria Municipal de Educação e da Semma. “Não houve alterações com essa mudança na segurança dos parques, já que não tem poder de polícia, sendo somente de monitoramento”, explica Ceser.

 

Manutenção

Além do vandalismo, a degradação dos materiais geram custos ao município. O Parque da Liberdade, por exemplo, tem em diferentes pontos barras de isolamento estilizadas feitas de madeira. Uma parte do madeiramento foi depredada ao ser forçada e solapada. Outra cedeu devido às próprias condições do material e sua fixação no solo. As academias para terceira idade nos parques Ipiranga e da Cidade, como também nas praças, necessitam de manutenção constante. Os parques infantis de tempos em tempos acabam apresentando descolamento de materiais e rachaduras, que precisam ser consertados.

“Se os equipamentos de academias e estruturas como essas já têm desgaste em um contexto de pouco uso, imagine utilizado durante 24 horas por dia”, argumenta CeserDonisete. Os parques prioritários são os de maior fluxo de pessoas: Ipiranga e Liberdade. A equipe de manutenção de praças é formada por quatro grupos com eletricistas, marceneiros, especialistas em metais, mecânicos (academias) entre outros profissionais. Após um checklist, os itens estragados são repostos ou consertados dentro dos procedimentos rotineiros da Semma. Ceser alega não haver demora, sendo somente o tempo do tramite burocrático.

 

O parque

Utilizado como ponto de partida para essa reportagem, o Parque da Cidade foi inaugurado em 2014 e a sua construção se deua partir de recursos municipais em parceria com a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias SA, empresa responsável pela construção e exploração da Ferrovia Norte-Sul. Sua estruturaconta com estação de ginástica para a terceira idade, teatro de arena, áreas de convivência, quiosques, playground infantil, pista de caminhada, ciclovia, dois lagos e estacionamento. A parte construída se soma às matas de cerrado e trilhas para acesso de visitantes, em uma área total de 11 alqueires.

O Parque da Cidade é dez vezes maior do que os outros dois mais conhecidos da cidade – o Ipiranga, com pouco mais de um alqueire, e o Liberdade, o menor deles -. “Pelas extensões do Parque, temos muitos pontos cegos, estamos preparando para organizar três centros de monitoramento através da presença de guardas ou de sistema de câmeras nos locais de maior movimentação ”, diz o titular da Semma, Ceser Donisete.

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